Milho: Em semana negativa, preços acumulam desvalorizações de mais de 5% em Chicago
A semana foi negativa aos preços do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). No período, as principais posições do cereal acumularam desvalorizações entre 4,78% e 5,48%. A sessão desta sexta-feira (31) também foi de perda aos futuros da commodity, com quedas entre 2,25 e 2,75 pontos. O contrato setembro/15 era cotado a US$ 3,71 por bushel, depois de iniciar o dia a US$ 3,76 por bushel.
Variação semanal dos preços na Bolsa de Chicago
Ao longo do dia, o mercado até esboçou uma reação com o suporte do anúncio da venda de 108,204 mil toneladas do grão para o México, conforme reportou o site internacional Farm Futures. Do volume total negociado, cerca de 72,136 mil toneladas serão entregues na 2015/16 e o restante, 36,068 mil toneladas na temporada 2016/17. Contudo, o movimento não foi sustentado e as cotações futuras do cereal voltaram a operar do lado negativo da tabela.
Durante a semana, os preços já haviam perdido importantes patamares de suporte com as informações vindas do mercado financeiro, principalmente em relação à valorização do dólar no mercado internacional, o que acaba comprometendo a competitividade dos produtos negociados nas bolsas americanas. Além disso, nos últimos dois dias, os rumores de que compradores dos EUA haviam adquirido milho do Brasil se intensificaram no mercado, o que, segundo os analistas, também contribuem para pressionar as cotações.
Em meio às essas especulações, o clima, pelo menos por enquanto, tem se mostrado mais favorável ao desenvolvimento das lavouras, que estão em seu período mais importante de desenvolvimento, o espigamento. Os últimos mapas reportados pelo NOAA - Serviço de Meteorologia do país -, indicam chuvas pouco acima de normalidade no intervalo dos dias 6 a 10 de agosto. No mesmo período, as temperaturas poderão ficar até 70% abaixo do normal em algumas localidades do Corn Belt, conforme indica a figura abaixo.
Chuvas nos EUA entre os dias 6 a 10 de agosto - Fonte: NOAA
Temperaturas nos EUA entre os dias 6 a 10 de agosto - Fonte: NOAA
Na última segunda-feira, o USDA indicou uma melhora no índice de lavouras em boas ou condições, para 70%. Paralelamente, os participantes do mercado se preparam para o próximo boletim de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que será reportado no dia 12 de agosto. O relatório, considerado um dos mais importantes por alguns analistas, deverá apresentar os novos números sobre a produção norte-americana, especialmente a área semeada e o rendimento das plantações.
Mercado interno
Para os preços praticados no mercado interno brasileiro recuaram ao longo dessa semana. Em Tangará da Serra (MT), a queda foi de 15,15%, com preço da saca do milho a R$ 14,00. Na região de Campo Novo do Parecis (MT), a desvalorização foi de 12,12%, com o valor da saca a R$ 14,50. Em outras praças como Ubiratã, Londrina e Cascavel, ambas no Paraná, os preços também recuaram.
No Portos de Santos, a queda foi de 4,84%, com a saca do milho negociada a R$ 29,50, já em Paranaguá, a queda foi de 3,28%, com preço de R$ 29,50 a saca. A única praça que registrou valorização no balanço semanal foi Luís Eduardo Magalhães (BA), com alta de 5,00% e preço de R$ 21,00 a saca. As informações foram levantadas pelo Notícias Agrícolas.
Variação semanal do preços no mercado interno brasileiro
Na visão do pesquisador do Cepea, Lucílio Alves, o movimento de queda pode ser intensificado frente ao avanço da colheita da segunda safra no Brasil. "Ainda assim, temos um cenário bem mais favorável do que poderíamos prever há 3 meses, especialmente com a produção crescente. A sustentação vem de uma comercialização antecipada da produção e também da taxa de câmbio, que está valorizada e, acaba favorecendo a competitividade do produto brasileiro no mercado internacional", afirma.
Por outro lado, os line-ups, programação para o carregamento de grãos, nos Portos brasileiros estão mais altos neste ano. "Temos um volume expressivo para Santos e no terminal de Paranaguá, os negócios ganham ritmo. Em julho, poderemos atingir o segundo melhor nível de embarques, ficando atrás de julho de 2012, quando as exportações totalizaram 1,7 milhão de toneladas", explica o pesquisador.
No acumulado de fevereiro de 2015 até a 4ª semana de julho, as exportações de milho totalizaram 3.057,937 milhões de toneladas, segundo dados do Ministério da Agricultura e da Secretaria de Comércio Exterior. Porém, alguns analistas já apostam em um volume recorde entre 28 até 30 milhões de toneladas exportadas na temporada. Projeção baseada, especialmente na alta na taxa cambial e na demanda internacional.
Veja como fecharam os preços nesta sexta-feira:
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