Milho: Mercado reflete dados do USDA e fecha a 4ª feira com quase 20 pts de baixa na CBOT

Publicado em 12/08/2015 17:27

O mercado do milho na Bolsa de Chicago fechou a sessão desta quarta-feira (12) com expressiva queda após a divulgação do novo boletim mensal de oferta e demanda pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Os números contrariam todas as expectativas divulgadas nos últimos dias, surpreenderam os traders e assim, os principais vencimentos do cereal encerraram o dia perdendo mais de 19 pontos, deixando o para trás o patamar dos US$ 4,00 por bushel. 

A produção de milho dos EUA estimada pelo USDA subiu e passou de 343,7 milhões para 347,64 milhões de toneladas, com um produtividade de 178,65 sacas por hectare - contra 174,5 sacas reportadas no boletim de julho. O departamento, por outro lado, mexeu pouco em suas projeções para as áreas plantada e colhida para o cereal, que ficaram em 35,98 milhões e 32,82 milhões de hectares. 

As expectativas de consultorias privadas, porém, variavam de uma colheita nos EUA na casa de 339,5 milhões a 340 milhões de toneladas, e o rendimento do cereal entre 172 e 176 sacas por hectare, em média.
  
O USDA trouxe ainda números menores para a exportação de milho, que passaram de 47,6 milhões para 46,99 milhões de toneladas. Os estoques finais, por outro lado, foram revisados para cima e ficaram em 43,53 milhões de toneladas, contra as 40,6 milhões estimadas em julho. Já no uso do grão para a produção de etanol, o volume passou de 132,7 milhões para 136,36 milhões de toneladas.

"O relatório de agosto do USDA agora é história e os números foram maiores do que muitos esperavam. Os negócios agora vão focar na precisão desses dados para saber se as perdas desta quarta-feira serão justificadas", acredita Bob Burgdorfer, analista de mercado e editor do site internacional Farm Futures. 

Com esse boletim que pegou o mercado de surpresa, o relatório da agência de energia dos EUA acabou perdendo a relevância apesar do dado positivo, ainda de acordo com o Farm Futures. A EIA informou que a produção semanal de etanol norte-americana foi de 965 mil barris por dia, contra os 961 mil da semana anterior. O reporte mostrou também que os estoques do combustível caíram de 19,239 milhões para 18,529 milhões de barris.  

BM&F e Mercado Interno

Acompanhando as baixas de Chicago e do dólar, os preços do milho registraram um dia negativo também na BM&F, nos portos e no interior do país. Somente na bolsa brasileira, as cotações perderam entre 2,86% e 3,89% nesta quarta, com o setembro/15 encerrando em R$ 28,05 e o janeiro/16 em R$ 30,65 por saca. 

O dólar, nesta quarta-feira, caiu 0,67% para encerrar em R$ 3,4744 e, segundo analistas, refletiu a última informação da agência de classificação de risco Moody's, que atribuiu a perspectiva "estável" à nota de crédito do Brasil. "Boa parte do mercado já esperava que a Moody's rebaixasse o Brasil, mas a maioria imaginava que a perspectiva seria 'negativa'", explicou o superintendente de câmbio da corretora TOV, Reginaldo Siaca à agência de notícias Reuters. 

Além disso, a moeda americana devolveu, também no mercado internacional, parte dos ganhos da véspera, diante das informações sobre a divisa da China. O país autorizou, pela segunda vez em dois dias, uma nova desvalorização do iuan e a informação chegou surpreendendo novamente os investidores. E, de acordo com analistas internacionais, pesou também sobre os negócios com as commodities. 

Entretanto,  FMI (Fundo Monetário Internacional) já saudou a nação asiática pela medida afirmando esse ter sido "um bom passo para a abertura e flexibilização do mercado de divisas". 

E o recuo da moeda norte-americana pesou na formação dos preços do cereal nos portos do Brasil, assim, em Rio Grande, o produto para março/16 fechou em R$ 31,00, com baixa de 3,13% e em Santos perdeu 2,39% para R$ 32,70 por saca.

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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