Com disputa entre compradores e vendedores, milho tem queda semanal de até 7,50% no mercado brasileiro
Mais uma vez, as cotações do milho no mercado interno registraram uma semana negativa. De acordo com o economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, em Rio Verde (GO), o preço caiu 7,50%, com a saca do cereal a R$ 37,00. Na região de Campo Grande (MS), a perda foi de 7,46%, com a saca do grão a R$ 31,00. Em Sorriso (MT), a saca do milho fechou a semana a R$ 25,00 e perda de 7,41%. Em Ponta Grossa (PR), a cotação caiu 5,26%, com a saca a R$ 36,00.
Na localidade de Campinas (SP), o preço recuou 4,81%, com a saca a R$ 39,60. No Oeste da Bahia, perda de 4,65%, com a saca a R$ 41,00. Em Avaré (SP), a cotação cedeu 4,12%, com a saca a R$ 34,19. Em Mato Grosso, nas praças de Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis, a queda ficou em 3,70%, com a saca a R$ 26,00. No Porto de Paranaguá, a saca ficou estável em R$ 33,00.
Frente à continuidade da queda de braços entre compradores e vendedores, os negócios com o cereal permanecem lentos. Além disso, os especialistas também reforçam que, muitas indústrias de ração têm se abastecido com o trigo ao invés do milho.
"Ainda assim, o quadro entre oferta e demanda não é de equilíbrio. Só teremos uma melhora com a chegada da safrinha em 2017. Inclusive, a segunda safra de milho já começa com uma perspectiva melhor, já que a soja, em grande parte das regiões tem sido plantada dentro da janela. Com isso, teremos muito milho dentro da janela ideal e caso o clima seja favorável poderemos ter uma boa produção", acredita a analista de mercado da INTL FCStone, Ana Luiza Lodi.
Exportações
Segundo informações da Secex (Secretaria de Comércio Exterior) nesta terça-feira, as exportações de milho ficaram em 1,10 milhão de toneladas ao longo do mês de outubro. Em outubro de 2015, os embarques ficaram em 3,17 milhões de toneladas do cereal.
No acumulado do ano comercial, de 1 de fevereiro até 31 de outubro, as exportações de milho somam 15,43 milhões de toneladas, frente as 11,32 milhões de toneladas embarcadas no mesmo período do ano anterior.
Bolsa de Chicago
A semana foi de desvalorização aos preços do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais posições da commodity encerraram a semana com perdas entre 1,00% e 1,76%, de acordo com levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas. Nesta sexta-feira (4), os contratos do cereal apresentaram leves altas entre 0,50 e 0,75 pontos, com o vencimento dezembro a US$ 3,48 por bushel, enquanto o março/17 trabalhava a US$ 3,57 por bushel.
Segundo a analista de mercado da INTL FCStone, Ana Luiza Lodi, não há novidades em relação aos fundamentos do mercado. "Temos a consolidação de uma grande safra não só nos Estados Unidos, mas também mundial, o que acaba tirando um pouco da sustentação das cotações", explica.
Em meio à colheita nos EUA, que já está completa em 75% da área plantada nesta temporada, a perspectiva é que sejam colhidas mais de 382 milhões de toneladas do cereal. O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) atualiza na próxima quarta-feira (9) sua projeção para a safra americana e global, em seu novo reporte de mensal de oferta e demanda. Já na segunda-feira (7), o órgão traz os números do acompanhamento de safras.
"Para esse novo relatório de oferta e demanda, a perspectiva é que o USDA possa revisar para baixo a produtividade das lavouras americanas. Porém, não deve ser uma mudança significativa que altere o cenário da oferta. No caso da demanda, acreditamos que os números sejam mantidos", pondera a analista de mercado da INTL FCStone.
Paralelamente, no mercado financeiro, os investidores acompanham e aguardam o desfecho da eleição presidencial nos Estados Unidos. No próximo dia 8 de novembro, os americanos irão às urnas escolher entre Donald Trump e Hillary Clinton.
E diante de um relatório de oferta e demanda do USDA e da eleição americana, o sentimento é que os mercados de grãos tenham pouco ímpeto para registrar grandes movimentações, tanto para cima, quanto para baixo. "Cada investidor no mundo está apenas esperando a eleição e teremos uma baixa volatilidade até o próximo boletim do departamento americano", disse Tregg Cronin, pelo halo Commodities, em entrevista ao Agrimoney.com.
Ainda em entrevista ao site internacional, Kim Rugel, em Benson Quinn Commodities, afirmou que, "o comércio está a reduzir a exposição ao risco antes das eleições e relatório de culturas do USDA na próxima semana".
Confira como fecharam os preços nesta sexta-feira:
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