Milho: No Brasil, preços têm nova alta nesta 3ª feira no mercado interno e sobem mais de 2% na BM&F
No mercado interno, as cotações do milho voltaram a subir nesta terça-feira (26) em algumas praças pesquisadas pela equipe do Notícias Agrícolas. Em Mato Grosso, nas regiões de Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis, a alta foi de 9,38%, com a saca do cereal a R$ 35,00. Já em Cascavel (PR), o ganho foi de 1,39%, com a saca a R$ 36,50.
Ainda no Paraná, em Ubiratã e Londrina, as cotações subiram 1,37%, com a saca a R$ 37,00. Em contrapartida, o preço caiu 2,33%, com a saca a R$ 41,03 em Itapeva (SP). No Porto de Paranaguá, a saca do milho para entrega setembro/16 fechou o dia a R$ 32,00, com queda de 3,03%. Nas demais regiões o dia foi de estabilidade.
Enquanto isso, na BM&F Bovespa as principais posições do milho também encerraram o pregão desta quarta-feira (26) em campo positivo. Os vencimentos do cereal acumularam valorizações entre 0,92% e 2,28%. A referência para a safrinha brasileira, o setembro/16, era cotado a R$ 48,31 a saca. Já o novembro/16 fechou o dia a R$ 49,40 a saca e o janeiro/17 a R$ 49,50 a saca.
A valorização é um reflexo do cenário do mercado interno nesse momento, conforme ponderam os analistas. "E, o quadro é decorrente da postura dos produtores de retenção, muitos estão vendendo somente o necessário", afirma o consultor de mercado da França Junior Consultoria, Flávio França Junior.
Por outro lado, o Cepea também informou que a volta dos compradores ao mercado contribui para a formação do cenário. "Com baixos estoques e temendo encarar novamente um cenário difícil, como o verificado no primeiro semestre, compradores voltaram ao mercado", destacou o centro em nota.
"E o que impede uma explosão nos preços é que estamos fora das exportações. As cotações praticadas no mercado interno estão acima da paridade para exportação, o que inviabiliza o fechamento de novos negócios. E o movimento dos preços será balizado pela decisão do produtor de vender ou não o produto", ressalta o consultor.
O volume de milho embarcado no segundo semestre também deverá contribuir para direcionar as cotações. No acumulado, os embarques de milho estão próximos de 4 milhões de toneladas e ainda há mais de 2,7 milhões de toneladas nas filas de embarques. Segundo dados da Anec (Associação Nacional dos Exportadores de Cereais) o país deverá embarcar 23 milhões de toneladas ao longo de 2016.
Já a segunda safra deverá ficar próxima de 43 milhões de toneladas nesta temporada, segundo as projeções oficiais. Em contrapartida, os estoques de passagem são estimados em 4,47 milhões de toneladas de milho.
Bolsa de Chicago
Pelo segundo dia consecutivo, as cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) recuaram. Nesta terça-feira (26), as principais posições da commodity exibiram ligeiras quedas, entre 1,75 e 2,25 pontos. O vencimento setembro/16 era cotado a US$ 3,32 por bushel, enquanto o dezembro/16 era negociado a US$ 3,39 por bushel. Já o março/17 fechou o pregão a US$ 3,49 por bushel e queda de 2,00 pontos.
Mais uma vez, as cotações foram pressionadas pelo bom desenvolvimento da safra 2016/17 nos Estados Unidos, conforme informações do noticiário internacional. Mesmo com as temperaturas elevadas na semana anterior em grande parte do Meio-Oeste do país, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) manteve em 76% o percentual de lavouras em boas ou excelentes condições.
E, por enquanto, as previsões climáticas mais alongadas indicam temperaturas acima da normalidade, porém, ainda há indicativos de chuvas entre os dias 2 a 8 de agosto. As informações foram reportadas pelo NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país.
"Mais chuvas são previstas para essa semana, no período de 6 a 10 dias, o que deverá contrariar qualquer estresse de clima quente da próxima semana", disse Bob Burgdorfer, analista e editor do portal Farm Futures. Nessa temporada, os produtores podem colher até 369 milhões de toneladas de milho nesta safra.
Confira como fecharam os preços nesta terça-feira:
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