À espera dos dados da safra dos EUA, milho fecha sessão desta 4ª feira próximo da estabilidade em Chicago
O pregão desta quarta-feira (29) foi de estabilidade aos preços do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais posições do cereal encerraram o dia com leves altas entre 0,25 e 0,75 pontos. O maio/17 finalizou o dia a US$ 3,58 por bushel, enquanto o julho/17 era cotado a US$ 3,66 por bushel. O setembro/17 encerrou a sessão a US$ 3,73 por bushel.
"Todos os mercados estão em um padrão de espera aguardando dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) na sexta-feira (31)", disse Darrell Holaday, da Country Futures. O órgão irá trazer os números dos estoques trimestrais dos EUA e os primeiros números da safra americana.
A projeção dos investidores é que haja uma redução na área destinada ao plantio do cereal nesta temporada. Inclusive, no sul dos EUA, a semeadura do grão já iniciou e o clima, pelo menos por enquanto, tem contribuído para a evolução dos trabalhos nos campos.
Os trabalhos nos campos deverão ganhar ritmo a partir de abril e maio. Por outro lado, a perspectiva a de uma grande safra na América do Sul ainda pesa na composição dos preços internacionais. Isso porque, a expectativa é que a situação possa afetar os embarques de milho norte-americanos.
Mercado brasileiro
Enquanto isso, no mercado interno brasileiro, a quarta-feira foi de ligeiras movimentações aos preços do cereal. De acordo com levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, o valor caiu 14,81%, com a saca do cereal a R$ 23,00. Já em Rio do Sul (SC), o preço recuou 6,00%, com a saca a R$ 23,50.
No oeste da Bahia, a cotação encerrou o dia a R$ 31,50 a saca, com perda de 2,33%. No Porto de Paranaguá, a saca finalizou a quarta-feira a R$ 28,50, com desvalorização de 1,72%. Nas demais praças pesquisadas o dia foi de estabilidade.
"Temos no mercado uma situação contrária do que o ano passado. Colhemos uma safra cheia na safra de verão e temos uma safra de inverno que evolui dentro da normalidade, com isso, podemos colher mais de 90 milhões de toneladas do grão. E, com a questão da Operação Carne Fraca temos um impacto do lado da demanda", destaca o analista de mercado e economista da Granoeste Corretora de Cereais, Camilo Motter.
No mercado interno, os compradores ainda estão bastante receosos e as aquisições são limitadas. A referência para a safrinha estava entre R$ 25,00 a R$ 26,00 a saca, mas os negócios paralisaram, conforme destaca o economista. "Os preços tendem a cair para nível de paridade internacional. E um valor de R$ 29,00 a saca, irá resultar em um preço perto de R$ 23,00 a R$ 24,00 a saca no oeste do Paraná", completa Motter.
Em meio a esse quadro, a perspectiva é que as exportações brasileiras precisem ser maiores nesta temporada para enxugar o mercado doméstico. Para essa temporada, a projeção é que sejam embarcadas 30 milhões de toneladas. Ainda assim, é preciso avaliar o comportamento do dólar.
"Precisaremos de uma intervenção governamental no mercado, para o escoamento, com estoques e custos logísticos. Porém, o Governo irá limitar essas ações dada a situação fiscal do país", reforça Motter.
BM&F Bovespa
As cotações do milho negociadas na BM&F Bovespa fecharam o pregão desta quarta-feira (29) em campo positivo. Os vencimentos do cereal subiram entre 0,72% e 1,25%. O contrato maio/17 era cotado a R$ 28,43 a saca e o setembro/17 a R$ 27,84 a saca.
O mercado esboçou uma reação após as perdas registradas recentemente. Outro importante componente na composição dos preços, o dólar, caiu nesta quarta-feira. A moeda norte-americana caiu 0,70% e encerrou o dia a R$ 3,1170 na venda. “Os investidores estão cautelosos sobre o que o governo brasileiro anunciará de medidas para cobrir o rombo adicional nas contas públicas deste ano, sob expectativas de aumento de impostos", reportou a agência Reuters.
Confira como fecharam os preços nesta quarta-feira:
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