Milho: Com foco no plantio nos EUA, mercado volta a operar em queda na manhã desta 4ª feira
As cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) iniciaram a sessão desta quarta-feira (15) em campo negativo. Por volta das 7h59 (horário de Brasília), as principais posições do cereal registravam perdas entre 2,50 e 2,75 pontos. O contrato maio/15 era cotado a US$ 3,71 por bushel.
O mercado devolve os ganhos observados no pregão anterior. Nesta terça-feira, os preços da commodity esboçaram uma reação após 6 sessões consecutivas de perdas e terminaram o dia com ligeiras altas. Além do movimento técnico de recompra de posições por parte dos fundos de investimentos, os ganhos da soja também deram suporte aos preços do cereal, conforme destacam os analistas.
Ainda assim, o foco dos participantes do mercado é o clima nos Estados Unidos. Com o alto índice de umidade em importantes regiões produtoras no país, como o Sul, Sudeste e a parte Leste do Cinturão Produtor, o plantio do milho da safra 2015/16 caminha de forma mais lenta nesse momento. Até o último domingo, apenas 2% da área projetada havia sido cultivada com o grão, segundo reporte do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
Contudo, o site internacional Farm Futures destaca que, apesar do início da semeadura mais lento, os produtores norte-americanos conseguiriam avançar com os trabalhos nos campos, caso o clima colabore. Cenário decorrente os investimentos em tecnologia, especialmente os maquinários.
Confira como fechou o mercado nesta terça-feira:
Milho: Em Chicago, mercado esboça reação e fecha em leve alta após perdas recentes
Depois seis pregões consecutivos de perdas, os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram o dia com leves ganhos. As principais posições do cereal fecharam a sessão com altas de 3 pontos. O vencimento maio/15 era cotado a US$ 3,73 por bushel. E, apesar da reação, os preços não conseguiram recuperar as quedas acumuladas nos últimos dias.
Para o analista de mercado da Jefferies Corretora, Vinicius Ito, após a queda recente, houve uma recompra por parte dos fundos de investimentos, fator que deu suporte aos preços nesta terça-feira (14). "O mercado também acompanhou a alta registrada no mercado da soja. Nos EUA, temos o plantio atrasado nesse momento devido ao excesso de umidade observada no Sul e Leste do Cinturão Produtor de milho. Há especulações no mercado, já que, caso o clima permaneça desfavorável, poderemos ter uma transferência de área do cereal, para a soja", explica.
Até o momento, em algumas localidades, principalmente no Sul, Sudeste e a parte Leste do Cinturão Produtor registram altos índices de umidade, em função das chuvas. Já na parte Oeste, o clima mais seco tem proporcionado a evolução da semeadura do milho, da safra 2015/16.
Ainda nesta segunda-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgou o primeiro boletim de acompanhamento de safras, referente ao ciclo 2015/16. No milho, o plantio está completo em 2% da área prevista nesta temporada, até o último domingo (12). O percentual está abaixo do registrado no mesmo período do ano passado, de 3% e da média dos últimos cinco anos, de 5%. Os investidores apostavam em um cultivo entre 5% a 6%.
Na visão do analista de mercado da FocoMT Agentes Autônomos, Marcos Hildenbrandt, o clima nos EUA deverá ser o foco dos participantes do mercado. "Ainda assim, temos o mercado internacional bastante pressionado devido aos preços do petróleo, que acabam reduzindo a competitividade do etanol de milho. Também temos que levar em consideração os altos estoques globais e, por enquanto, ainda não temos nenhum problema climático no país que possa influenciar os preços", destaca.
Mercado interno
Nesta terça-feira (14), o preço do milho no Porto de Paranaguá permaneceu em R$ 28,00 a saca, para entrega em outubro/15. Apesar da leve alta no mercado internacional, o dólar recuou forte na sessão de hoje e caiu 1,89%, e terminou o dia negociado a R$ 3,06.
Ainda segundo o analista de mercado da FocoMT Agentes Autônomos, até o momento, a safrinha de milho se desenvolve bem, já que as chuvas têm aparecido, especialmente na região Centro-Oeste. "Com isso, deveremos ter uma pressão baixista, a não ser que tenhamos um fator novo, como algum problema climático no Brasil ou nos EUA, ou até mesmo a movimentação do dólar", explica.
Para a safrinha, cerca de 40% da produção do Mato Grosso, já foi comercializada antecipadamente. "Os produtores têm aproveitado as cotações, no entanto, com o receio do número final da colheita devido ao atraso no início do plantio, não se comprometeu tanto", acredita o analista.
Entretanto, o analista ainda sinaliza que, os produtores brasileiros ainda poderão ter melhores oportunidades de negociação, já que a segunda safra ainda não está definida. Na região de Assis Chateaubriand (PR), até o momento, as lavouras de milho safrinha apresentam boas condições. Contudo, o clima já é uma preocupação dos produtores, uma vez que, 90% das plantas estão em fase de pendoamento e a falta de chuvas pode comprometer o desenvolvimento da cultura.
"Qualquer problema que tivermos com a safra, poderemos ver o mercado futuro subindo bastante no Brasil. Hoje, o país precisa da safrinha até mesmo para o consumo interno e se acontecer algum problema, os agricultores deverão aproveitar as opções na BM&F, que são uma excelente ferramenta", orienta Hildenbrandt.
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