Com pressão da oferta, milho fecha pregão desta 2ª feira do lado negativo da tabela em Chicago
Na Bolsa de Chicago (CBOT), os preços futuros do milho encerraram a segunda-feira (7) em campo negativo. As principais posições da commodity finalizaram o dia com perdas entre 2,00 e 2,50 pontos. O vencimento dezembro/16 era cotado a US$ 3,46 por bushel, enquanto o março/17 trabalhava a US$ 3,55 por bushel. O maio/17 fechou o pregão a US$ 3,63 por bushel.
De acordo com informações da Granoeste Corretora de Cereais, o clima favorável ao avanço da colheita nos EUA e a alta do dólar frente às demais moedas, pressionaram os preços do cereal nesse início de semana. Ainda hoje, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz novo reporte de acompanhamento de safras. Até a semana anterior, cerca de 75% da área plantada já havia sido colhida.
E, ainda segundo avaliação da corretora, as perdas só não foram maiores em função das notícias vindas do lado da demanda. Conforme dados do USDA, os EUA embarcaram 889,609 mil toneladas de milho. O número ficou levemente abaixo do intervalo esperado pelos traders de 900 mil a 1,1 milhão de toneladas. Dessa forma, o total dos embarques no país já é de 10.135,218 milhões de toneladas, 74,3% maior do que as pouco mais de 5 milhões de toneladas embarcadas no mesmo período de 2015/16.
O departamento informou ainda a venda de 172 mil toneladas de milho para destinos desconhecidos. O volume deverá ser entregue na temporada 2016/17.
Paralelamente, a eleição presidencial nos EUA, nesta terça-feira (8). A disputa entre a democrata Hillary Clinton, que tem a preferência do público, e o republicano Donald Trump. Por outro lado, os investidores já se preparam para o próximo boletim de oferta e demanda do USDA, que será reportado na próxima quarta-feira (9).
"Para esse novo relatório de oferta e demanda, a perspectiva é que o USDA possa revisar para baixo a produtividade das lavouras americanas. Porém, não deve ser uma mudança significativa que altere o cenário da oferta. No caso da demanda, acreditamos que os números sejam mantidos", disse a analista de mercado da INTL FCStone, Ana Luiza Lodi.
BM&F Bovespa
Mais uma vez, os futuros do milho negociados na BM&F Bovespa recuaram. No pregão desta segunda-feira (7), as principais posições da commodity exibiram desvalorizações entre 1,33% e 1,96%. O vencimento novembro/16 perdeu o patamar de referência de R$ 40,00 a saca e finalizou o dia a R$ 39,50 a saca. O janeiro/17 era cotado a R$ 39,05 a saca. Apenas o setembro/17 exibiu ligeira alta, de 0,82%, negociado a R$ 33,12 a saca.
De acordo com o analista de mercado da Labhoro Corretora, Tiago Delano, o mercado perdeu um ponto importante de compras, o de R$ 40,00 a saca. "Os compradores continuam abastecidos e temos um potencial de queda nos preços, com isso, os preços poderiam buscar novos suportes técnicos", ressalta.
Ainda assim, o analista ainda pondera que, o mercado observa fatores determinantes como o Indicador do milho ESALQ/BM&FBovespa Campinas (SP) que permanece acima do nível de R$ 40,00 a saca. "O fator climático também será um ponto chave nos preços do cereal nos próximos meses. Também podemos ver o mercado em torno de R$ 2,00 abaixo dos níveis atuais caso o dólar apresente uma queda mais acentuada", completa Delano.
As exportações brasileiras também estão mais lentas e ficaram em 1,10 milhão de toneladas ao longo do mês de outubro. Em outubro de 2015, os embarques ficaram em 3,17 milhões de toneladas do cereal. As informações foram divulgadas pela Secex (Secretaria de Comércio Exterior).
Mercado interno
A segunda-feira (7) foi de ligeiras movimentações aos preços do milho praticados no mercado interno. Em São Gabriel do Oeste (MS), o valor caiu 4,92%, com a saca a R$ 29,00, em Jataí (GO), a perda ficou em 4,29%, com a saca a R$ 33,50. Na região de Assis (SP), o recuo foi de 3,04%, com a saca a R$ 31,26.
O preço também cedeu no Oeste da Bahia, a saca fechou o dia a R$ 40,25, com perda de 1,83%. No Paraná, as praças de Ubiratã e Londrina, apresentaram quedas de 1,61%, com a saca a R$ 30,50. No Porto de Paranaguá, a desvalorização ficou em 3,03%, com a saca do cereal a R$ 32,00.
Em contrapartida, em Sorriso (MT), o valor subiu 4%, com a saca a R$ 26,00. Na localidade de Ponta Grossa (PR), a alta foi de 2,78%, com a saca a R$ 37,00. Nas demais praças pesquisadas pela equipe do Notícias Agrícolas o dia foi de estabilidade.
Diante da queda de braços entre os compradores e vendedores, as cotações ainda apresentam comportamentos distintos nas principais regiões. "E conforme pesquisadores do Cepea, com a forte queda nas exportações em outubro, a previsão de vendas externas do ano-safra dificilmente será alcançada, o que implica em maior disponibilidade interna de milho nas próximas semanas e/ou meses", informou em nota.
Dólar
A moeda norte-americana fechou o dia a R$ 3,2045 na venda, com queda de 0,82%. Segundo a agência Reuters, a queda no câmbio é decorrente da tranquilidade por parte dos investidores com as eleições presidenciais nos EUA e a vantagem que a candidata democrata Hillary Clinton voltou a mostrar.
* A partir desta segunda-feira (7), os mercados nas bolsas norte-americanas pelo fim do horário de verão nos EUA durante o do Brasil passam a fechar às 17h15 (horário de Brasília).
Confira como fecharam os preços nesta segunda-feira:
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