Milho em Chicago tem forte queda após USDA elevar a produção e os estoques para nova safra
Os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago na sessão desta quarta-feira (12) trabalham com forte baixa , registrando perdas de até 18 pontos nos principais vencimentos. O mercado repercute os números do novo boletim mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) no início da tarde de hoje.
A produção nos EUA teve um ganho de quase 4 milhões de toneladas, passando de 343,7 mi/toneladas em julho para 347,6 mi/toneladas no atual boletim, consequência de uma aumento de 4 sacas por hectare na produtividade esperada e redução no volume exportado. Os números vieram na contra-mão do que os analistas projetavam e a reação negativa sobre os preços foi imediata. Veja a tabela completa:
Veja como fechou o mercado nesta terça-feira:
Milho fecha com preços acima dos R$ 30,00 nos portos com dólar superando R$ 3,50
Os preços dos milho praticados nos portos brasileiros registraram um novo dia de altas nesta terça-feira (11). No terminal de Paranaguá, o produto com entrega prevista para outubro/15 fechou o dia com R$ 31,00 por saca e alta de 3,33%, enquanto em Santos esse valor bateu em R$ 33,50, subindo 4,69%. A exceção foi Rio Grande, onde o preço perdeu, para março/16, 2,44% para R$ 32,00.
O avanço do dólar - que subiu subiu 1,59% e terminou o dia a R$ 3,4978, batendo em R$ 3,5173 na máxima do dia - e o bom ritmo das exportações brasileiras têm dado suporte aos preços, segundo explicam analistas. As exportações de milho totalizaram 474,5 mil toneladas na primeira semana de agosto.
A média diária ficou em 94,9 mil toneladas, um crescimento de 70,5% em relação ao mesmo período do mês anterior, quando os embarques diários somaram 55,7 mil toneladas. No mesmo período, as exportações renderam ao país uma receita de US$ 80,2 milhões, com média diária de US$ 16 milhões. Em comparação com o mês de julho, o volume diário é equivalente a uma alta de 69,1%.
A exceção, no Brasil, porém, ficou para os preços praticados na BM&F. Embora o dólar tenha voltado a subir nesta terça, as cotações do cereal perderam força e encerraram os negócios com baixas superiores a 2%. O contrato setembro/15 ficou em R$ 29,05/saca, caindo 2,81%, o novembro/15 perdeu 2,19% para R$ 30,80 e o janeiro/16 foi a R$ 31,89 com uma queda de 1,45%.
Bolsa de Chicago
Na sessão desta terça-feira na Bolsa de Chicago, os futuros do milho fecharam o dia perdendo mais de 13 pontos nas posições mais negociadas. Assim como os vizinhos soja e milho, o mercado do cereal foi pressionado por uma realização de lucros depois das fortes e expressivas altas registradas na sessão anterior, como explicam analistas, bem como pelos investidores mais avessos ao risco por conta de algumas notícias vindas do mercado financeiro.
Paralelamente, os negócios passaram ainda por uma tentativa dos traders de garantirem um melhor posicionamento antes da chegada do novo boletim mensal de oferta e demanda que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz nesta quarta-feira, 12 de agosto.
As expectativas indicam uma redução na safra 2015/16 dos EUA em relação ao número reportado no boletim de julho, porém, no relatório semanal de acompanhamento de safras desta segunda (10), foi mantido em 70% o índice de lavouras do cereal em boas/excelentes condições.
Imagens de satélite do grupo internacional de análise de dados Descartes Labs capturadas em importantes regiões produtoras de grãos dos Estados Unidos começaram a indicar uma piora nas condições das lavouras de milho deste ano.
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Milho: Imagem de satélite aponta piora nas condições da safra 2015/16 dos EUA
"O USDA foi conservador na divulgação dos seus números sobre as condições das lavouras, o mercado acreditava que as condições poderiam até piorar, então, parte dessas baixas vêm ainda com o peso desse relatório", explica Vlamir Brandalizze.
Ainda assim, o consultor de mercado da Brandalizze Consulting lembra que o milho, no cenário global, é duramente afetado pod condições adversas de clima em outras regiões produtoras, principalmente na Europa. Países como a França e a Ucrânia, por exemplo, sofrem com um tempo ainda muito quente e seco e perdas consolidadas para sua safra.
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