Milho: Mercado esboça recuperação e amplia ganhos na CBOT; março/15 chega a US$ 3,98/bu
Durante a sessão desta sexta-feira (9), os futuros do milho na Bolsa de Chicago (CBOT) ampliaram os ganhos. Por volta das 12h58 (horário de Brasília), as principais posições da commodity exibiam ganhos entre 1,75 e 2,75 pontos. O vencimento março/15 era cotado a US$ 3,97 por bushel, após ter iniciado o pregão a US$ 3,95 por bushel.
Após as perdas registradas nos últimos dias, o mercado esboça uma recuperação frente ao relatório de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que será reportado na próxima segunda-feira (12). Segundo algumas estimativas reportadas pelo noticiário internacional, a safra norte-americana de milho poderá totalizar 364,9 milhões de toneladas nesta temporada.
Número abaixo do indicado no boletim de dezembro, em que a produção foi projetada em 365,97 milhões de toneladas. A produtividade das lavouras também pode ficar abaixo do último número do USDA, de 183,52 sacas por hectare, e ficar próximo de 181,5 sacas por hectare. Já a área colhida poderá recuar de 33,63 milhões de hectares, número do departamento, para 33,51 milhões de hectares, conforme estimativas do mercado internacional.
Do mesmo modo, os estoques de milho dos EUA poderão cair de 50,75 milhões de toneladas para 49,3 milhões de toneladas. E os estoques trimestrais norte-americanos são estimados em 283,5 milhões de toneladas, enquanto que os estoques mundiais são esperados em 192,1 milhões de toneladas, próximo dos 192,20 milhões de toneladas, apontados no relatório do mês anterior.
Outro fator que contribui para dar suporte ao mercado é o anúncio da venda de 136 mil toneladas de milho para a Coreia do Sul, feita pelo USDA. O órgão também informou a venda de 116 mil toneladas de sorgo para destinos desconhecidos. Ambos os volumes deverão ser entregues na temporada 2014/15.
Paralelamente, os investidores também estão atentos ao comportamento dos preços do petróleo. Nos últimos dias, a pressão nas cotações da commodity, influenciaram na produção de etanol, a partir do milho, nos EUA. Conforme dados da AIE (Administração de Informação de Energia), a produção de etanol recuou 2%, equivalente a 23 mil barris por dia, na semana encerrada no dia 2 de janeiro, em relação à semana anterior.
BM&F
Depois de uma semana negativa, as cotações do milho na BM&F Bovespa exibem uma ligeira recuperação. Por volta das 13h09 (horário de Brasília), as posições do cereal registravam ganhos entre 0,50% e 1,38%. O março/15 era negociado R$ 29,30 a saca, após ter fechado o dia anterior a R$ 28,90 a saca.
Nesta sexta-feira, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) reportou novo boletim de acompanhamento de safras. A produção brasileira na temporada 2014/15 deverá totalizar 79.051 milhões de toneladas, uma queda de 1,1% em comparação com o ciclo anterior, na qual, foram colhidas 79.905 milhões de toneladas do cereal.
Para a safrinha, a área cultivada nesta temporada deverá ficar em 9.182 milhões de hectares, mesmo número da safra passada. No total, a segunda safra deverá somar 49.410 milhões de toneladas, um aumento de 2,4%, em relação ao no anterior, de 48.252 milhões de toneladas.
Contudo, as informações vindas dos campos vão na contramão das projeções da companhia. Em Sorriso (MT), a área destinada ao milho na safrinha deverá recuar em torno de 20% em função do atraso no plantio da soja. Cenário que se repete em Sinop (MT), onde as altas temperaturas e o menor volume de chuvas, poderá registrar uma diminuição expressiva na área cultivada.
Em São Gabriel do Oeste (MS), a situação se repete e o recuo na área poderá ficar acima de 25%. Além disso, a tecnologia destinada à produção também já é uma certeza no município.
“Os agricultores deverão investir em cultivares mais baratas, porque o produtor está com medo dos preços recuarem novamente. Chegamos a ter um valor em torno de R$ 15,00 a R$ 16,00 e não cobre os custos de produção. Atualmente, a cotação reagiu e subiu para R$ 22,00 a R$ 23,00, no entanto, não temos previsão de um aumento significativo, a não ser que aumente as exportações, pois os estoques na cidade são altos”, ressalta o presidente do Sindicato Rural do município, Júlio César Bortolini.
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