Milho: Preços exibem leves quedas na manhã desta 2ª feira em Chicago
As cotações futuras do milho iniciaram a semana em campo negativo na Bolsa de Chicago (CBOT). Por volta das 8h11 (horário de Brasília), as principais posições da commodity exibiam perdas entre 1,50 e 2,00 pontos. O vencimento dezembro/15 era cotado a US$ 3,75 por bushel, depois de encerrar a sessão da última sexta-feira a US$ 3,77 por bushel.
Na semana anterior, os contratos do cereal acumularam perdas entre 2,01% e 2,52%. Os analistas explicam que os investidores permanecem focados no andamento da colheita norte-americana. Os dados oficiais apontam para uma área colhida ao redor de 5% nos Estados Unidos. No final da tarde de hoje, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reporta novo boletim com os números de área colhida.
Além disso, nesta segunda-feira, o departamento também divulga o relatório de embarques semanais, importante indicador da demanda. Na semana passada, os embarques somaram 711,178 mil toneladas.
Confira como fechou o mercado na última sexta-feira:
Milho: Com impulso do câmbio, preços acumulam ganho semanal de até 10% no interior do Brasil
A alta do dólar permanece dando suporte aos preços do milho no Brasil. Ao longo dessa semana, as cotações do cereal acumularam altas de até 10%, como é o caso de São Gabriel do Oeste (MS), onde a saca é cotada a R$ 22,00. Em Tangará da Serra (MT), a saca do grão subiu de R$ 17,50 para R$ 19,00, com ganho de 8,57%. Em Ubiratã e Londrina, ambas praças do Paraná, a valorização semanal foi de 4,50%, com a saca a R$ 23,20.
Na região de Jataí (GO), os preços subiram 4,35%, com a saca do milho negociada a R$ 24,00. Já em Não-me-toque (RS), o ganho foi de 4,08% e a saca cotada a R$ 25,50, em Cascavel (PR), a saca terminou a semana a R$ 23,20 e alta de 3,11%. Em Paranaguá, a alta foi de 3,03% e saca cotada a R$ 34,00, no terminal de Santos, a saca é negociada a R$ 35,50 e ganho de 1,43%. Nas demais praças pesquisadas pelo Notícias Agrícolas a semana foi de estabilidade.
Enquanto isso, os preços futuros praticados na BM&F Bovespa acumularam valorizações entre 1,26% e 3,22% no balanço semanal. Nesta sexta-feira (18), as principais posições da commodity exibiram ganhos entre 1,29% e 4,04%. O contrato novembro/15 era cotado a R$ 35,58 a saca, depois fechar o dia anterior a R$ 34,20/sc.
A moeda norte-americana fechou a sessão desta sexta-feira a R$ 3,9582 na venda, com alta de 1,96%. O patamar é o maior desde 10 de outubro de 2002, quando o câmbio chegou na máxima histórica de R$ 3,99. Conforme dados da agência Reuters, as especulações sobre mais um rebaixamento do Brasil, frente ao cenário de deterioração das contas públicas e instabilidade política deram suporte ao dólar.
Durante essa semana, o consultor de mercado da MGS Rural, Márcio Genciano, disse que a perspectiva é de preços melhores para o cereal mais adiante, acima dos atuais patamares praticados. "Temos um dólar forte, redução na área cultivada com o milho na safra de verão e na Argentina, problemas de estiagem na Europa e tudo isso ajuda na formação de preços. O produtor que tem milho disponível pode aguardar e vender mais para frente. Precisamos esperar as exportações ganharem ritmo, o que deve acontecer de outubro em diante", explicou.
Os embarques de milho ainda não ganharam ritmo, "mas os line-ups se mostram elevados nos portos brasileiros", conforme ressalta a analista de mercado da FCStone, Ana Luiza Lodi. Na parcial acumulada em setembro, as exportações de milho somam 1,061 milhão de toneladas. De fevereiro de 2015 até o dia 4 de setembro, os embarques do grão totalizaram 6,36 milhões de toneladas. Para essa temporada, a projeção é que o volume embarcado seja elevado e supere o recorde de 2013, de 26 milhões de toneladas.
Ainda assim, a greve dos fiscais agropecuários, iniciada nesta quinta-feira, já está afetando a emissão de certificados fitossanitários e as exportações de milho no país, conforme informou a Anec (Associação Nacional dos Exportadores de Cereais). Isso porque, no caso do cereal são necessários mais certificados, uma vez que são vários os importadores.
"São vários importadores, é um mercado mais pulverizado, são granjeiros, não são grandes tradings, como o caso da soja. E para cada importador tem que ter um certificado, isso vai dar um trabalho maior. Ainda é prematuro estimar perdas pela greve", disse o diretor-geral da Anec, Sérgio Mendes em entrevista à agência Reuters.
Safra brasileira
Ainda nesta sexta-feira, a Safras & Mercado informou que os produtores brasileiros deverão colher ao redor de 88,569 milhões de toneladas de milho na safra 2015/16. A projeção está acima do registrado nesta temporada, de 86,228 milhões de toneladas do grão.
No total, entre primeira e segunda safra, a área cultivada deverá ocupar 15,721 milhões de hectares, um crescimento de 1% em relação à safra passada, de 15,564 milhões de toneladas. Para a safra de verão, a perspectiva é que a área semeada recue 9% e fique em 4,099 milhões de hectares, contra os 4,536 milhões de hectares da safra 2014/15.
Em contrapartida, a safrinha deverá registrar um incremento na área plantada ao redor de 6,5%. A projeção é que sejam cultivados 10,042 milhões de hectares com o cereal, frente os 9,426 milhões de hectares observados na safrinha de 2015.
Bolsa de Chicago
A semana foi negativa às principais posições do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT). Os contratos acumularam quedas entre 2,01% e 2,52%. Já nesta sexta-feira (18), os contratos consolidaram o 4º dia consecutivo de perdas, com desvalorizações entre 2,00 e 2,50 pontos. O contrato dezembro/15 era cotado a US$ 3,77 por bushel, depois de iniciar o dia a US$ 3,80 por bushel.
Após o boletim de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que indicou uma safra menor, em relação ao relatório anterior, ao redor de 345,08 milhões de toneladas e que deu suporte aos preços, os investidores voltaram às atenções para os trabalhos de colheita no país. Até o último domingo (13), em torno de 5% da área cultivada nesta temporada já havia sido colhida.
E a perspectiva dos investidores é que com o tempo seco nessa semana, os produtores tenham conseguido avançar com a colheita do grão. E as chuvas previstas para o final de semana deverão contribuir para a manutenção das lavouras em boas condições, conforme dados das agências internacionais. Segundo dados do NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país -, no intervalo entre os dias 23 a 27 de setembro, as chuvas ficarão abaixo da média e as temperaturas acima da normalidade, de acordo o indicado nas imagens abaixo:
Temperaturas previstas nos EUA entre os dias 23 a 27 de setembro - Fonte: NOAA
Chuvas previstas nos EUA entre os dias 23 a 27 de setembro - Fonte: NOAA
"Com isso, temos a pressão sazonal nos mercados de milho e soja", informou o Pro Farmer. Já para a próxima segunda-feira (21), os participantes do mercado apostam que o USDA aponte a área colhida com o cereal entre 11% e 14%.
Ainda nesta quinta-feira, o Federal Reserve, banco central norte-americano, manteve inalterada a taxa de juros no país. A medida é decorrente da preocupação com a fraqueza econômica mundial, porém, o Fed não descartou uma possibilidade de ajuste na política monetária ainda em 2015.
Safra da União Europeia
A produção de milho da Ucrânia deverá reduzir em torno de 20% e não deve ultrapassar 23 milhões de toneladas nesta temporada. A situação é decorrente do clima quente e seco observado ao longo do mês de agosto, o mais seco desde 1961.
"Nossos agrícolas podem perder entre 5 a 6 milhões de toneladas de milho devido ao mau tempo", disse Oleksander Krasnopolsky, vice-ministro da Agricultura do país.
Nesta quinta-feira, a Strategie Grains estimou a safra de milho na União Europeia em 57,4 milhões de toneladas, o número representa uma queda de 2,3% em relação à última projeção. O tempo seco e quente foi o principal determinante na revisão para baixo na produção do cereal.
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