Milho: Na CBOT, mercado volta a cair com foco na safra dos EUA
As cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) operam do lado negativo da tabela nesta terça-feira (8). Ao longo das negociações, as principais posições da commodity até esboçaram uma reação, mas o movimento não foi sustentado e os preços voltaram a cair. Por volta das 12h24 (horário de Brasília), as cotações do cereal exibiam leves perdas entre 1,00 e 2,25 pontos. O contrato setembro/14 perdeu o patamar dos US$ 4,00 por bushel e era cotado a US$ 3,98 por bushel.
De acordo com analista de mercado da FCStone, Ana Luiza Lodi, o mercado é pressionado pela perspectiva de safra recorde nos EUA. Segundo projeção do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), os produtores norte-americanos deverão colher cerca de 353,97 milhões de toneladas na temporada 2014/15.
Além disso, as condições climáticas permanecem favoráveis ao desenvolvimento da cultura no país, próximas do ideal. Nesta segunda-feira, o departamento reportou que cerca de 75% das plantações de milho apresentam boas ou excelentes condições. O índice é o melhor desde o ano de 1999. Cerca de 20% das lavouras estão em condições regulares e 5% estão em situação ruim ou muito ruins.
Com isso, as cotações do cereal recuaram fortemente desde a última semana. Na última sessão, o contrato dezembro/14 caiu para US$ 4,03 por bushel, o menor patamar para um vencimento ativo desde agosto de 2010.
Ainda na visão da analista, os preços futuros ainda têm espaço para recuar mais. "Entretanto, não estão descartadas oscilações positivas, já que os preços em patamares mais baixos estimulam a demanda pelo produto, principalmente do setor de rações e etanol", destaca Ana Luiza.
Relatório do USDA
Nesta semana, os investidores do mercado tendem a ficarem mais cautelosos, em busca de um melhor posicionamento, uma vez que na próxima sexta-feira (11) o USDA reporta novo boletim de oferta e demanda.
Mercado interno
Os preços do cereal praticados no mercado interno permanecem pressionados pela evolução da colheita da segunda safra. Em importantes regiões produtoras, os agricultores têm conseguido avançar com os trabalhos nos campos. Em Goiás, por exemplo, as cotações do milho já baixaram 12% na última semana, conforme destaca o economista e analista de mercado da Faeg (Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás), Pedro Arantes. Atualmente, a saca do produto é cotada a R$ 16,00 no estado.
A situação se repete em outras regiões pelo país, em Astorga (PR), as cotações do milho caíram de R$ 23,00 para R$ 18,50. Valor que, segundo o presidente do Sindicato Rural do município, Guerino Guandalini, deixa uma margem ajustada ao produtor rural. “Nesse momento, a estratégia do agricultor será segurar o produto para ver se temos uma reação nos valores praticados”, destaca.
Segundo informações divulgadas pelo Cepea, no acumulado parcial de julho, até o dia 7, o Indicador Esalq/BMFBovespa, referente à região de Campinas (SP) caiu 3,06% e fechou a segunda-feira (7), cotada a R$ 24,39 a saca. Na visão da analista da FCStone, o quadro poderá apresentar uma modificação, caso as exportações brasileiras ganhem ritmo.
Mas, por enquanto, as exportações brasileiras de milho totalizaram 0,2 mil toneladas, com média diária de 0 toneladas, até a primeira semana de julho. Em relação ao mês anterior houve uma queda de 98,9% na quantidade embarcada e em comparação com o mês período do ano passado, a redução é de 99,9% no volume exportado. “A expectativa é que os embarques de milho ganhem força a partir de agosto e setembro”, acredita Ana Luiza.
0 comentário
Preço do milho fecha 5ªfeira com movimentações mistas na B3
Avança colheita de milho para silagem e os resultados são adequados
Futuros do milho voltam da virada de ano levemente positivos em Chicago
Expectativa de oferta de milho 24/25 aumenta, mas novos ajustes para a safrinha ainda têm espaço para ocorrer
Preço do milho na B3 abre 2025 estendendo ganhos de dezembro/24
Radar Investimentos: Produtores seguram o milho remanescente nas expectativa de aumento no valor