Milho: Após dia volátil, mercado encerra sessão desta 4ª feira próximo da estabilidade na CBOT
Em mais uma sessão volátil, as cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam o dia com ligeiros ganhos, próximos da estabilidade. Ao longo das negociações, as principais posições do cereal chegaram a exibir quedas entre 4,25 e 6,00 pontos, mas no final do pregão os preços da commodity registraram uma leve recuperação e terminaram com altas entre 0,25 e 0,75 pontos. Apenas o contrato julho/15 encerrou no vermelho, cotado a US$ 4,13 por bushel.
O mercado buscou uma acomodação nesta 4ª feira após os ganhos acentuados registrados no dia anterior. “O mercado operou de forma mais defensiva, devolvendo parte dos ganhos hoje. Os preços da soja e do milho mudaram de patamar e temos a reacomodação do mercado. Precisamos acompanhar e ver em qual nível iremos estabilizar”, diz o consultor da França Junior Consultoria, Flávio França.
Nesta terça-feira, as cotações do milho fecharam as negociações em Chicago com ganhos próximos dos 30 pontos. Cenário decorrente dos números de área cultivada com o grão nesta safra e dos estoques trimestrais do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). A área semeada com o cereal ficou em 35,89 milhões de hectares e os estoques trimestrais, até 1º de junho, foram indicados em 112,928 milhões de toneladas, ambas as projeções vieram abaixo das expectativas dos participantes do mercado.
Contudo, o editor da Farm Futures, Bob Burgdorfer, destaca que, o foco dos investidores deve voltar ao clima no Meio-Oeste dos EUA. "Até o momento, os mapas meteorológicos mantêm as chuvas no Corn Belt. E a perspectiva para os próximos 7 dias é de que as precipitações mais volumosas ficarão entre o sudeste de Missouri, passando por Mississipi e Ohio", diz.
Chuvas previstas nos próximos 7 dias nos EUA - Fonte: NOAA
“No caso do milho não há como replantar, inclusive, a área a ser colhida pode ser ainda menor, por conta dos alagamentos e inundações, são áreas perdidas. Ainda não temos os números, mas já temos perdas efetivas no cereal”, ressalta França.
Nas últimas três semanas, o USDA revisou para baixo os índices de lavouras em boas ou excelentes condições. Até o dia 15 de junho, cerca de 73% das lavouras apresentam boas condições, já no dia 29 de junho, o número chegou a 68%. Isso por conta das chuvas mais volumosas registradas no cinturão produtor de milho, principalmente nas duas últimas semanas.
Ainda na visão do consultor da Carlos Cogo Consultoria, Carlos Cogo, os preços do cereal ainda têm espaço para subir. "Temos estoques com visão de queda nos EUA e em termos globais e deveremos ter uma inversão esse ano, com o consumo mundial maior do que a produção. Então, a relação estoques X consumo está caindo e teremos uma provável recuperação nos preços futuros, bem sustentada acima dos US$ 4,00 por bushel. Isso dará condição para os negócios no Brasil a partir do 2º semestre e no início de 2016", relata o consultor.
Mercado interno
No Porto de Paranaguá, a saca do milho para entrega em outubro/15 encerrou a quarta-feira a R$ 30,00. Ontem, devido à forte alta registrada no mercado internacional não houve referência para os preços praticados no porto. Já em São Gabriel do Oeste (MS), a saca do cereal encerrou o dia a R$ 17,70, com ganho de 1,14%.
Em Jataí (GO), a cotação do milho também exibiu ganho, de 2,78%, com a saca negociada a R$ 18,50. Nas demais praças o dia foi de estabilidade, conforme levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas.
Enquanto isso, a colheita da segunda safra de milho avança no Brasil. Somente no Paraná, a colheita chegou a 20% e a perspectiva é de uma safrinha cheia, próxima de 10,78 milhões de toneladas. “Estamos colhendo uma safra de inverno generosa e temos estoques elevados. No milho, estamos em um momento em que não podemos perder boas oportunidades de negócios, pois precisamos enxugar o excedente do mercado interno”, orienta o consultor.
Já as exportações brasileiras de milho fecharam o mês de junho com o volume embarcado de 136,8 mil toneladas do grão, com média diária de 6,5 mil toneladas. Em comparação com o mês anterior, o volume representa uma alta de 235,6%. No comparativo com o mesmo período do ano anterior, o ganho é de 48,7%.
No período, as exportações renderam ao Brasil uma receita de US$ 23,4 milhões, com média diária de US$ 1,1 milhão. Do mesmo modo, o número é equivalente a um ganho de 226,3% em relação a maio e 19,3% em igual período de 2014.
Câmbio
O dólar encerrou a sessão desta quarta-feira em campo positivo, com ganho de mais de 1%, cotado a R$ 3,14 na venda. O patamar foi o maior registrado em quase um mês. Conforme dados da agência Reuters, o câmbio encontrou suporte nas preocupações com a Grécia e os dados sobre o mercado de trabalho nos EUA.
Confira como fecharam as cotações nesta quarta-feira:
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