Milho: Em Chicago, mercado inicia sessão desta 3ª feira com ligeiras perdas, próximo da estabilidade
As cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) começaram a sessão desta terça-feira (29) com ligeiras quedas. Por volta das 8h03 (horário de Brasília), os principais contratos do cereal exibiam perdas entre 1,00 e 1,75 pontos. O vencimento dezembro/15 era cotado a US$ 3,85 por bushel, depois de encerrar o dia anterior a US$ 3,86 por bushel.
A colheita do cereal nos Estados Unidos permanece sendo o foco dos participantes do mercado. Há relatos vindos dos campos de que os índices de produtividade das lavouras do grão estão elevados em Illinois. Além disso, os investidores também apostavam em forte avanço nos trabalhos nos campos, porém, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) indicou a colheita completa em 18% da área semeada nesta temporada.
Na semana anterior, o percentual era de 10%. A média para esse período é de 23% e em igual período do ano passado, o índice estava em 11%. O departamento ainda informou que cerca de 97% das plantações estão na fase de milho dentado e 71% em estágio de maturação.
Paralelamente, os investidores já se posicionam para o boletim de estoques trimestrais que será reportado nesta quarta-feira (30). Em seu último relatório, o órgão indicou os estoques trimestrais de milho em 112,928 milhões de toneladas até 1º de junho.
Confira como fechou o mercado nesta segunda-feira:
Milho: Com novo impulso do dólar, preço retoma o patamar de R$ 35,50/sc no Porto de Paranaguá
No Porto de Paranaguá, a saca do milho para entrega outubro/15 subiu 5,97% e terminou a segunda-feira (28) cotada a R$ 35,50. Em Tangará da Serra (MT), a alta foi de 8,11%, com a saca negociada a R$ 20,00. Os preços também subiram para R$ 25,50 a saca do grão em Ubiratã e Londrina, ambas no Paraná, e ganho de 2,00%. O início da semana também foi positivo para a região de Não-me-toque (RS), onde a saca do cereal registrou ganho de 1,89%, com o preço a R$ 27,00.
Como principal fator de suporte aos preços do cereal está a disparada do câmbio. Nesta segunda-feira, o dólar fechou a sessão negociado a R$ 4,1095 na venda, com ganho de 3,37%. A valorização foi a maior desde 21 de setembro de 2011. Segundo dados da agência Reuters, o mercado acabou pressionando o Banco Central após reforçar a atuação no mercado de câmbio. Além disso, a aversão ao risco nas praças internacionais e as apreensões com a possibilidade de novos rebaixamentos da classificação de risco do Brasil contribuíram para impulsionar o câmbio.
Segundo levantamento da Scot Consultoria, o preço do milho chegou a R$ 31,00, sem o frete e para entrega imediata na região de Campinas (SP). O ganho foi de 15,4% em comparação com a média observada no mês de agosto de 2015. Em relação ao mês de setembro de 2014, o milho está custando 41% mais. O preço praticado atualmente é o maior desde abril de 2014 e a perspectiva ainda é de preços firmes no curto e médio prazo, ainda conforme dados da consultoria.
A moeda norte-americana valorizada também tem sustentado as cotações do milho nos portos brasileiros, uma vez que dá suporte à paridade de exportação, segundo informou o Cepea. Com isso, tanto os vendedores quanto os importadores estão aproveitando as oportunidades para realizar novos contratos de exportação.
"Consequentemente, diminui a oferta no spot, favorecendo o aumento das cotações no mercado interno", informou o Cepea em nota. Enquanto isso, a perspectiva é que os embarques de milho ganhem ritmo nas próximas semanas, já que os line-ups sinalizam muitos navios a serem carregados.
Até a terceira semana de setembro, as exportações de milho somaram 1,66 milhão de toneladas. A média diária ficou em 127,8 mil toneladas, conforme dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior). Os números atualizados devem ser reportados ainda nessa semana.
A FCStone reportou nesta segunda-feira que as exportações brasileiras poderão ser recordes nesta temporada. Podendo ultrapassar o recorde registrado em 2013, de pouco mais de 26 milhões de toneladas de milho embarcadas. “Apesar de os dados da Secex ainda não estarem trazendo exportações de milho em níveis mais altos, em meio do contexto favorável, o acompanhamento mensal feito pela Associação Nacional dos Exportadores de Cereal, ANEC, traz um volume de embarques mais elevado”, observa a analista da INTL FCStone, Ana Luiza Lodi.
Bolsa de Chicago
A sessão desta segunda-feira (28) foi negativa aos preços futuros do milho na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais posições do cereal finalizaram o dia com quedas entre 2,25 e 2,50 pontos. O vencimento dezembro/15 era cotado a US$ 3,86 por bushel, depois de iniciar o pregão a US$ 3,90 por bushel.
De acordo com informações das agências internacionais, o mercado foi pressionado pela perspectiva de avanço na colheita do milho nos Estados Unidos. Os investidores apostam que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) indique a área colhida próxima de 22% no final da tarde de hoje, em seu novo boletim de acompanhamento de safras.
"A pressão da colheita aumenta para o milho e as previsões de tempo apontam para clima mais seco e temos poucas ameaças para o progresso dos trabalhos nos campos", disse Bob Burgdorfer, analista e editor do site internacional Farm Futures.
Se confirmada a projeção, os produtores norte-americanos terão avançado em 12% os trabalhos nos campos em uma semana. A última indicação do departamento era de uma área colhida em torno de 10%. A estimativa é fundamentada no clima registrado nos últimos dias no Meio-Oeste, favorável para a evolução da colheita do cereal no país.
Para os próximos dias, no intervalo de 6 a 10 dias, o NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país - indica chuvas pouco acima do normal e mais generalizadas no Corn Belt. No mesmo período, as temperaturas deverão ficar dentro da normalidade, podendo chegar até ficar abaixo da média em algumas localidades, segundo o indicado nos mapas abaixo.
Precipitação prevista nos EUA no intervalo de 3 a 7 de outubro - Fonte: NOAA
Temperatura prevista nos EUA entre os dias 3 a 7 de outubro - Fonte: NOAA
Os investidores ainda estão atentos aos relatos sobre a produtividade das lavouras norte-americanas. Isso porque, ainda há incertezas de que a projeção do USDA para essa temporada, de 177,27 sacas de milho por hectare, se confirme. A perspectiva é que sejam colhidas ao redor de 345,08 milhões de toneladas do cereal nesta safra.
Ainda hoje, o departamento informou que os embarques de milho somaram 809,38 mil toneladas até a semana encerrada no dia 24 de setembro. O volume ficou dentro das expectativas do mercado que estavam entre 736 mil a 939 mil toneladas do grão. Ainda assim, os embarques ficaram acima do divulgado na semana passada, de 735,535 mil toneladas.
Paralelamente, os participantes do mercado já começam a se preparar para o próximo relatório de estoques trimestrais, que será divulgado na próxima quarta-feira (30). Em seu último boletim, o departamento indicou os estoques trimestrais de milho em 112,928 milhões de toneladas até 1º de junho.
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