Milho: Em Chicago, mercado amplia perdas e março/15 perde o patamar dos US$ 4,00 por bushel
Ao longo dos negócios desta quarta-feira (7), os futuros do milho na Bolsa de Chicago (CBOT) reverteram os ganhos e voltaram a operar em campo negativo. Por volta das 13h10 (horário de Brasília), os principais contratos exibiam perdas entre 5,50 e 5,75 pontos. O vencimento março/15 era cotado a US$ 3,99 por bushel.
Os preços está esboçaram uma reação no início do pregão, porém, o movimento não foi sustentado. De acordo com informações reportadas pelo noticiário internacional, o mercado tem sido pressionado pela expectativa de uma safra recorde de milho nos Estados Unidos nesta temporada. Nesta terça-feira, a consultoria Informa Economics estimou a produção norte-americana em 366,42 milhões de toneladas.
A estimativa está acima do indicado no último boletim de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados), de 365,97 milhões de toneladas. O órgão deverá atualizar os números na próxima segunda-feira (12).
Além disso, a fraqueza nos preços do petróleo também continuam influenciando negativamente os preços do cereal, segundo dados de sites internacionais. Desde outubro, a cotação já recuou mais de 40%, conforme explica o consultor de mercado da Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica, Carlos Cogo.
"Essa situação afeta a margem das usinas de etanol nos EUA e atrapalha uma recuperação nos preços do cereal. E no país, cerca de 35% da produção de milho é destinada à fabricação do etanol", sinaliza Cogo.
O consultor ainda destaca que, o cenário pode ser agravado, caso as cotações do petróleo recuam ainda mais. "Cerca de 18% a 20% de toda a produção de milho mundial é destinada para a produção do etanol, então é um peso grande. E, com isso, teríamos um excedente exportável bastante expressivo, o que atrapalha o movimento de embarque do produto", diz.
BM&F Bovespa
Pelo terceiro dia consecutivo, as cotações futuras do milho recuam na BM& Bovespa. Por volta das 12h11 (horário de Brasília), os preços registravam desvalorizações entre 0,69% e 1,40%. O vencimento março/15 era cotado a R$ 29,17 a saca, depois de ter fechado o dia anterior a R$ 29,55 a saca.
As cotações acompanham o movimento negativo observado no mercado internacional e também no dólar. Nesta quarta-feira, a moeda norte-americana é cotada a R$ 2,6892 na venda, com queda de 0,47%. Conforme dados da agência Reuters, o dólar recua acompanhando outros mercados de câmbio, depois das informações de que o Banco Central Europeu (BCE) possa adotar mais estímulos para a economia.
Em contrapartida, os participantes do mercado também aguardam o boletim de acompanhamento de safras da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) que será divulgado na próxima sexta-feira (9). Ainda há muitas incertezas em relação ao real tamanho da primeira safra no Brasil, assim como, a área que deverá ser destinada ao grão na segunda safra.
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