Milho: Mercado reflete relatório do USDA e fecha sessão desta 4ª feira com perdas expressivas na CBOT
As cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram o pregão desta quarta-feira (10) com perdas acentuadas. As principais posições do cereal exibiram quedas entre 7 a 8 pontos. O vencimento julho/15 era cotado a US$ 3,57 por bushel, após iniciar o dia a US$ 3,64 por bushel.
Segundo informações de agências internacionais, o mercado foi pressionado pelos números do novo boletim de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), reportado nesta quarta-feira. "O relatório acabou trazendo um aumento nos estoques finais de milho acima do que o mercado esperava. Também temos que observar que tem muito produto na mão dos produtores norte-americanos, que podem vender o grão com mais força e acabar pesando ainda mais sobre os preços. Além disso, a forte queda no trigo também influenciou os futuros do cereal", diz Gustavo Schnekenberg, analista de mercado da Agrinvest.
Para a safra mundial 2014/15, o órgão revisou para cima a projeção da safra mundial, de 996,12 milhões para 999,45 milhões de toneladas do grão. Do mesmo modo, os estoques finais globais também subiram e foram estimados em 197,01 milhões de toneladas, contra os 192,5 milhões de toneladas indicados no boletim de maio. O departamento ainda elevou os estoques finais norte-americanos de milho, de 47,02 milhões para 47,65 milhões de toneladas. Em contrapartida, o volume do grão destinado à produção de etanol recuou de 132,09 milhões para 131,45 milhões de toneladas.
Para a produção do Brasil, o departamento projetou a safra em 81 milhões de toneladas de milho. No boletim anterior, o número era de 78 milhões de toneladas. Os estoques finais brasileiros também foram revistos e subiram de 17,27 milhões para 20,27 milhões de toneladas. Já a safra da Argentina foi estimada em 25 milhões de toneladas, frente as 24,5 milhões de toneladas projetadas anteriormente.
Da safra 2015/16, assim como o mercado apostava, o órgão ainda trouxe um aumento nos estoques finais norte-americanos, que subiu de 44,35 milhões para 44,99 milhões de toneladas. No entanto, o USDA manteve as projeções para a safra dos EUA em 346,22 milhões de toneladas e a produtividade em 176,55 sacas por hectare.
"A atenção dos investidores se voltará ao clima nos Estados Unidos, com a previsão de continuidade das chuvas no Meio-Oeste", ressaltou Bob Burgdorfer, da Farm Futures. Por enquanto, as previsões oficiais indicam precipitações nos próximos 6 a 10 dias e um clima um pouco mais quente.
Em meio ao excesso de chuvas em algumas localidades, há especulações no mercado sobre a necessidade de replantio de algumas áreas e o tempo hábil para a realização dos trabalhos nos campos norte-americanos.
Mercado interno
No Porto de Paranaguá, a saca do milho para entrega em outubro/15 fechou a quarta-feira com queda de 1,79%, cotada a R$ 27,50. A queda registrada nos contratos da commodity no mercado internacional acabou pesando sobre os preços do cereal. Já o dólar, outro importante componente na formação de preços, encerrou o dia a R$ 3,10, com ligeira alta, de 0,03%.
Em São Gabriel do Oeste (MS), a saca do cereal apresentou leve ganho de 1,76%, negociada a R$ 17,30. Nas demais praças pelo Brasil, a quarta-feira foi de estabilidade, conforme levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas.
Na região de Campo Novo do Parecis (MT), a saca do cereal é cotada entre R$ 13,50 a R$ 14,00, valores próximos do preço mínimo fixado para o estado, de R$ 13,56/sc.
O momento ainda é de pressão no preços já que a perspectiva é de uma grande safrinha de milho. Com o clima favorável, a segunda safra do grão poderá ficar acima de 50 milhões de toneladas. Entretanto, alguns analistas já destacam que, as exportações podem aliviar a pressão no mercado interno.
Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o pesquisador do Cepea, Lucilio Alves, sinalizou que o line-up - programação para o carregamento de grãos - no Porto de Paranaguá está previsto em mais de 300 mil toneladas em junho. "Isso é só em Paranaguá e se tivermos essa confirmação, poderemos ter uma das melhores médias dos últimos 6 a 7 anos para o período. A questão é saber se os volumes negociados antecipadamente são destinados para as exportações", explica.
BM&F
Na BM&F Bovespa, o dia também foi de queda aos preços futuros do cereal. "O mercado recuou e buscou o nível de R$ 25,00 para o contrato de setembro. As cotações caíram devido às perdas no mercado internacional e também o comportamento do dólar que, durante boa parte do dia trabalhou em campo negativo", ressalta o analista da Agrinvest.
Veja como fecharam os preços nesta quarta-feira:
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