Milho: Após perdas expressivas, mercado inicia pregão desta 3ª feira próximo da estabilidade em Chicago
As cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) iniciaram o pregão desta terça-feira (8) com ligeira alta, próximas da estabilidade. Por volta das 7h42 (horário de Brasília), as principais posições do cereal exibiam ganhos entre 0,25 e 0,75 pontos. O vencimento dezembro/15 era cotado a US$ 3,69 por bushel, após encerrar o dia anterior a US$ 3,68 por bushel.
Ainda ontem, as cotações do cereal fecharam o pregão com perdas expressivas, entre 7,75 e 8,50 pontos. O mercado foi pressionado pela alta do dólar no cenário internacional e a queda mais forte registrada no preço do petróleo. Além disso, os investidores já começam a se preparar para o relatório de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que será reportado nesta quarta-feira (9).
Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:
Milho: Com influência da alta no dólar e no petróleo, mercado fecha pregão com forte queda na CBOT
As principais posições do milho fecharam o pregão desta segunda-feira (7) em campo negativo na Bolsa de Chicago (CBOT). Ao longo do dia, os futuros do cereal ampliaram as perdas e encerraram com quedas entre 7,75 e 8,50 pontos. O vencimento dezembro/15 era cotado a US$ 3,68 por bushel, depois de iniciar a sessão a US$ 3,74 por bushel.
De acordo com a analista de mercado da FCStone, Ana Luiza Lodi, a quda é decorrente de uma movimentação técnica após os ganhos recentes. Na semana anterior, as cotações do cereal acumularam valorizações entre 3,76% e 4,73%. "Então, temos um movimento de ajuste de posições, pois na próxima quarta-feira (9) já teremos o novo boletim de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos)", afirma.
Além disso, a alta do dólar registrada no mercado internacional também contribuiu para pressionar os preços do milho em Chicago. Isso porque há especulações no mercado de que na próxima semana o Federal Reserve, banco central americano, poderá elevar as taxas de juros no país. Paralelamente, a forte queda no petróleo também foi outro fator que ajudou a dar o tom negativo aos preços. Perto das 17h13 (horário de Brasília), o petróleo exibia queda de 2,11% e era cotado a US$ 37,86 o barril.
"A queda mais forte no petróleo acabou segurando o mercado de etanol e também o de milho. E os números dos embarques permanecem fracos e não deram sustentação ao mercado. Os produtores americanos continuam fora das vendas. Inclusive, tivemos um mercado técnico e que perdeu um suporte importante. Ainda assim, a queda de hoje foi exagerada, podemos ver amanhã uma tentativa de recuperação", afirma o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze.
Ainda hoje, o USDA indicou que na semana encerrada no dia 3 de dezembro, os embarques de milho somaram 491,879 mil toneladas. Segundo dados do site internacional Pro Farmer, o número ficou acima do indicado na semana anterior, de 298,692 mil toneladas, porém, dentro das estimativas do mercado, entre 400 mil a 600 mil toneladas. Contudo, os embarques estão 24,7% abaixo do registrado no mesmo período do ano anterior.
E nem mesmo o anúncio da venda de 115 mil toneladas do grão ao México, foram suficientes para segurar os ganhos registrados ao longo da sessão segundo dados das agências internacionais. O volume negociado deverá ser entregue na temporada 2015/16. As informações foram reportadas pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
Já na América do Sul há rumores sobre o comportamento climático e o efeito para as lavouras do Brasil e também o plantio na Argentina. Ainda na semana anterior, a Informa Economics reduziu a sua projeção para a safra brasileira para 81,3 milhões de toneladas nesta temporada. Já a consultoria Safras & Mercado apontou a produção brasileira de milho da safra 2015/16 em 89,296 milhões de toneladas.
Ainda na Argentina, as especulações estão em torno da retirada das tarifas para a exportação de milho. A promessa foi feita pelo candidato eleito à presidência do país, Maurício Macri. "Para o cereal, a retirada dos impostos, ao redor de 20%, poderia incentivar mais o plantio de milho em detrimento da soja", informou o site internacional Agrimoney. A perspectiva é que os produtores argentinos aumentem a área destinada ao cereal já nesta temporada.
Mercado interno
No Porto de Paranaguá, o preço da saca do milho permaneceu estável em R$ 34,00 a saca nesta segunda-feira (7). Apesar da alta registrada no câmbio, as perdas mais fortes observadas nos preços futuros em Chicago acabaram pesando sobre a cotação. Por sua vez, a moeda norte-americana avançou 0,53%, fechando o dia a R$ 3,7589 na venda. Nas últimas quatro sessões, o câmbio acumulou perda de 3,80%.
Conforme dados da agência Reuters, o dólar fechou em alta frente ao real acompanhando o movimento no mercado externo. Além das especulações sobre a reunião do Federal Reserve, que deverá ser feita na próxima semana, a queda no petróleo e aumento na aversão ao risco contribuíram para a pressão negativa no câmbio.
"O mercado brasileiro segue com poucos negócios, mas os embarques continuam fortes. Apesar de que temos um atraso nos embarques nos portos de São Francisco do Sul, Paranaguá e Santos. E com a recente acomodação dos preços, os produtores pararam de negociar e querem ver o plantio da soja andar", explica Brandalizze.
No caso das exportações, o Brasil fechou o mês de novembro com mais um volume recorde embarcado, de 4,75 milhões de toneladas e, média diária de 237,9 mil toneladas. As informações foram divulgadas pela Secex (Secretaria de Comércio Exterior). Para essa temporada, muitos analistas apostam que as exportações possam superar o volume de 33 milhões de toneladas.
BM&F Bovespa
As cotações futuras do milho negociadas na BM&F Bovespa fecharam o pregão desta segunda-feira em campo misto. Os dois primeiros vencimentos acumularam perdas entre 0,95% e 2,26%, com o vencimento janeiro/16 negociado a R$ 35,52 a saca. Já a posição setembro/16 exibiu ligeira alta de 0,58%, cotada a R$ 34,45 a saca.
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