Milho: À espera do USDA, investidores ajustam posições e mercado fecha pregão desta 2ª feira em campo negativo
Após os bons ganhos registrados no final da semana anterior, as cotações futuras do milho encerraram o pregão desta segunda-feira (11) do lado negativo da tabela na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais posições do cereal finalizaram o dia com desvalorizações entre 6,00 e 7,00 pontos. O vencimento julho/16 era cotado a US$ 3,43 por bushel, enquanto o dezembro/16 a US$ 3,55 por bushel.
De acordo com o analista de mercado da Novo Rumo Corretora, Mário Mariano, o movimento baixista é decorrente da busca de um melhor posicionamento por parte dos investidores frente ao novo boletim do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Os novos números de oferta e demanda do órgão serão reportados nesta terça-feira (12).
Conforme projeções das agências internacionais, o departamento poderá indicar uma safra de milho próxima de 369,13 milhões de toneladas nesta temporada. "Caso o número seja confirmado, será um incremento de quase 3 milhões de toneladas do cereal em relação ao divulgado no mês anterior, de 366,54 milhões de toneladas", afirma o analista de mercado.
Do mesmo modo, os estoques finais da safra 2016/17 poderão subir de 51 milhões para 55,6 milhões de toneladas, ainda segundo projeções dos participantes do mercado. Já os estoques da safra 2015/16 são estimados em 45,32 milhões de toneladas. A produtividade média das lavouras do cereal deverá ser mantida em 177,8 sacas por hectare.
Em relação à área cultivada com o milho nesta temporada, o USDA indicou em 37,88 milhões de hectares no início de junho. Porém, recentemente, o departamento aumentou a área para mais de 38 milhões de hectares cultivados nesta safra.
Ao longo da sessão de hoje, as cotações futuras do cereal até esboçaram alguns ganhos com o suporte das previsões climáticas para o Meio-Oeste dos EUA. Isso porque, conforme dados do NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país - no período de 18 a 24 de julho, grande parte do Meio-Oeste dos EUA deverá registrar temperaturas bem acima da média. Já as chuvas, deverão ficar abaixo da normalidade no mesmo período.
No seu último boletim de acompanhamento de safras, o USDA manteve em 75% o índice de lavouras em boas ou excelentes condições. As estimativas serão atualizadas no final da tarde de hoje. No caso do cereal, as plantações em sua fase mais crítica, a de polinização, de extrema importância para a definição de produtividade, conforme ressaltam os especialistas.
Embarques semanais
Ainda hoje, o USDA divulgou o relatório de embarques semanais e no caso do milho, os números ficaram em 1.357,903 milhão de toneladas na semana encerrada no dia 7 de julho. O número ficou acima do divulgado na semana anterior, de 1.194,824 milhão de toneladas. Até o momento, os embarques de milho já totalizam 36.416,882 milhões de toneladas, contra as 37.923,448 milhões de toneladas registradas no mesmo período do ano anterior.
"No milho, tivemos um aumento de 14% em comparação com a semana anterior. Os fundos estão de olho na demanda e também na produção do cereal", pondera Mariano.
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Mercado no Brasil
Na BM&F Bovespa, as cotações futuras do cereal fecharam a sessão desta segunda-feira (11) em queda. As principais posições da commodity exibiram desvalorizações entre 0,29% e 1,16%. O contrato julho/16 era negociado a R$ 42,50 a saca. Já o setembro/16, referência para a safrinha, era cotado a R$ 43,75 a saca, com perda de 0,79%.
As cotações recuaram após os ganhos mais fortes observados nos dois últimos pregões da semana anterior. Os preços do cereal voltaram a subir diante da projeção da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) de 43 milhões de toneladas para a segunda safra de milho do país. No total, a perspectiva é que sejam colhidas 69 milhões de toneladas, entre primeira e segunda safra. Com isso, os estoques finais poderão chegar a 4,47 milhões de toneladas, abaixo do consumo mensal do Brasil, de 4,5 milhões de toneladas.
Enquanto isso, no Porto de Paranaguá, a saca do milho para entrega setembro/16 permaneceu estável nesse início de semana, cotada a R$ 34,00. No restante das praças pesquisadas pela equipe do Notícias Agrícolas o dia também foi de estabilidade. Em Jataí (GO), a cotação subiu 6,25%, com a saca a R$ 34,00. Contrariamente, o valor caiu 5%, com a saca a R$ 38,00 em Ponta Grossa (PR), já em Sorriso (MT), a perda ficou em 3,57% e a saca de milho a R$ 27,00.
"Estimativas da Conab indicando forte queda na produtividade nacional do milho segunda safra voltaram a preocupar compradores. Diante disso, produtores se retraíram ainda mais e o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (região de Campinas-SP), que vinha em forte queda desde meados de junho", informou o Cepea em nota.
Os investidores seguem acompanhando as informações sobre o andamento da colheita da segunda safra. "No Mato Grosso, temos no sul do estado áreas produzindo rendimentos menores, ao redor de 70 sacas por hectares, como é o caso de Primavera do Leste. E, nesse instante, temos uma retração dos vendedores no mercado", acredita o analista de mercado da Novo Rumo Corretora.
Dólar
Já a moeda norte-americana fechou o dia com leve alta, de 0,47%, cotada a R$ 3,3100 na venda. Segundo a agência Reuters, mais uma vez o Banco Central interviu no mercado para sustentar o câmbio, porém, a evolução da moeda foi limitada devido à expectativa de estímulos econômicos no Japão.
Confira como fecharam os preços nesta segunda-feira:
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