Milho: Focado na colheita norte-americana, mercado fecha em queda pelo 3º dia consecutivo na CBOT
A sessão desta quinta-feira (17) foi negativa aos preços futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT), que encerraram em queda pelo 3º dia consecutivo. As principais posições do cereal ampliaram as perdas e exibiram quedas entre 5,50 e 6,25 pontos no fechamento. O vencimento dezembro/15 era cotado a US$ 3,79 por bushel, após iniciar o pregão a US$ 3,83 por bushel.
A analista de mercado da FCStone, Ana Luiza Lodi, o mercado exibe um movimento de realização de lucros depois dos fortes ganhos registrados no final da última semana. Nesse momento, também há a pressão da colheita da safra norte-americana sobre os preços do cereal em Chicago. Até o momento, pouco mais de 5% da área cultivada foi colhida no país, segundo dados oficiais.
"Ainda temos muitas dúvidas no mercado sobre o real tamanho da safra americana de milho. E os principais estados produtores do grão ainda não iniciaram os trabalhos nos campos, pelo menos não temos dados oficiais. Em Iowa, por exemplo, os produtores esperam colher uma das melhores produções dos últimos anos. Contudo, como ainda há incertezas sobre a produção de maneira geral, a tendência é de volatilidade às cotações do cereal", explica.
Em seu último boletim de oferta e demanda, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) revisou a safra do país para 345,08 milhões de toneladas, com produtividade média de 177,27 sacas por hectare. Paralelamente, o analista e editor do site internacional Farm Futures, Bob Burgdorfer, ressalta que o foco dos participantes do mercado será o andamento da colheita e do tempo.
"Por enquanto, possíveis atrasos nos trabalhos nos campos devido ao clima parecem improváveis", disse Burgdorfer. Isso porque, nos próximos 6 a 10 dias, as temperaturas deverão ficar pouco acima da média, na contramão desse cenário, as chuvas ficarão abaixo da normalidade, as informações são do NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país.
Temperatura prevista nos EUA nos próximos 6 a 10 dias - Fonte: NOAA
Chuvas prevista nos EUA nos próximos 6 a 10 dias - Fonte: NOAA
Além disso, os investidores também aguardavam o anúncio do Federal Reserve, banco central americano, sobre um possível aumento na taxa de juros no país. Entretanto, o Fed deixou inalteradas as taxas de juros nesta quinta-feira, em um sinal de preocupação com a fraqueza econômica mundial, porém, não descartou uma possibilidade de ajuste na política monetária ainda em 2015, conforme informou a agência Reuters.
Enquanto isso, as exportações semanais ficaram em 533 mil toneladas de milho até a semana encerrada no dia 10 de setembro. No período, o México foi o principal comprador do cereal norte-americano, com a aquisição de 381 mil toneladas. O volume ficou acima do indicado na semana anterior de 411,2 mil toneladas. As apostas do mercado giravam entre 400 mil a 600 mil toneladas do cereal.
Mercado interno
Mesmo com a alta no câmbio, os preços do milho praticados nos portos brasileiros recuaram nesta quinta-feira. Em Paranaguá, a queda foi de 1,45%, com a saca para entrega em outubro/15 cotada a R$ 34,00. Já no terminal de Santos, a cotação retomou o patamar de R$ 35,50, com perda de 1,39%.
Em contrapartida, no interior do país as cotações exibiram ganhos hoje. Em Tangará da Serra (MT), a saca do milho subiu 5,56%, para R$ 19,00, em São Gabriel do Oeste (MS), o ganho foi de 2,27%, com a saca a R$ 22,50. Em Ubiratã, Londrina e Cascavel, ambas no Paraná, a alta foi de 0,88% e a saca negociada a R$ 23,00. Nas demais praças pesquisadas pelo Notícias Agrícolas foi de estabilidade.
Ainda na visão da a analista da FCStone, o principal fator de suporte aos preços do milho é o dólar. A moeda norte-americana terminou a sessão desta quinta-feira com alta de 1,25%, cotada a R$ 3,8822 na venda. Na máxima do dia, o preço tocou o nível de R$ 3,9092.
"Desde agosto observamos uma valorização expressiva no câmbio, o que tem contribuído para as exportações brasileiras. Os embarques brasileiros ainda não ganharam ritmo, mas os line-ups se mostram elevados nos portos do país", explica Ana Luiza.
No acumulado parcial do mês de setembro, as exportações de milho somam 1,061 milhão de toneladas. Ainda de acordo com dados reportados pelo Cepea ao longo dessa semana, nos próximos 4 a 5 meses, intervalo que falta para o fim da temporada, o país precisa embarcar uma média de 4,4 milhões de toneladas por mês. A projeção é que o Brasil supere o recorde exportado de 2013, de 26 milhões de toneladas ainda nesta temporada.
Confira como fecharam os preços nesta quinta-feira:
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