Milho: Na CBOT, mercado fecha em alta pelo 2º dia consecutivo com expectativa de redução na safra dos EUA
Na Bolsa de Chicago (CBOT), as cotações do milho fecharam a sessão desta terça-feira (6) do lado positivo da tabela. As principais posições do cereal encerraram em alta pelo 2º dia consecutivo, com ganhos entre 4,75 e 5,00 pontos. O contrato dezembro/15 era cotado a US$ 3,98 por bushel, depois de começar o pregão a US$ 3,93 por bushel. Os demais vencimentos da commodity se mantiveram acima do patamar dos US$ 4,00 por bushel.
Segundo informações reportadas pelo site Farm Futures, o mercado encontrou suporte no movimento dos investidores, que buscam um melhor posicionamento frente ao relatório de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). O boletim será divulgado na próxima sexta-feira (9) e pode trazer revisões na estimativa da produção norte-americana do grão.
"A perspectiva do mercado é que o departamento indique a produção norte-americana de milho próxima de 342,16 milhões de toneladas, contra os 344,95 milhões de toneladas projetados anteriormente", disse Bob Burgdorfer, analista e editor do portal.
Outro fator que também permanece no foco dos investidores é o avanço da colheita do grão no país. Ainda nesta segunda-feira, o USDA indicou a área colhida completa em 27% até o último domingo, contra os 18% estimados anteriormente. O índice está acima do registrado no mesmo período de 2014, de 16%, mas abaixo da média dos últimos cinco anos, de 32%.
No boletim, o USDA ainda estimou que cerca de 68% das plantações do cereal estão em boas ou excelentes condições. Mesmo percentual registrado na semana anterior. O índice de lavouras maduras foi projetado em 86%, frente aos 71% relatados na última semana.
E, pelo menos por enquanto, o clima não se mostra desfavorável ao andamento dos trabalhos nos campos. No intervalo dos dias 11 a 15 de outubro, as chuvas ficarão até 50% abaixo da média, conforme projeções do NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país. No mesmo período, as temperaturas deverão subir e ficar até 70% mais altas.
Além disso, as altas mais fortes observadas no trigo no mercado internacional também deram sustentação às cotações do milho. E o mercado tem encontrado resistência nos níveis entre US$ 3,95 a US$ 4,00 por bushel, mas caso as cotações superem esse nível poderão buscar os US$ 4,20 por bushel. Paralelamente, os contratos do cereal encontram suporte no patamar de US$ 3,80 por bushel.
Mercado interno
Os ganhos registrados no mercado internacional acabaram amenizando as perdas observadas no câmbio e o preço da saca do milho para entrega outubro/15 permaneceu estável em R$ 34,50 no Porto de Paranaguá. Na região de São Gabriel do Oeste (MS), os preços recuaram 8,00%, com a saca do cereal a R$ 23,00. Em Jataí (GO), a queda foi de 2,00% e a saca negociada a R$ 24,50.
Na contramão desse cenário, o preço da saca do grão subiu 11,11% em Campo Novo do Parecis (MT), para R$ 20,00. Em Tangará da Serra, também no estado mato-grossense, a cotação registrou alta de 2,50%, com a saca a R$ 20,50. Na região de Não-me-toque (RS), a valorização foi menor, ao redor de 1,85%, com a saca a R$ 27,50. Nas demais praças pesquisadas pelo Notícias Agrícolas o dia foi de estabilidade.
Já o câmbio fechou o dia a R$ 3,8429 na venda, com queda de 1,48%. Conforme dados reportados pela agência Reuters, o dólar ainda refletiu as apostas de que o Federal Reserva, banco central norte-americano, elevará a taxa de juros no país somente no próximo ano.
A movimentação negativa no dólar também influenciou o andamento dos negócios na BM&F Bovespa e as principais posições da commodity finalizaram a sessão desta terça-feira em campo negativo e perdas entre 0,97% e 2,96%. O vencimento novembro/15 era cotado a R$ 34,05 a saca.
Apesar das quedas, os preços permanecem sustentados e a recente valorização cambial tem gerado boas oportunidades de negócios aos produtores brasileiros também para a safrinha de 2016. E a perspectiva é que a partir de agora sejam relatados bons volumes do cereal sendo exportados nos portos do país. Para essa temporada, tanto os analistas como as consultorias privadas apostam em exportações recordes de milho.
Por outro lado, os agricultores dão continuidade ao plantio do cereal na safra de verão. De acordo com levantamento divulgado pela consultoria Safras & Mercado, até o final da última semana, a semeadura do grão já estava completa em 34% da área na região Centro-Sul.
Confira como fecharam os preços nesta terça-feira:
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