Milho: Na CBOT, mercado inicia sessão desta 5ª feira com ligeiras quedas, próximo da estabilidade

Publicado em 24/09/2015 08:18

Os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) iniciaram a sessão desta quinta-feira (24) com leves quedas, próximos da estabilidade. As principais posições do cereal exibiam perdas entre 1,50 e 1,75 pontos, por volta das 8h04 (horário de Brasília). O contrato dezembro/15 era cotado a US$ 3,81 por bushel, depois de fechar o dia anterior a US$ 3,83 por bushel.

Sem novidades, os participantes do mercado permanecem focados no andamento da colheita do milho nos EUA. Até o início dessa semana, cerca de 10% da área cultivada nesta temporada já havia sido colhida, conforme dados oficiais do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). E, por enquanto, as previsões climáticas ainda indicam clima favorável para o avanço dos trabalhos nos campos.

Ainda hoje, o departamento norte-americano reporta novo boletim de vendas para exportação. Na semana anterior, as vendas somaram 533 mil toneladas do grão, dentro das perspectivas do mercado que estavam entre 400 mil a 600 mil toneladas do cereal.

Confira como fechou o mercado nesta quarta-feira:

Milho: Com alta do câmbio, preços chegam a R$ 39,00/sc em Paranaguá, porém, negociações são pontuais

Frente à forte valorização do dólar registrada nesta quarta-feira (23), os preços do milho subiram nos portos brasileiros. Na média, o ganho foi de 1,43% em Paranaguá, com a saca para entrega outubro/15 cotada a R$ 35,50. Porém, ao longo do dia, os valores se aproximaram dos R$ 39,00 a saca para entrega em novembro/15. Contudo, o consultor em agronegócio, Ênio Fernandes, explica que, apesar da disparada do câmbio, os negócios foram bem pontuais.

A moeda norte-americana fechou o dia próximo de R$ 4,13 na venda e ganho de 2,25%. Mas na máxima da sessão, o câmbio chegou a R$ 4,1457 e valorização de 2,27%. Mais uma vez, o dólar foi impulsionado pelas preocupações com o cenário político e econômico no Brasil, reforçado por temores externos. Durante o dia, o Banco Central intensificou a intervenção no dólar, com o anúncio de novos leilões.

Os analistas ressaltam que diante da oscilação no dólar, tanto os vendedores como os compradores ficam mais cautelosos. "Com o movimento de alta no câmbio, os produtores acabam retraindo as vendas, uma vez que o cenário gera incertezas sobre o que fazer", ratifica o consultor de mercado da Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica, Carlos Cogo.

Além disso, os produtores rurais de Goiás e Mato Grosso já negociaram ao redor de 85% da safrinha de 2015. Já no Paraná, o percentual chega a 65% e em São Paulo em torno de 70%, conforme destaca o consultor. Na totalidade, o analista da Céleres Consultoria, Anderson Galvão, acredita que em torno de 60% da safrinha brasileira desse ano já tenha sido comprometida.

"Já para a próxima safra foram realizados alguns negócios, mas não em grandes volumes. E a comercialização foi feita por produtores mais pragmáticos", ressalta Fernandes. Para a próxima temporada, cerca de 12% da safra do estado de GO já foi negociada antecipadamente. No MT, o índice é de 15%, em contrapartida, no Mato Grosso do Sul e no Paraná, o volume comercializado até o momento não é muito expressivo, ainda segundo informações do consultor em agronegócio.

"Muitos produtores, especialmente do Centro-Oeste fecharam negócios recentemente para a safrinha de 2016 com valores ao redor de R$ 23,00 a R$ 25,00 a saca do cereal", diz o analista da Céleres Consultoria.

Paralelamente, Galvão ainda ressalta que com a alta da moeda norte-americana favorece o mercado de exportação. "Com isso, podemos chegar ao final de 2015 com os embarques próximos das 27 milhões de toneladas de milho", completa. Até a terceira semana de setembro, as exportações somaram 1.661,5 milhão de toneladas, com média diária de 127,8 mil toneladas.

"No caso do milho, o mercado interno não consegue cobrir as ofertas para exportação. No Mato Grosso tivemos um aumento de R$ 1,00 por saca de milho para exportação nos últimos dias. E o produto brasileiro é o mais competitivo no mundo e muito procurado nesse momento", enfatiza Cogo.

Bolsa de Chicago

As cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram o pregão desta quarta-feira (23) em campo positivo, com ligeiras altas. As principais posições do cereal fecharam a sessão com ganhos entre 2,50 e 3,00 pontos. O vencimento dezembro/15 era cotado a US$ 3,83 por bushel, depois de iniciar o dia a US$ 3,84 por bushel.

Na visão dos analistas, a sessão de hoje de recuperação depois das perdas observadas no dia anterior. Entretanto, os fundamentos permanecem inalterados e os investidores continuam acompanhando a evolução da colheita do milho norte-americano. Até o início dessa semana, os números oficiais apontavam para a área colhida ao redor de 10% no país.

E, por enquanto, as previsões climáticas ainda indicam um clima favorável para os trabalhos nos campos nos EUA. "Mesmo com a previsão de chuvas entre hoje a quinta-feira em algumas partes do Meio-Oeste, o que pode retardar a colheita, os atrasos deverão ser breves, já que a projeção a longo prazo aponta para um clima mais seco", ressalta Bob Burgdorfer, analista e editor da Farm Futures.

Nos próximos dias, as chuvas deverão ficar abaixo da média e as temperaturas mais altas no Corn Belt. Por outro lado, os participantes do mercado também observam os relatos vindos dos campos a respeito da produtividade das lavouras. O sentimento é que o rendimento médio fique abaixo da estimativa oficial de 177,27 sacas do grão por hectare.

Previsão de chuvas nos EUA entre os dias 28 de setembro a 2 de outubro - Fonte: NOAA

Previsão de chuvas nos EUA entre os dias 28 de setembro a 2 de outubro - Fonte: NOAA

Temperatura prevista nos EUA entre os dias 28 de setembro a 2 de outubro - Fonte: NOAA

Temperatura prevista nos EUA entre os dias 28 de setembro a 2 de outubro - Fonte: NOAA

Outro fator que também contribuiu para a sustentação dos preços do cereal foi a forte alta registrada nos contratos do trigo. Por sua vez, o movimento positivo do trigo é decorrente das preocupações com as safras da Europa Central e Oriental devido ao tempo mais seco, ainda conforme dados da Farm Futures.

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Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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