Milho: De olho na colheita americana, mercado mantém tom negativo na sessão desta 3ª feira em Chicago

Publicado em 27/10/2015 11:50

Durante o pregão desta terça-feira (27), os futuros na Bolsa de Chicago (CBOT) dão continuidade ao movimento negativo. As principais posições do cereal ampliaram a queda e, por volta das 12h03 (horário de Brasília) exibiam perdas entre 0,50 e 1,50 pontos. O contrato dezembro/15 era cotado a US$ 3,83 por bushel, depois de iniciar a sessão a US$ 3,84 por bushel. Apenas o vencimento setembro/16 registrava ligeira alta e era negociado a US$ 4,02 por bushel, com ganho de 0,75 pontos.

As cotações futuras da commodity voltaram a trabalhar em queda, após os ganhos registrados no dia anterior. Nesta segunda-feira, os contratos do milho exibiram uma correção técnica positiva depois das desvalorizações recentes. Entretanto, os analistas ressaltam que, nesse momento, faltam informações no mercado que possam impulsionar as cotações do cereal no mercado internacional.

O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) informou que até o último domingo (25), pouco mais de 75% da área plantada com o cereal nesta temporada já havia sido colhida. Na semana anterior, o número estava em 59%. Já as expectativas do mercado estavam entre 68% e 75%. Enquanto isso, no mesmo período do ano anterior, cerca de 44% da área havia sido colhida. A média dos últimos cinco anos é de 68%.

"A colheita do milho nos EUA está caminhando para a finalização e para termos uma corrida positiva nos preços teríamos que ter problemas relacionados ao clima no país, como o excesso de chuvas ou até mesmo a ocorrência de uma nevasca. Nesse momento, a demanda mundial está bem tranquila", disse o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, em entrevista ao Notícias Agrícolas.

E, pelo menos por enquanto, as previsões indicam chuvas em algumas localidades do Meio-Oeste americano, entre os dias 01 a 5 de novembro. Por outro lado, as temperaturas permanecem elevadas e deverão ficar entre 40% até 90% acima da normalidade, conforme informações reportadas pelo NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país.

Contudo, o banco Morgan Stanley divulgou nesta terça-feira que a "fraqueza de curto prazo" nas exportações do grão nos EUA pode estar "exacerbada" pela recente valorização cambial, estimulada pelos últimos movimentos positivos da política monetária chinesa e da Zona do Euro. Além disso, o analista do banco ressalta que a atual baixa nos preços cria uma "oportunidade de ouro" para os compradores, com as cotações próximas dos US$ 3,60 por bushel.

O executivo também destacou que as cotações do cereal contam com um "suporte extra" da necessidade de preços mais elevados para que "a área de plantio com o grão seja defendida nos EUA de uma troca de cultura, como a soja, por exemplo, e evitando um ajuste muito severo dos estoques do país no ciclo 2016/17", completa. Diante desse cenário, a instituição financeira aposta em preços próximos do patamar de US$ 4,25 por bushel em 2016.

Mercado interno

Enquanto isso, na bolsa brasileira, a terça-feira também é negativa aos contratos futuros do milho. Por volta das 12h28 (horário de Brasília), os principais contratos do cereal exibiam desvalorizações entre 0,14% e 0,55%. A posição novembro/15 era cotada a R$ 34,45 a saca.

Mais uma vez, as cotações são influenciadas pelo comportamento cambial. Nesta terça-feira, a moeda norte-americana era cotada a R$ 3,9079 na venda, com queda de 0,22%. De acordo com dados do site G1, os investidores aguardam a decisão do Federal Reserve, banco central norte-americano, e seguem cautelosos. O cenário político e econômico no Brasil também permanece em foco.

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Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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