Milho sobe mais de 8% na semana na BM&F com disparada do dólar e suporte da demanda
A semana termina para o mercado internacional do milho ainda com as expectativas para os novos números que serão trazidos pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) no dia 12 de agosto. Assim, os futuros do cereal encerraram a sessão desta sexta-feira (7) com ligeiras altas de pouco mais de 3 pontos entre as posições mais negociadas.
A semana foi de volatilidade, mas, no balanço da semana o resultado ainda foi positivo. Entre os principais vencimentos, as altas em relação à última sexta-feira (31) variaram entre 0,47% e 0,75%, com o dezembro/15 encerrando em US$ 3,83 e o março/16 em US$ 3,94 por bushel. O maio/16 recuperou o patamar dos US$ 4,00 e fechou a semana com US$ 4,0125/bu.
Ao longo da semana, o mercado recebeu algumas expectativas de consultorias privadas para o próximo reporte do USDA e foi unanimidade entre elas um número menor do que o último boletim do departamento americano para a safra 2015/16 dos Estados Unidos, que veio em 343,7 milhões de toneladas. A menor projeção apontou para uma colheita de 336,31 milhões e a maior em 340,62 milhões de toneladas.
A exceção foi a expectativa do consultor internacional Michael Cordonnier, a qual trabalhou em uma larga margem de variações - de 327,4 mi a 343,9 milhões de toneladas. Veja mais detalhes na tabela abaixo.
"Os traders, nesta sexta-feira, equilibraram seu posicionamento antes do final de semana e suas expectativas antes do USDA de quarta-feira", acredita o analista de mercado e editor do portal internacional Farm Futures, Bob Burgdorfer.
O analista afirma ainda que, paralelamente, o mercado segue acompanhando o comportamento do clima nos Estados Unidos, bem como o desenvolvimento da safra 2015/16 do país.
As últimas previsões climáticas indicam condições, até o momento, favoráveis para a conclusão da safra 2015/16 norte-americana. Algumas tempestades se movimentam para o alto do Vale do Rio Mississipi, com uma nova frente podendo trazer algumas chuvas modestas à região central do Corn Belt, como mostra o mapa abaixo com a previsão para os próximos sete dias.
Previsão de chuvas para os EUA nos próximos 7 dias - Fonte: NOAA
Já para o período dos próximos 6 a 10 dias - 13 a 17 de agosto -, as previsões do NOAA, o departamento oficial de clima do governo americano, já se espera um clima mais seco para a maior parte do Corn Belt, com chuvas e temperaturas abaixo da média, como indicam os mapas a seguir.
Previsão de chuvas nos EUA de 13 a 17 de agosto - Fonte: NOAA
Previsão de temperaturas nos EUA de 13 a 17 de agosto - Fonte: NOAA
Mercado Interno
No mercado interno, as cotações do milho não seguiram uma direção comum na última semana. Se em Tangará da Serra/MT, o preço do cereal fechou com alta de 14,29% a R$ 16,00 por saca em relação à última sexta-feira (31), Cascavel/PR e São Gabriel do Oeste/MS, perderam pouco mais de 2% e ficaram com, respectivamente, R$ 20,50 e R$ 17,00/saca.
E apesar de, na semana, o dólar ter acumulado uma alta de 2,44% e fechar no patamar de R$ 3,50, o balanço semanal para as cotações do milho no porto de Paranaguá foi negativo, com baixa de 1,69% e o preço passando, na última semana, de R$ 29,50 a R$ 29,00. Por outro lado, em Santos, o valor saltou de R$ 29,50 para R$ 32,00 por saca e o ganho acumulado supera os 10%.
No Brasil, porém, o destaque de mercado foram as movimentações na BM&F. Os principais vencimentos fecharam a semana com altas que superaram os 8% em relação à última sexta (31), com o contrato janeiro/16 fechando em R$ 31,80 por saca. Para o setembro/15, R$ 29,20 e para novembro/15 R$ 30,90/saca.
Os preços na BM&F subiram por seis pregões consecutivos e, nesta sexta, passaram por uma ligeira correção. Nesse período, os negócios acompanharam a disparada do dólar observada nessa semana, com a moeda americana acumulando uma alta que passa de 2%.
E para especialistas, os principais fatores de suporte para a moeda americana vem do cenário político nervoso e incerto no Brasil, bem como as expectativas de uma alta na taxa de juros norte-americana.
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Como explicou Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting, os negócios têm fluído bem na América do Sul, principalmente no Brasil, com boas vendas da safrinha, o que ajuda a pressionar as cotações em Chicago. E com a alta do dólar, o produto brasileiro se valoriza ainda mais e estimula a demanda, o que traz boas perspectivas e novas e boas oportunidades de comercialização mais adiante. E internamente, a demanda também deve ser intensa e trazer algum suporte para as cotações.
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