Milho: Em Chicago, preços operam próximos da estabilidade nesta 3ª feira
As cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) operam com ligeiras perdas, próximos da estabilidade na manhã desta terça-feira (27). Por volta das 9h28 (horário de Brasília), as principais posições do cereal exibiam quedas entre 0,25 e 0,50 pontos. O vencimento março/15 era cotado a US$ 3,83 por bushel.
O mercado mantém o tom negativo registrado na sessão anterior. Nesta segunda-feira (26), os preços recuaram, mesmo com a elevação nos embarques semanais. Segundo o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), até a semana encerrada no dia 22 de janeiro, os embarques ficaram em 886,825 mil toneladas, contra 747,634 mil toneladas do grão registradas na semana anterior.
Na visão do consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, nesse momento, faltam notícias para impulsionar as cotações do cereal. Paralelamente, o cenário confortável entre oferta e demanda pesam sobre os preços da commodity.
Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:
Milho: Com estoques elevados e foco na safra brasileira, preços têm novo dia de queda na BM&F
Na Bolsa brasileira, a sessão desta segunda-feira (26) foi de forte queda aos preços do milho. Os principais vencimentos da commodity registraram quedas entre 1,29% e 2,41%. A posição março/15 era cotada a R$ 27,57 a saca. Em relação à segunda-feira anterior, o contrato já exibe uma desvalorização de 7,67%, já que na semana anterior, o vencimento era negociado a R$ 29,86 a saca.
Para o analista de mercado da FocoMT Agentes Autônomos, Marcos Hildebrandt, os preços futuros do cereal são pressionados pelos altos estoques de passagem nesta safra. De acordo com dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), os estoques finais da temporada 2013/14 estão próximos de 14.458,8 milhões de toneladas.
Além disso, após muitas especulações em relação à redução na área destinada ao milho na safra de verão e o clima, os produtores iniciaram a colheita do cereal e as produtividade relatadas são favoráveis. "Apesar dessa diminuição na área, iremos colher bem na primeira safra", destaca o analista.
A produção brasileira de milho deverá fica próxima de 29.640,8 milhões de toneladas, conforme dados oficiais da Conab. E, por enquanto, há preocupações com a safrinha por parte dos produtores rurais, especialmente em relação ao clima, que em algumas localidades, permanece irregular.
Na região de Guaíra (PR), os agricultores que conseguiram colher a soja, já fizeram o plantio do milho, mas tiveram prejuízo, conforme ressalta o presidente do Sindicato Rural do município, Silvanir Rosset. "Nesse momento, grande parte dos produtores aguardam o retorno das chuvas para fazer a semeadura da safrinha", diz o presidente.
Mercado interno
A segunda-feira (26) foi de preços mais baixos no mercado interno brasileiro. Segundo levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Bitencourt Lopes, em Não-me-toque (RS), o valor da saca recuou 2,22%, para R$ 22,00.
Em Tangará da Serra e Campo No do Parecis, ambas praças do Mato Grosso, as cotações também caíram 2,78% e 3,13% e a saca do milho era cotada a R$ 17,50 e R$ 15,50, respectivamente. Na contramão desse cenário, em Jataí (GO), a cotação exibiu ligeira valorização de 1,81% e a saca negociada a R$ 22,50.
No Porto de Paranaguá, o preço da saca também subiu 1,85%, para R$ 27,50, para entrega em agosto de 2015. O preço foi impulsionado pela leve valorização registrada no câmbio nesta segunda-feira. A moeda norte-americana encerrou o pregão a R$ 2,5905 na venda, com alta de 0,06%. Na mínima do dia, o dólar chegou a R$ 2,5821.
"Tivemos um dólar estável, que não contribuiu para alavancar os preços nos Portos. E também temos os fretes crescendo nos últimos dias, o que aumenta os custos e reduz o valor do produto no interior. Nesse momento, temos mais oferta e menos demanda, o que acaba pesando sobre os preços", afirma Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting.
Com isso, os compradores estão em posição confortável, o que deve manter as cotações mais frágeis nos próximos dias, acredita o consultor. "No curto prazo, o mercado não mostra uma reação, já caiu na semana passada. Para as próximas duas semanas, o mercado deve continuar pressionado e pode, até mesmo, registrar queda de R$ 2,00 a R$ 3,00 e chegar no fundo do poço", destaca Brandalizze.
Exportações brasileiras
Até o dia 25 de janeiro, as exportações brasileiras de milho totalizaram 2.788,9 milhões de toneladas, com média diária de 174,3 mil toneladas. Em comparação com o mesmo período do mês anterior, quando foram embarcadas 154,8 mil toneladas diárias, o volume representa uma alta de 12,6%.
Já em relação à igual período de 2014, o número registra uma valorização de 31,1%. Nos 16 dias úteis de janeiro, as exportações do cereal renderam ao país US$ 516,7 milhões, com preço médio da tonelada em torno de US$ 185,3.
Bolsa de Chicago
Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros do milho encerraram a sessão desta segunda-feira (26) com ligeiras perdas. O tom negativo foi mantido ao longo do dia e as principais posições do cereal exibiram quedas entre 3,00 e 3,50 pontos. O vencimento março/15 era cotado a US$ 3,83 por bushel.
O consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, destaca que, o mercado internacional segue calmo. "Nos EUA, os embarques foram positivos, porém, insuficientes para alavancar o mercado. Já os números vieram próximos do limite que os participantes do mercado esperavam. E como o ritmo dos embarques do grão estão menores, no acumulado do ano, o número está pouco melhor do que no ano anterior, não despertou interesse nos investidores. Não temos uma novidade grande para impulsionar os preços", afirma.
Até a semana encerrada no dia 22 de janeiro, os embarques ficaram em 886,825 mil toneladas, contra 747,634 mil toneladas do grão registradas na semana anterior. As informações foram reportadas pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), nesta segunda-feira.
O volume também ficou pouco acima das expectativas dos participantes do mercado, entre 580 mil a 740 mil toneladas. No total acumulado do ano, os embarques somam 14.283,140 milhões de toneladas, frente às 44,5 milhões de toneladas previstas pelo departamento norte-americano para essa safra.
Na última sexta-feira, o mercado já havia encontrado suporte nos bons números das vendas para exportação. Em uma semana, o volume de milho negociado para exportação aumentou 166% e atingiu o maior nível em sete anos no período de uma semana, totalizando 2.185,4 milhões de toneladas, até 15 de janeiro.
Diante dos preços em patamares mais baixos, os compradores aproveitaram para garantir o abastecimento, de acordo com dados dos sites internacionais. Contudo, o quadro fundamental, oferta e demanda mais confortáveis, e também os preços do petróleo, continuam sendo observadas pelos investidores e pesam no mercado.
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