Milho: Com suporte nos ganhos do trigo, mercado permanece em campo positivo na CBOT
Durante os negócios nesta terça-feira (6), as cotações futuras do milho na Bolsa de Chicago (CBOT) dão continuidade ao movimento positivo e exibem leves altas. Por volta das 12h41 (horário de Brasília), as principais posições do cereal registravam ganhos entre 2,75 e 3,25 pontos. O vencimento março/15 era cotado a US$ 4,09 por bushel.
De acordo com informações divulgadas no noticiário internacional, o mercado do milho ainda encontra suporte nas altas observadas nos preços futuros do trigo. As previsões climáticas indicando temperaturas mais baixas nos Estados Unidos, têm impulsionado as cotações do trigo e, consequentemente, sustentado o milho.
Frente a essa situação, a expectativa dos participantes do mercado é que haja um aumento na procura do cereal para a alimentação animal. Contudo, os analistas destacam que essa deve ser uma semana de volatilidade no mercado internacional. Isso porque, na próxima segunda-feira (12), o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reporta seu novo relatório de oferta e demanda.
Inclusive, alguns participantes do mercado apostam que o órgão revise para baixo a projeção para a safra norte-americana. No boletim de dezembro, a produção de milho dos EUA foi estimada em 365,97 milhões de toneladas para a temporada 2014/15.
BM&Bovespa
Na bolsa brasileira, o pregão desta terça-feira (6) é negativo aos preços do milho. Pelo segundo dia consecutivo, as cotações recuam e, por volta das 12h17 (horário de Brasília), os principais contratos registravam desvalorizações entre 0,85% a 1,92%. O contrato março/15 era cotado a R$ 29,75 a saca, depois de ter encerrado a sessão anterior a R$ 30,15 a saca.
O mercado exibe mais um movimento de realização de lucros. Nesta terça, o câmbio também atua em campo negativo. Depois de ter iniciado o dia do lado azul da tabela, o câmbio recuou compensando o quadro de aversão ao risco nos mercados externos frente à persistente perda nos preços do petróleo, conforme dados da agência Reuters. A moeda norte-americana era negociada a R$ 2,70, com perda de 0,59%.
Porém, os analistas ressaltam que as informações e dados sobre a safrinha deverão direcionar os preços. Desde o ano passado, há muitas especulações no mercado a respeito da segunda safra, em função do atraso no plantio da soja. Em muitas localidades, a janela ideal de cultivo do milho está bastante estreita.
Na região de Sorriso (MT), a redução na área cultivada pode chegar a 20% e, em todo o estado, o percentual pode ficar acima de 12%. Os investimentos também deverão ser menores nesta safra, em torno de 15% a 20%. O cenário também se repete em outras regiões produtoras pelo país.
“Poderemos ter uma diminuição de até 40% da produção de milho da região. O plantio fora da janela ideal é muito grande e na nossa localidade, as chuvas cortam a partir de abril e pode pegar as lavouras em fase de pendoamento. Os preços giram em torno de R$ 15,50 a saca, é um bom valor, mas se não equilibrarmos os custos, podemos gastar até 80 sacas de custo por hectare”, explica o presidente do Sindicato Rural do município, Laércio Pedro Lenz.
Na próxima sexta-feira (9), a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) deverá reportar novo boletim de acompanhamento de safras. "Acredito ser ainda muito cedo para que se possa afirmar alguma tendência. O relatório da companhia na sexta-feira pode ser uma primeira luz neste cenário", diz o analista de mercado da Cerrado Corretora de Mercadorias & Futuros, Mário Antônio Ribeiro.
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