Milho: Mercado opera do lado negativo da tabela pelo 2º dia consecutivo e exibe leves perdas nesta 4ª feira
Os principais contratos do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) trabalham com leves quedas na manhã desta quarta-feira (2). Por volta das 8h02 (horário de Brasília), os vencimentos da commodity exibiam perdas entre 0,75 e 1,50 pontos. A posição setembro/15 era cotada a US$ 3,54 por bushel, depois de encerrar o pregão anterior a US$ 3,56 por bushel.
O mercado dá continuidade ao movimento negativo iniciado no dia anterior. Nesta terça-feira, os preços do cereal foram pressionados pelas informações do recuo no índice da atividade industrial da China. Em meio às preocupações com a economia chinesa, os investidores acabam migrando para ativos mais seguros, de acordo com dados reportados por agências internacionais.
Por outro lado, os participantes do mercado ainda esperam a consolidação da safra norte-americana de milho. No início da semana, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) informou que 68% das lavouras estão em boas ou excelentes condições e 92% em fase de enchimento de grãos. Paralelamente, o clima no Meio-Oeste dos EUA permanece favorável às lavouras.
Confira como fechou o mercado nesta terça-feira:
Milho: Queda em Chicago limita ganhos nos portos brasileiros, mas cotações permanecem sustentadas
A terça-feira (1) foi de estabilidade aos preços do milho nos portos brasileiros. Em Paranaguá, a saca do milho para entrega outubro/15 permaneceu em R$ 32,00. No terminal de Rio Grande, a saca do cereal terminou o dia a R$ 33,00, para entrega em janeiro/16. Apesar da forte valorização do dólar, as perdas registradas no mercado internacional acabaram limitando os ganhos, conforme destacam os analistas.
O câmbio finalizou a sessão de hoje a R$ 3,6945 na venda, com ganho de 1,86%. Na máxima do dia, a moeda norte-americana subiu 2% e atingiu o patamar de R$ 3,70 pela primeira vez desde 2002. Segundo informações reportadas pela agência Reuters, o dólar foi impulsionado pelas novas preocupações em relação à economia da China.
Outro fator que também deu suporte ao câmbio foi o nervosismo com a possibilidade de o Brasil perder seu selo de bom pagador frente à deterioração das contas públicas. Somente em agosto, a moeda acumula valorização de 5,91% . Em 2015, a alta no câmbio já alcança 36%, ainda segundo informações da agência.
Já no mercado interno, a saca do milho negociada em Campo Novo do Parecis (MT) subiu 3,13%, cotada a R$ 16,50. Em São Gabriel do Oeste (MS), o dia também foi de alta, de 2,70%, com a saca a R$ 19,00. Na contramão desse cenário, em Tangará da Serra (MT), a terça-feira foi de queda aos preços, em torno de 2,86% e a saca a R$ 17,00. Nas demais praças pesquisadas pelo Notícias Agrícolas o dia foi de estabilidade.
A perspectiva é que até o momento cerca de 80% da safrinha brasileira já tenha sido negociada. E a estimativa é que boa parte dos negócios realizados antecipadamente tenham sido direcionados ao mercado internacional. Nesta semana, o Cepea informou que os registros de line-up permanecem indicando um grande número de navios chegando aos portos brasileiros para o carregamento do milho.
"Inclusive, o produtor tem dado prioridade às negociações para a safrinha de 2016. Nesta segunda-feira, tivemos bons volumes de milho negociados na ferrovia de Maringá (PR), para entrega em agosto de 2016, e preços ao redor de R$ 29,00/sc", afirma Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting.
Exportações brasileiras
Até a 5ª semana de agosto, os embarques de milho somaram 2.284,2 milhões de toneladas, com média diária de 108,8 mil toneladas do grão. Em comparação com o mês anterior, a média diária registra um aumento de 95,4%. Já a receita gerada ao país ficou em US$ 389,0 e a tonelada do grão foi negociada a US$ 170,3, conforme informações reportadas pelo MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) nesta terça-feira.
Para essa temporada, as consultorias privadas e analistas destacam que as exportações do cereal poderão superar o recorde de 2013, de 26 milhões de toneladas. A perspectiva é que os embarques fiquem entre 28 milhões até 30 milhões de toneladas do grão.
BM&F Bovespa
Mais uma vez, a forte valorização no câmbio acabou influenciando o andamento dos negócios na bolsa brasileira. As principais posições do milho fecharam em alta pelo 3º dia consecutivo, com altas de 0,20% e 2,10%. O vencimento setembro/15 era cotado a R$ 29,76 a saca.
Bolsa de Chicago
As cotações do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam a sessão desta terça-feira (1) em campo negativo. As principais posições do cereal ampliaram as perdas ao longo do dia e exibiram quedas entre 5,75 e 7,75 pontos. O contrato setembro/15 era cotado a US$ 3,56 por bushel, depois de iniciar o pregão a US$ 3,63 por bushel.
Segundo informações divulgas pelo site internacional Farm Futures, o mercado foi pressionado pela venda de posições por parte dos traders, que migraram para ativos mais seguros. O movimento é decorrente do reporte dos últimos números do índice de atividade industrial da China, o PMI, e a informação de uma queda de 50 para 49,7 pontos não foi bem recebida pelos investidores. O PMI de serviços recuou de 53,9 para 53,4 pontos e o composto foi de 50,2 a 48,8.
Além disso, os investidores permanecem atentos a perspectiva de alta na taxa de juros nos Estados Unidos, o que motiva a migração para a moeda norte-americana. Ainda nesta terça-feira, as ações norte-americanas em Wall Street amargaram um dia de perdas significativas, também sentindo a pressão de uma venda generalizada de ativos, como informou a agência internacional Bloomberg. O petróleo também voltou a recuar e perdeu quase 3% em Nova York.
Paralelamente, a consolidação da safra norte-americana também é observada pelos participantes do mercado. Ainda nesta segunda-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou novo boletim de acompanhamento de safras e indicou que em torno de 68% das lavouras estão em boas ou excelentes condições. O índice ficou abaixo do indicado na semana anterior, de 69%.
O órgão ainda informou que cerca de 92% das plantações estão em fase de enchimento de grãos, contra 85% registrado na semana anterior. Já o índice de lavouras em estágio de milho dentado subiu de 39% para 60%. Os dados foram levantados até o último domingo (30).
Enquanto isso, as previsões climáticas continuam favoráveis para a cultura do cereal. No intervalo dos próximos 6 a 10 dias, a previsão indicam chuvas acima do normal no Meio-Oeste dos EUA, porém, as temperaturas deverão ficar mais elevadas no mesmo período.
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