Milho: À espera do USDA, mercado opera próximo da estabilidade nesta 6ª feira
No início do pregão desta sexta-feira (9), os futuros do milho operam em campo misto, próximos da estabilidade na Bolsa de Chicago (CBOT). Por volta das 8h50 (horário de Brasília), as primeiras posições da commodity registravam ganhos entre 0,50 e 0,75 pontos. Apenas o vencimento setembro/15 recuava 0,75 pontos, cotado a US$ 4,11 por bushel. A posição março/15 era negociada a US$ 3,95 por bushel.
Os participantes do mercado buscam um melhor posicionamento frente ao relatório de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que será reportado na próxima segunda-feira (12). A expectativa é que a safra do grão norte-americano possa ficar acima da última projeção do órgão, de 365,97 milhões de toneladas, conforme estimativas de consultorias privadas.
Paralelamente, o fraco desempenho das vendas para exportação ainda influenciam as cotações. Até a semana encerrada no dia 1º de janeiro, as vendas ficaram em 387.600 mil toneladas, uma queda de 57% em relação à semana anterior.
Veja como fechou o mercado nesta quinta-feira:
Milho: Com queda no dólar, preço recua 3,39% em Paranaguá e saca é cotada a R$ 28,50
A queda no dólar pressionou o preço praticado no Porto de Paranaguá. A cotação recuou 3,39%, com a saca negociada a R$ 28,50 a saca, para entrega em agosto de 2015. Em Jataí (GO), o preço também caiu 0,34%, para R$ 20,66. Já em Luís Eduardo Magalhães (BA), o preço do cereal subiu 2,00%, para R$ 25,50 a saca. Nas demais praças pesquisadas pelo Notícias Agrícolas, o dia foi de estabilidade para as cotações do cereal.
Para a safra de verão, a área cultivada nesta temporada foi uma das menores da história. E com a alta do dólar, o consultor de mercado destaca que os produtores devem estar atentos ao cenário para fazer bons negócios. Principalmente, nas localidades onde a demanda por proteína animal é forte, como nos estados de SP e GO.
"Para a safrinha, temos que destaca que os produtores estão bem profissionais nas vendas. Desde o final do ano até agora, tivemos o milho no Porto entre R$ 30,00 a R$ 32,00 e as origens vendendo bem e negociando a safrinha 2015. Quando o o preço recuou para R$ 28,50 a R$ 29,00, as vendas param", diz Fernandes.
Nesta sexta-feira (9), a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) irá trazer os novos números do acompanhamento de safras. Para o consultor, a área destinada à safrinha este ano deverá ser um pouco menor em comparação com o ciclo anterior. "Mas tudo isso irá depender do comportamento do dólar e o contrato setembro/15 na BM&F subir irá estimular o plantio. O preço mais alto vai fazer com que a área caia pouco, mas se as cotações cederem a vontade de plantar recua bastante", acredita.
BM&F Bovespa
Na bolsa brasileira, as cotações do milho caíram pelo 4º dia consecutivo. As principais posições da commodity terminaram a sessão com desvalorizações entre 0,59% e 0,89%. O contrato março/15 era cotado a R$ 28,90 a saca, depois de ter fechado o pregão anterior a R$ 29,16 a saca.
As cotações recuaram frente à mais um dia de queda no mercado internacional e também no câmbio. A moeda norte-americana era cotada a R$ 2,67 na venda, com perda de 1%. O movimento é reflexo do bom humor do mercado externo depois do Federal Reserve anuncuar que não tem pressa em elevar os juros, segundo dados reportados pela agência Reuters.
Bolsa de Chicago
Pelo terceiro dia consecutivo, os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam do lado negativo da tabela. As principais posições do cereal finalizaram o pregão com perdas entre 1,50 a 3,00 pontos. O vencimento março/15 era cotado a US$ 3,94 por bushel, após ter encerrado a sesão do dia anterior a US$ 3,96 por bushel. Desde o início da semana, o contrato já recuou 2,96%.
No início do dia, as cotações até esboçaram uma recuperação, porém, novamente o movimento não foi consolidado. As cotações estenderam as perdas influenciadas pelo relatório de vendas para exportação, reportado hoje pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Até a semana encerrada no dia 1º de janeiro, as vendas ficaram em 387.600 mil toneladas.
O número representa um recuo de 57% em relação à semana anterior, na qual, foram exportadas 895 mil toneladas do cereal. Em comparação com a média das últimas quatro semanas, o número representa uma diminuição de 63%. Como principal destino do milho norte-americano está o México, com a aquisição de 251.300 mil toneladas do grão.
Além disso, há muita especulação no mercado em relação ao próximo relatório de oferta e demanda do departamento norte-americano que será divulgado na próxima segunda-feira (12). Essa semana, a Informa Economics indicou a produção dos EUA em 366,42 milhões de toneladas do grão, contra 365,97 milhões de toneladas estimadas pelo USDA. O órgão atualiza os números na próxima segunda-feira (12), quando será divulgado o novo boletim de oferta e demanda.
Outra variável que está foco dos participantes do mercado é a produção de etanol nos Estados Unidos. Conforme dados da AIE (Administração de Informação de Energia), a produção de etanol recuou mais de 2% até a semana encerrada no dia 2 de janeiro. Segundo informações do noticiário internacional, os dados mostram que houve uma desaceleração no consumo do biocombustível no país, em meio à queda nos preços do petróleo, que desde outubro já caíram mais de 40%.
O consultor em agronegócio, Ênio Fernandes, um dos fatores que irá sustentar os preços do cereal é a cotação da soja. "Se o milho continuar caindo e a soja não acompanhar esse movimento, a relação entre as duas commodities ficará ainda pior. Então a oleaginosa irá comprar área de milho nos Estados Unidos e se isso realmente acontecer, os preços do milho não teriam muito a cair", explica.
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