Milho: Com perspectiva de safra recorde nos EUA, preços operam em queda pelo 3º dia seguido na CBOT
Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros do milho iniciaram a sessão desta quarta-feira (24) do lado negativo da tabela. As principais posições do cereal registravam perdas entre 2,00 e 2,75 pontos, por volta das 8h17 (horário de Brasília). As cotações operam em queda pelo 3º dia seguido. O vencimento setembro/16 era cotado a US$ 3,26 por bushel e o dezembro/16 a US$ 3,34 por bushel.
A perspectiva de uma safra recorde nos EUA permanece como o principal fator de pressão sobre os preços do cereal, conforme ponderam as agências internacionais. Ainda essa semana, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) aumentou para 75% o percentual de lavouras em boas ou excelentes condições no país.
Além disso, os participantes do mercado também acompanham os primeiros números do Crop Tour Pro Farmer, um renomado tour que acontece anualmente no Meio-Oeste americano. Em Ohio, a produtividade média das lavouras do cereal está estimada em 157,7 sacas por hectare, contra as 172,52 sacas por hectare projetadas pelo departamento norte-americano.
Já em Dakota do Sul, a produtividade média é esperada em 158,55 sacas do cereal por hectare, já a média do ano passado é de 175,57 sacas por hectare e a média dos últimos anos, de 169,45 sacas por hectare. Ainda assim, os analistas de mercado que a demanda também tem sido um fator importante aos preços.
Porém, as informações vindas do lado da demanda têm apenas o potencial de limitar as perdas registradas nos preços em Chicago, segundo destacou o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, em entrevista ao Notícias Agrícolas.
Veja como fechou o mercado nesta terça-feira:
Milho: Diante do bom desenvolvimento da safra dos EUA, mercado recua pelo 2º dia consecutivo em Chicago
Pelo segundo dia consecutivo, os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram o pregão em campo negativo. Nesta terça-feira (23), as principais posições da commodity ampliaram as perdas e finalizaram o dia com desvalorizações entre 4,75 e 5,25 pontos. O contrato setembro/16 era cotado a US$ 3,28 por bushel, enquanto o dezembro/16 era negociado a US$ 3,37 por bushel.
Segundo dados das agências internacionais, a movimentação negativa é decorrente das boas condições das lavouras americanas e da consolidação da safra 2016/17 nos EUA. Já há especulações no mercado de que a produção possa chegar as 390 milhões de toneladas, frente as 384 milhões de toneladas indicadas pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) em seu último boletim de oferta e demanda.
Paralelemente começam a ser reportados os primeiros resultados do Crop Tour Pro Farmer, um renomado tour que acontece anualmente no Meio-Oeste americano. No estado de Ohio, o rendimento médio das lavouras do cereal está estimado em 157,7 sacas por hectare, contra as 172,52 sacas por hectare projetadas pelo departamento norte-americano.
No caso do estado de Dakota do Sul, a produtividade média é esperada em 158,55 sacas do cereal por hectare, já a média do ano passado é de 175,57 sacas por hectare e a média dos últimos anos, de 169,45 sacas por hectare.
"Apesar de estarem abaixo das médias, essas eram esperadas para serem as piores áreas de produção de milho no Corn Belt", disse Benson Quinn Commodities, em entrevista ao Agrimoney.
Ainda no final da tarde desta segunda-feira, o USDA aumentou em 1% o índice de lavouras de milho em boas ou excelentes condições nos EUA. Com isso, o número ficou em 75%. E conforme ressalta o consultor da Ag Rural, Fernando Muraro Jr., esse é o melhor percentual dos últimos 22 anos.
E segundo os mapas atualizados do NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país - entre os dias 30 de agosto a 5 de setembro, algumas partes do Meio-Oeste dos EUA ainda receberão chuvas acima da média. No mesmo período, as temperaturas deverão ficar acima da normalidade.
Porém, assim como no caso da soja, a demanda é um fator importante a ser observado, ainda na visão do consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze. "Os participantes do mercado já esperam pelo boletim de vendas semanais do USDA, que será divulgado na próxima quinta-feira. E, já há especulações no mercado sobre possíveis compras vindas da União Europeia, especialmente por parte da França, o que teria o potencial de limitar as perdas em Chicago", completa.
Ainda nesta segunda-feira, o serviço de monitoramento de safras da União Europeia reduziu as previsões para a produtividade das lavouras de milho. No caso da França, maior produtor do bloco, o rendimento caiu de 9,16 toneladas por hectare para 8,83 toneladas por hectare.
"As lavouras de verão também receberam poucas chuvas e a umidade do solo está agora significativamente abaixo da média para esta época do ano. Chuvas, portanto, são necessárias para evitar reduções de produtividades", de acordo com dados reportados pela agência Reuters.
Mercado brasileiro
No Porto de Paranaguá, a saca do cereal voltou a subir nesta terça-feira (23) e fechou o dia a R$ 32,50, com valorização de 4,84%. Já no mercado interno, o dia foi de ligeiras movimentações aos preços do cereal. Em São Gabriel do Oeste (MS), as cotações caíram 2,94%, e a saca fechou o dia a R$ 33,00. No Oeste da Bahia, o recuo foi de 2,00%, com a saca a R$ 49,00.
Em contrapartida, o valor subiu 2,50%, com a saca a R$ 41,00 na região de Ponta Grossa (PR). Nas demais praças pesquisadas pela equipe do Notícias Agrícolas o dia foi de estabilidade.
"Daqui para frente, o mercado seguirá de olho nas exportações brasileiras, no desenvolvimento da safra norte-americana 2016/17 e no clima, principalmente com relação aos efeitos do fenômeno La Niña, que devem se intensificar entre os meses de setembro e outubro, permanecendo em 2017", informou a Scot Consultoria.
Diante desse cenário, a consultoria não descarta uma retomada da firmeza nos preços no mercado brasileiro em caso de retomada das exportações ou em caso de um cenário menos favorável no mercado internacional.
BM&F Bovespa
Na bolsa brasileira, as principais posições do cereal encerraram a terça-feira (23) do lado negativo da tabela. Os contratos da commodity testaram perdas entre 0,23% e 1,32%. O vencimento setembro/16, referência para a safrinha, era cotado a R$ 43,55 a saca. Apenas os contratos novembro/16 e janeiro/17 finalizaram o pregão com leves altas, entre 0,46% e 1,08%.
Leilões da Conab
A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) realizou nesta terça-feira (23) mais dois leilões de vendas dos estoques públicos de milho. Mais uma vez, foram ofertadas 50 mil toneladas do cereal e o volume arrematado chegou a 23,80 mil toneladas, cerca de 47,62%. Na primeira operação, de número 128, foram ofertadas 9,49 mil toneladas do cereal e o volume negociado foi de 5,94 mil toneladas, o equivalente a 62,65%.
Na segunda operação, foram ofertadas 40,50 mil toneladas de milho. Entretanto, apenas 17,85 mil toneladas foram arrematadas, um total de 44,09%.
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