Milho: Em movimento técnico, preços fecham sessão com perdas expressivas na CBOT
Na sessão desta quarta-feira (28), as principais posições do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) finalizaram o dia com perdas fortes. Os contratos da commodity exibiram quedas entre 7,75 e 8,25 pontos. O vencimento março/15 era cotado a US$ 3,73 por bushel, após ter encerrado o pregão anterior a US$ 3,81 por bushel.
Diante da falta de notícias, os preços têm caminhado de lado nos últimos dias. Entretanto, nesta quarta-feira, ao perder patamares importantes de suporte, as cotações exibiram um movimento mais expressivo de realização de lucros. "Normalmente, final de janeiro é um período mais fraco de notícias, o que deixa o mercado mais frágil. O mercado está pressionado e trabalhando mais na linha técnica nesse momento", afirma o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze.
Além disso, o consultor também destaca como fator de pressão aos preços, a desvalorização nos futuros do trigo. As posições da commodity finalizaram a quarta-feira, com quedas entre 11,25 e 13,75 pontos no mercado internacional. Fator que contribuiu para influenciar negativamente as cotações do milho e da soja.
Paralelamente, as notícias de uma boa safra na Argentina também pesam nos preços e são observadas pelos participantes do mercado. A expectativa é que os produtores argentinos colham ao redor de 24 milhões a 26 milhões de toneladas de milho nesta safra. O número está acima da última projeção do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), de 22 milhões de toneladas.
"Com isso, a expectativa é que o país tenha mais produto para exportar durante esse ano. O mercado também olha a safra do Brasil, mas,. por enquanto, temos uma produtividade favorável das lavouras da safra de verão. Porém, a safrinha de milho, o atraso no plantio devido às adversidades climáticas e a redução na área cultivada não são observadas pelos investidores", ressalta Brandalizze.
Do lado da demanda, o consultor ainda destaca a situação climática no Hemisfério Norte, com as nevascas. "Nesse momento, o fluxo de ração para o interior dos Estados Unidos está meio parado, o que também ajuda a pressionar o mercado", diz.
Contudo, Brandalizze acredita que os preços já estão dentro do limite de baixa. "E nos patamares de US$ 3,70, o mercado se torna comprador", sinaliza. Nesta quinta-feira, o USDA reporta novo boletim de vendas para exportação, importante indicativo da demanda.
BM&F Bovespa
Na BM&F Bovespa, as cotações do milho finalizaram o pregão desta quarta-feira (28) com ligeiras altas. As principais posições do cereal terminaram o dia com valorizações entre 0,04% e 0,07%. O contrato março/15 era cotado a R$ 27,70 a saca.
Ainda na visão do consultor de mercado, o mercado da BM&F está mais ligado ao mercado financeiro e a movimentação do dólar. Nesta quarta, a moeda norte-americana terminou o dia com ganho de 0,25% ante o real para R$ 2,5769. Os investidores observaram as declarações das autoridades do Federal Reserve (Fed), que é o banco central norte-americano.
O banco reportou que deverá continuar com a sua promessa de ser mais "paciente" na hora de elevar os juros no país. E também trouxe ainda uma melhor avaliação da economia e do mercado de trabalho norte-americano.
"Acredito que na BM&F, as cotações já estejam próximas do fundo do poço, dentro dos patamares de exportação. Por enquanto, o mercado está mais vinculado ao dólar e depois as notícias em relação à safra de verão, de redução já está consolidada. Mas, a partir de fevereiro, com o foco na safrinha, poderemos ter um fôlego no mercado, com o foco nos fundamentos", acredita o consultor.
Mercado interno
Nas principais praças pesquisadas pelo Notícias Agrícolas, a quarta-feira foi de estabilidade. No Porto de Paranaguá, os preços se mantiveram no patamar de R$ 27,50, para entrega em agosto de 2015. Em São Gabriel do Oeste (MS), o preço recuou 2,63%, com a saca do milho a R$ 18,50.
Veja como fecharam os preços nesta quarta-feira:
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