Milho: Após forte alta da sessão anterior, mercado recua em Chicago nesta 3ª feira
O mercado do milho na Bolsa de Chicago, na sessão desta terça-feira (11), trabalha en queda, após as altas de quase 20 pontos registradas ontem. O mercado parece devolver parte desse avanço do pregão anterior e, por volta das 7h30 (horário de Brasília), perdiam entre 6,25 e 7 pontos nos princiais vencimentos, com o contrato dezembro/15 valendo US$ 3,94. As posições mais distantes - como março e maio/16 - ainda se mantinham acima dos US$ 4,00 por bushel recuperados ontem.
No foco dos investidores, a espera pelo novo boletim mensal de oferta e demanda que o USDA (Departamento de Agricultura do Estados Unidos) traz nesta quarta (12), e com ela, a volatilidade intensa aos negócios. Ao mesmo tempo, atenção ainda ao comportamento do clima não só nos EUA - que já se mostra um pouco mais quente e seco, mas também em alguns pontos da Europa, onde o calor intenso prejudica a safra de grãos desse ano, principalmente do milho.
Além disso, ainda nesta segunda-feira, após o fechamento do mercado internacional, o USDA trouxe seu novo reporte de acompanhamento de safras e manteve inalterado nos 70% o índice de lavouras em boas ou excelentes condições no país. Ainda de acordo com o boletim, das lavouras de milho 96% estão na fase de espigamento, 50% em enchimento de grãos e 9% das plantações na fase do milho dentado. Na média dos últimos cinco anos, os números eram de 96%, 49% e 15%.
Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:
Milho: Na CBOT, investidores focam o clima seco nos EUA e os preços retomam o nível dos US$ 4,00/bu
Por Fernanda Custódio
Os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam a sessão desta segunda-feira (10) com altas expressivas. Ao longo do pregão, as cotações do cereal ampliaram os ganhos e terminaram o dia com valorizações entre 16,75 e 17,50 pontos. As principais posições da commodity retomaram o patamar dos US$ 4,00 por bushel e, apenas o vencimento setembro/15, era cotado a US$ 3,90 por bushel.
De acordo com informações das agências internacionais, o principal fator de suporte aos preços do cereal foram as previsões de clima mais seco nos EUA. Além disso, a perspectiva de piora na safra europeia principalmente na França e na Ucrânia também contribuiu para impulsionar as cotações do cereal. Até o momento, os mapas meteorológicos apontam para chuvas dentro e abaixo da normalidade e temperaturas acima da média no Meio-Oeste em boa parte do mês de agosto.
Segundo os últimos mapas divulgados pelo NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país -, no intervalo de 15 a 19 de agosto, grande parte do Meio-Oeste deverá registrar chuvas abaixo da média, de acordo com o indicado abaixo. Já no período de 17 a 23 de agosto, o cenário é um pouco melhor, com boa parte da região com precipitações dentro da normalidade.
Previsão de chuvas entre os dias 15 a 19 de agosto - Fonte: NOAA
Previsão de chuvas entre os dias 17 a 23 de agosto - Fonte: NOAA
Contudo, as temperaturas deverão ficar acima da média, entre 40% até 50%, em ambos os períodos. E o mercado já especula quais os efeitos do clima nas lavouras do cereal, que, de acordo com o último boletim do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), cerca de 90% estava em fase de espigamento. O órgão divulga novo boletim de acompanhamento de safras no final da tarde de hoje. É importante ressaltar que, as plantações também já sofreram com o excesso de umidade, especialmente nos meses de maio e junho.
Temperaturas nos EUA entre os dias 15 a 19 de agosto - Fonte: NOAA
Temperaturas nos EUA entre os dias 17 a 23 de agosto - Fonte: NOAA
Inclusive, nesta segunda-feira, uma empresa de análise de dados, a Descartes Labs, estimou a safra americana em 338,85 milhões de toneladas de milho. "O tamanho da safra será determinada pelo tempo, já que as lavouras estão em fase de definição. Muita chuva, ventos fortes ou condições de seca podem danificar a cultura", informou a agência Bloomberg.
"Estamos em um mercado climático e os mapas reportados hoje já indicam uma possibilidade de um agosto mais seco. Já tivemos problemas no início da safra com as chuvas e agora as temperaturas mais altas poderiam deteriorar o rendimento de soja e milho. Temos muita especulação no mercado, porém, qualquer indício a respeito da safra já impacta nos preços", afirma o analista de mercado da FCStone, Glauco Monte.
Enquanto isso, na Europa, o maior produtor de milho do continente, a França, enfrenta sérios problemas. Nesta segunda-feira, o Ministério de Agricultura do país, indicou que a safra deverá cair 28% nesta temporada, em relação ao ano anterior. Com isso, os produtores franceses deverão colher 13,2 milhões de toneladas do grão. O cenário é decorrente do tempo quente e seco, que comprometeram o potencial produtivo das lavouras.
Do mesmo modo, a queda do dólar no mercado internacional também contribuiu para o movimento positivo desta segunda-feira, conforme informou a Farm Futures. Por outro lado, os participantes do mercado também já ajustam suas posições para o próximo boletim de oferta e demanda do USDA que será divulgado na próxima quarta-feira (12).
Durante a semana anterior, várias consultorias privadas indicaram suas projeções para a próxima safra de milho dos EUA e todas apostavam em um número abaixo do estimado pelo departamento, em julho, de 343,7 milhões de toneladas, com produtividade de 174,5 sacas por hectare.
Embarques semanais
Os embarques semanais foram indicados em 804,981 mil toneladas de milho até a semana encerrada no dia 6 de agosto. Na semana anterior, os embarques do cereal totalizaram 920,708 mil toneladas, conforme dados do USDA.
No acumulado da temporada, o total embarcado de milho é de 41.919,817 milhões de toneladas, frente as 43.887,053 milhão de toneladas registrada no mesmo período do ano anterior.
BM&F Bovespa
As cotações do milho na BM&F Bovespa encerraram a sessão desta segunda-feira (10) em campo positivo. Os vencimentos da commodity exibiram ganhos entre 1,76% e 2,36%. O contrato setembro/15 era cotado a R$ 29,89 a saca. Nos últimos dias, os contratos do cereal têm encontrado suporte na valorização cambial, que acaba contribuindo para a competitividade do produto brasileiro.
Mercado interno
Mesmo com a queda do dólar, que fechou o dia a R$ 3,4429 na venda, com perda de 1,86%, as cotações praticadas nos Portos brasileiros subiram em relação aos valores praticados ao longo desta segunda-feira. Em Paranaguá, a saca para entrega em outubro/15 fechou o dia a R$ 30,00, após operar a R$ 29,50/sc.
No terminal de Rio Grande, o milho para 2016 encerrou o dia a R$ 32,80, depois de trabalhar a R$ 32,90 ao longo das negociações. Já no mercado interno, mesmo com o avanço da colheita da segunda safra, os preços continuam firmes, de acordo com dados do Cepea. A sustentação é decorrente do ritmo mais forte das exportações brasileiras registrado nas últimas semanas.
Exportações brasileiras
As exportações de milho totalizaram 474,5 mil toneladas na primeira semana de agosto. A média diária ficou em 94,9 mil toneladas, um crescimento de 70,5% em relação ao mesmo período do mês anterior, quando os embarques diários somaram 55,7 mil toneladas. No mesmo período, as exportações renderam ao país uma receita de US$ 80,2 milhões, com média diária de US$ 16 milhões. Em comparação com o mês de julho, o volume diário é equivalente a uma alta de 69,1%.
Contudo em relação à igual período do ano anterior, as exportações ainda estão lentas, uma vez que na primeira semana de agosto, os embarques ficaram em 117 mil toneladas diárias. As informações foram divulgadas pelo Ministério da Indústria e Comércio Exterior (MDIC) nesta segunda-feira. Em julho, os embarques de milho somaram 1,2 milhão de toneladas, o segundo maior volume da história, ficando atrás, apenas de julho de 2012, quando as exportações totalizaram 1,7 milhão de toneladas.
0 comentário
Importações de milho pela China despencam em 2024
Milho segue a soja e abre a 2ªfeira levemente recuando em Chicago
Radar Investimentos: Colheita do milho nos EUA atingiu 95% no último domingo (17)
Milho/Cepea: Retração compradora limita alta de preços
Milho fecha 6ªfeira com altas em Chicago, mas acumula perda semanal de até 2%
Milho abre a sexta-feira voltando a subir em Chicago