Milho: Apesar da semana conturbada, preço em Paranaguá fecha semana com mais de 5% de alta
A semana foi agitada para os mercado nacional e internacional do milho. Os futuros do cereal registraram dias negativos tanto na BM&F quanto na Bolsa de Chicago e a volatilidade do dólar pesaram sobre o andamento dos negócios no Brasil. E o tempero da semana ficou com o surpreendente relatório mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgado na última quarta-feira.
"As exportações brasileiras de milho estão ganhando ritmo, mas a grande oferta de safrinha está limitando o avanço nas cotações e, depois do relatório do USDA, o mercado acabou cedendo um pouco", disse o consultor Márcio Genciano, da MGS Rural. "Os compradores estão mais tranquilos em relação a essa grande oferta e, no lado dos vendedores, o dólar ainda limita perdas maiores", completou.
Somente na BM&F, as perdas semanais para os vencimentos mais próximos foram superiores a 3%, com o setembro/15 terminando em R$ 28,05 e o novembro/15 com R$ 29,95 por saca, O contrato janeiro/16 cedeu 2,01% para encerrar a semana com R$ 31,16. "Na BM&F, o mercado ainda segue baixista para os vencimentos mais curtos. Já o janeiro poderia surpreender com uma possível área menor na safra de verão. Um ritmo maior nas exportações pode dar ao mês de janeiro oportunidades de compra na BM&F, mas isso, um pouco mais adiante".
O balanço semanal para os preços praticados nos portos, por outro lado, foi de positivo a estável. O valor do milho no terminal de Paranaguá, por exemplo, saltou de R$ 29,00 para R$ 30,50 por saca, acumulando um ganho de 5,17%. Já em Santos, manutenção nos R$ 32,50. "As altas nos portos - tanto para soja quanto para milho - se dão em função do dólar mais valorizado. Na medida em que o dóalr faz as correções, os preços tendem a recuar, e quando se alia às quedas na CBOT, essa desvalorização é muito grande", diz Genciano.
No interior do país, porém, o quadro final foi diferente. Em algumas das principais praças de comercialização, os preços fecharam a semana com perdas de pouco mais de 1%, como Londrina, Cascavel e Ubiratã, no Paraná, e a saca do cereal cotada em R$ 20,20. Já em Tangará da Serra, em Mato Grosso, alta de 3,13%, com a cotação subindo para R$ 16,50, como apontaram os sindicatos e cooperativas pesquisados pelo Notícias Agrícolas.
"Na próxima semana, o mercado pode seguir ainda mais travado, com uma oferta maior no Brasil e o clima melhor nos Estados Unidos", acredita o consultor da MGS Rural.
Bolsa de Chicago
Na Bolsa de Chicago, a semana foi marcada pela chegada do novo boletim mensal de oferta e demanda do USDA. Contrariando todas as expectativas, o departamento trouxe um relatório com estimativas maiores para a produção, produtividade e estoques dos Estados Unidos da safra 2015/16 norte-americana, pressionando severamente as cotações. Na tabela abaixo, veja os números completos para o cereal.
Assim, as baixas acumuladas na semana para as posições mais negociadas no mercado futuro norte-americano variaram entre 1,81 e 2,65%, com os vencimentos voltando a deixar para trás o patamar dos US$ 4,00 por bushel. O contrato setembro encerrou com US$ 3,64, enquanto o março/16 ficou em US$ 3,87.
Além dos números do USDA, o mercado internacional de milho conta também com previsões climáticas favoráveis para o Meio-Oeste americano como fator negativo para a formação das cotações. Segundo relatou o site internacional Farm Futures, nesta sexta e no próximo sábado, o clima deve permanecer um pouco mais seco na região oeste do Meio-Oeste e em áreas mais ao leste no domingo. Já para os próximos 5 e próximos dias devem ser de chuvas leves para a maior parte do Corn Belt, enquanto no período dos 6 a 10 dias seguintes, as condições devem ser de clima ainda ainda quente, porém, com a possibilidade de chuvas acima do normal para a metade leste dos EUA.
E para intensificar ainda mais a volatilidade para os negócios no mercado internacional, os trader aguardam também os números de área de plantio que o Farm Service Agência, uma agência do USDA, divulga na próxima segunda-feira (17). "Esses números podem dar alguma melhor noção de quanto foi efetivamente plantado de soja e milho pelos produtores americanos. Os traders irão, certamente, comparar esses números com aqueles que foram reportados pelo USDA na quarta-feira", explica Bob Burgdorfer, analista de mercado do Farm Futures.
E chegam ainda os novos índices de condições das lavouras na segunda e de acordo com Burgdorfer, não devem sofrer muitas alterações em relação aos dados trazidos nesta semana diante das condições climáticas esperadas para o final de semana. Na última segunda, o USDA informou que 70% das plantações de milho estavam em boas ou excelentes condições.
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