Milho: Em Chicago, mercado tem leve alta buscando se recuperar da forte baixa da sessão anterior

Publicado em 13/08/2015 08:36

Os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago trabalham em campo positivo na sessão desta quinta-feira (13). As posições mais negociadas, por volta das 8h20 (horário de Brasília), operavam com pequenas altas de pouco mais de 3 pontos e, assim como pode ser observado no mercado da soja, há uma tentativa de recuperação depois das baixas de quase 20 pontos no pregão anterior. 

O mercado do cereal também foi severamente pressionado pelos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que contrariam as expectativas de consultorias privadas de uma redução nos números de produção, produtividade e estoques dos Estados Unidos. As estimativas do departamento, por outro lado, foram revisadas para cima e caíram como uma bomba sobre os preços praticados na CBOT. 

Assim, a busca do mercado, neste momento ainda é o de entender os últimos dados, os investidores reajustarem suas posições e definir novas estratégias e essa leve recuperação, como explicam os analistas, faz parte desse quadro. 

Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira: 

Milho: Mercado reflete dados do USDA e fecha a 4ª feira com quase 20 pts de baixa na CBOT

O mercado do milho na Bolsa de Chicago fechou a sessão desta quarta-feira (12) com expressiva queda após a divulgação do novo boletim mensal de oferta e demanda pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Os números contrariam todas as expectativas divulgadas nos últimos dias, surpreenderam os traders e assim, os principais vencimentos do cereal encerraram o dia perdendo mais de 19 pontos, deixando o para trás o patamar dos US$ 4,00 por bushel. 

A produção de milho dos EUA estimada pelo USDA subiu e passou de 343,7 milhões para 347,64 milhões de toneladas, com um produtividade de 178,65 sacas por hectare - contra 174,5 sacas reportadas no boletim de julho. O departamento, por outro lado, mexeu pouco em suas projeções para as áreas plantada e colhida para o cereal, que ficaram em 35,98 milhões e 32,82 milhões de hectares. 

As expectativas de consultorias privadas, porém, variavam de uma colheita nos EUA na casa de 339,5 milhões a 340 milhões de toneladas, e o rendimento do cereal entre 172 e 176 sacas por hectare, em média.
  
O USDA trouxe ainda números menores para a exportação de milho, que passaram de 47,6 milhões para 46,99 milhões de toneladas. Os estoques finais, por outro lado, foram revisados para cima e ficaram em 43,53 milhões de toneladas, contra as 40,6 milhões estimadas em julho. Já no uso do grão para a produção de etanol, o volume passou de 132,7 milhões para 136,36 milhões de toneladas.

"O relatório de agosto do USDA agora é história e os números foram maiores do que muitos esperavam. Os negócios agora vão focar na precisão desses dados para saber se as perdas desta quarta-feira serão justificadas", acredita Bob Burgdorfer, analista de mercado e editor do site internacional Farm Futures. 

Com esse boletim que pegou o mercado de surpresa, o relatório da agência de energia dos EUA acabou perdendo a relevância apesar do dado positivo, ainda de acordo com o Farm Futures. A EIA informou que a produção semanal de etanol norte-americana foi de 965 mil barris por dia, contra os 961 mil da semana anterior. O reporte mostrou também que os estoques do combustível caíram de 19,239 milhões para 18,529 milhões de barris.  

BM&F e Mercado Interno

Acompanhando as baixas de Chicago e do dólar, os preços do milho registraram um dia negativo também na BM&F, nos portos e no interior do país. Somente na bolsa brasileira, as cotações perderam entre 2,86% e 3,89% nesta quarta, com o setembro/15 encerrando em R$ 28,05 e o janeiro/16 em R$ 30,65 por saca. 

O dólar, nesta quarta-feira, caiu 0,67% para encerrar em R$ 3,4744 e, segundo analistas, refletiu a última informação da agência de classificação de risco Moody's, que atribuiu a perspectiva "estável" à nota de crédito do Brasil. "Boa parte do mercado já esperava que a Moody's rebaixasse o Brasil, mas a maioria imaginava que a perspectiva seria 'negativa'", explicou o superintendente de câmbio da corretora TOV, Reginaldo Siaca à agência de notícias Reuters. 

Além disso, a moeda americana devolveu, também no mercado internacional, parte dos ganhos da véspera, diante das informações sobre a divisa da China. O país autorizou, pela segunda vez em dois dias, uma nova desvalorização do iuan e a informação chegou surpreendendo novamente os investidores. E, de acordo com analistas internacionais, pesou também sobre os negócios com as commodities. 

Entretanto,  FMI (Fundo Monetário Internacional) já saudou a nação asiática pela medida afirmando esse ter sido "um bom passo para a abertura e flexibilização do mercado de divisas". 

E o recuo da moeda norte-americana pesou na formação dos preços do cereal nos portos do Brasil, assim, em Rio Grande, o produto para março/16 fechou em R$ 31,00, com baixa de 3,13% e em Santos perdeu 2,39% para R$ 32,70 por saca.

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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