Milho: Após feriado, mercado inicia sessão desta 3ª feira em campo positivo em Chicago

Publicado em 08/09/2015 08:33

Os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) iniciaram a sessão desta terça-feira (8) em campo positivo, após o feriado do dia 7 de setembro em comemoração ao Dia do Trabalho nos EUA. Por volta das 8h23 (horário de Brasília), as principais posições da commodity exibiam ganhos entre 4,25 e 4,50 pontos. O vencimento setembro/15 era cotado a US$ 3,54 por bushel.

As cotações do cereal tentam dar continuidade aos ganhos observados na última sexta-feira (4). Os participantes do mercado ainda acompanham o comportamento do clima no Meio-Oeste do país e a consolidação da safra norte-americana. O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulga na próxima sexta-feira (11) o novo boletim de oferta e demanda.

Confira como fechou o mercado na última sexta-feira:

Milho: No Brasil, câmbio chega a R$ 3,86 e preços sobem nos portos e no mercado interno

A intensa valorização do dólar observada ao longo dos últimos dias também impactou os preços do milho no mercado interno brasileiro. No Porto de Santos, a cotação do cereal fechou a semana a R$ 34,00, com ganho de 3,03%. Já no terminal de Paranaguá, a saca do grão para entrega outubro/15 encerrou a sexta-feira (4) a R$ 32,50 e alta semanal de 1,56%.

A praça de Jataí (GO) também subiu e finalizou a semana a R$ 21,50/sc e ganho de 4,88%. Em Campo Novo do Parecis (MT), a semana foi positiva, com valorização de 3,13% e a saca negociada a R$ 16,50. Do mesmo modo, em Cascavel (PR), a saca do milho subiu 2,80% cotada a R$ 22,00. Na contramão desse cenário, em Tangará da Serra (MT), os preços recuaram ao longo da semana, queda de 2,86% e a saca termino a sexta-feira a R$ 17,00. Nas demais praças pesquisadas pelo Notícias Agrícolas a semana foi de estabilidade.

Já a moeda norte-americana terminou a semana a R$ 3,8605 na venda, com ganho de 2,68% e maior patamar de fechamento desde 23 de outubro de 2002. No balanço semanal, a valorização foi de 7,68, segundo informações da agência Reuters. Mais uma vez, o câmbio encontrou suporte nas incertezas políticas e econômicas no Brasil e nos dados sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos intensificarem as projeções de que os juros poderão subir ainda esse ano na maior economia mundial.

A alta do câmbio frente ao real tem contribuído para a competitividade do cereal brasileiro no mercado internacional. Os analistas ressaltam que, até o momento, em torno de 70% da safrinha já foi negociada e a expectativa é que boa parte da produção seja destinada à exportação. E a estimativa é que os embarques do grão ganhem ritmo a partir de setembro e se intensifiquem até o final do ano.

No acumulado o mês de agosto, as exportações ficaram 2.284,2 milhões de toneladas, com média diária de 108,8 mil toneladas do cereal. Para essa temporada, a perspectiva é os embarques sejam recordes e superem o maior nível da história registrado em 2013, com 26 milhões de toneladas de milho embarcadas.

Enquanto isso, o dólar forte também tem gerado oportunidades de negócios para a safrinha de 2016. Em algumas regiões do país, o percentual negociado chega a 40%. Os níveis praticados estão acima do registrado no mercado disponível, segundo reportam os analistas.

Bolsa de Chicago

Os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam a sessão desta sexta-feira (4) com leves ganhos, após três dias de queda. As principais posições da commodity exibiram altas entre 1,50 e 1,75 pontos. O vencimento setembro/15 era cotado a US$ 3,49 por bushel, mesmo patamar registrado no início do pregão. Apesar da reação, o balanço semanal foi negativo aos preços do cereal que registravam desvalorizações entre 2,93% e 3,79%.

Segundo explicam os analistas, os participantes do mercado tentaram ao longo do dia buscar um melhor posicionamento frente ao feriado da próxima segunda-feira. No dia 7 de setembro, a Bolsa de Chicago não irá funcionar devido à comemoração do Dia do Trabalho nos EUA. Com isso, as negociações serão retomadas na próxima terça-feira (8).

Durante a semana, o mercado foi pressionado pelas informações vindas do mercado financeiro. Em especial, nos últimos dias, as atenções dos investidores estiveram voltadas à economia da China. E a expectativa em relação a uma possível desaceleração da economia chinesa acabou influenciando o andamento dos negócios no mercado internacional.

Paralelamente, o mercado também observa a finalização da safra norte-americana. Até o momento, há muitas especulações sobre a produção do cereal nesta temporada, uma vez que, a projeção das consultorias privadas é menor do que a estimativa oficial do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), de 347,64 milhões de toneladas. O número atualiza as suas estimativas no próximo dia 11 de setembro.

Nos últimos dias, em entrevista ao Notícias Agrícolas, o analista de mercado da Céleres Consultoria, Anderson Galvão, explicou que se a produção ficar abaixo dos 320 milhões de toneladas, as cotações do milho poderão operar ligeiramente abaixo do nível de US$ 4,00 por bushel. "No entanto, se à medida que chegarmos ao final do ano e registrarmos problemas nas produções da Europa e da Ásia, que sofrem com as adversidades climáticas, as cotações do cereal poderão voltar a trabalhar acima dos US$ 4,00 por bushel", completa.

Por outro lado, o clima no Meio-Oeste não apresenta nenhuma ameaça até o momento. De acordo com informações do NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país -, no período de 10 a 14 de setembro, as chuvas deverão ficar entre 33% até 50% acima da normalidade. No mesmo intervalo, as temperaturas deverão ficar um pouco mais baixas no Corn Belt, conforme o indicado nos mapas.

Precipitação nos EUA entre os dias 10 a 14 de setembro - Fonte: NOAA

Precipitação nos EUA entre os dias 10 a 14 de setembro - Fonte: NOAA

Temperatura nos EUA entre os dias 10 a 14 de setembro - Fonte: NOAA

Temperatura nos EUA entre os dias 10 a 14 de setembro - Fonte: NOAA

Além disso, os analistas também ressaltam o andamento da safra em outros lugares no mundo. Ainda há preocupações no mercado com as produções da Europa e Ásia devido às intempéries climáticas. Na França, a perspectiva já é de uma safra menor nesta temporada em função do clima mais seco.

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Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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