Milho: De olho no andamento da colheita, preços voltam a operar em campo positivo nesta 3ª feira na CBOT
Ao longo do pregão desta terça-feira (6), os futuros do milho na Bolsa de Chicago (CBOT) voltaram a trabalhar do lado positivo da tabela. Depois das ligeiras perdas iniciais, as principais posições da commodity exibiam ganhos entre 2,75 e 3,25 pontos, por volta das 11h23 (horário de Brasília). O contrato dezembro/15 era cotado a US$ 3,96 por bushel após começar o pregão a US$ 3,93 por bushel. Os demais vencimentos eram negociados acima dos US$ 4,00 por bushel.
De acordo com informações reportadas pelo site internacional Pro Farmer, o mercado é sustentado pelo índice da área colhida nos Estados Unidos, que ficou abaixo do que a maioria dos investidores apostava. Ainda nesta segunda-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) indicou a colheita completa em 27% da área cultivada nesta temporada até o último domingo. Na semana anterior, o percentual colhido estava em 18%.
Já no mesmo período do ano anterior, a colheita estava completa em 16% da área. A média dos últimos cinco anos é de 32%. No boletim, o departamento ainda manteve o índice de plantações em boas ou excelentes condições em 68%. "A colheita caminha de forma mais lenta do Oeste do cinturão produtor, uma vez que os agricultores estão mais concentrados na colheita da soja", disse o analista e editor da Farm Futures, Bryce Knorr.
"A situação pode atrasar uma possível baixa no mercado, o que permitiria uma breve rodada de venda de posições depois do boletim de oferta e demanda do USDA, que será divulgado na próxima sexta-feira (9)", relata o analista de mercado da Pro Farmer, Rico Posson. E os investidores já buscam um melhor posicionamento frente ao relatório do órgão norte-americano.
"O atrativo do relatório está em torno dos números de produção dos EUA. Pessoalmente, não acredito em grandes alterações, talvez no milho haja algum ajuste negativo; na soja também pode haver. Mas, de maneira geral, as consultorias se renderam aos números do USDA, sobretudo na soja que havia mais disparidade. Todos viram que a safra estava em boa forma", explica Camilo Motter, analista de mercado e economista da Granoeste Corretora de Cereais.
Enquanto isso, as previsões climáticas apontam para uma redução das chuvas no Meio-Oeste, em até 50%, no período de 11 a 15 de outubro. Em contrapartida, as temperaturas deverão ficar mais altas no mesmo intervalo, em até 70%. As projeções foram divulgadas pelo NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país.
Ainda assim, os analistas ressaltam que a demanda doméstica permanece aquecida no país. Contudo, o mercado tem resistência próxima de US$ 3,95 a US$ 4,00 por bushel, porém, se as cotações romperem o nível de US$ 4,00 por bushel podem buscar os US$ 4,20 por bushel. Já o suporte dos contratos de milho está em US$ 3,80 por bushel. Além disso, as altas observadas nos contratos vizinhos da soja e do trigo também contribuem para dar sustentação aos preços do cereal em Chicago.
Mercado interno
Em mais queda observada no dólar, o preço da saca do milho para entrega em outubro/15 também recuou e era cotada a R$ 34,00, com perda de 1,45%, no Porto de Paranaguá. Por sua vez, a moeda norte-americana era cotada a R$ 3,84, com queda de 1,64%, próximo das 11h51 (horário de Brasília).
Segundo dados reportados pela agência Reuters, o câmbio acompanha a queda da moeda norte-americana nos mercados externos, em um dia de poucos negócios. Entretanto, os investidores também mantinham a cautela frente às incertezas políticas e econômicas no Brasil.
Na BM&F Bovespa, a terça-feira também é negativa aos contratos futuros do cereal, com influência do câmbio. Por volta das 11h34 (horário de Brasília), os vencimentos do milho registravam perdas entre 0,85% e 0,94%.
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