Milho: Sem novidades, mercado volta a recuar em Chicago
Após atingir o menor patamar em 7 semanas, os preços futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) tentam recuperar as perdas no pregão desta terça-feira (20). Ao longo das negociações, as principais posições da commodity já exibiram ligeiras altas, porém, por volta das 12h03 (horário de Brasília), as cotações registravam leves quedas entre 0,25 e 1,50 pontos. O contrato julho/14 era negociado a US$ 4,76 por bushel.
De acordo com o analista de mercado da Safras & Mercado, Paulo Molinari, as pequenas altas registradas nas cotações do cereal são puxadas pelos ganhos nos vencimentos do trigo. No entanto, não há fatores fortes o suficiente para alavancar os preços do grão no momento.
Nos EUA, o plantio do milho segue em ritmo normal. Nesta segunda-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgou novo boletim e apontou a semeadura do grão em 73% da área projetada para a safra 2014/15, até o dia 19 de maio.
Na semana anterior, o cultivo do grão estava completo em 59% da área estimada. No mesmo período do ano anterior, o plantio alcançava 65% da área, já a média dos últimos cinco anos é de 76%.
Por enquanto, a Carolina do Norte é o estado mais adiantado na semeadura do milho, com 96% da área plantada. Ainda de acordo com o órgão norte-americano, cerca de 34% das lavouras do cereal já emergiram, número acima do registrado na última semana, de 18%, e do mesmo período do ano anterior, de 17%. A média dos últimos cinco anos é de 42%.
Além disso, o clima tem sido favorável, as temperaturas estão mais altas e devem contribuir para o término do cultivo do grão. O analista ainda ressalta que a preocupação em relação ao clima deverá acontecer em meados de julho, quando as lavouras entram em fase de polinização.
Frente a esse cenário, Molinari destaca que o mercado está em uma curva de baixa. "Os preços ainda têm espaço para baixar, os vencimentos já recuaram de US$ 5,00 para US$ 4,76 e, agora os contratos podem buscar os US$ 4,50 por bushel. As oscilações nos preços não estão descartadas, mas só teremos novas altas caso haja problemas em relação ao clima nos EUA", diz o analista.
Mercado interno
Os preços do cereal estão mais baixos no mercado interno. Segundo informações divulgadas pelo Cepea nesta terça-feira, o ritmo de negócios antecipados da safrinha segue lento, situação que pode resultar na necessidade de vendas mais intensas com o avanço da colheita da segunda safra. No momento, os compradores estão retraídos, enquanto que os vendedores tentam comercializar alguns lotes, aproveitando os preços considerados satisfatórios.
O indicador Cepea Esalq/BMF&Bovespa referente à região de Campinas (SP) baixou 3,56%, e fechou a segunda-feira cotado a R$ 28,43 a saca de 60 kg. Para o analista de mercado da Céleres Consultoria, Anderson Galvão, a pressão é decorrente da entrada da segunda safra no mercado, movimento normal.
Os preços mais baixos na Bolsa de Chicago, assim como, o câmbio mais fraco também contribuem para o recuo nas cotações, segundo afirma Molinari. Ainda assim, Galvão ressalta que as exportações podem ficar próximas de 27 milhões de toneladas nesta safra.
“Em agosto, a nossa prioridade é o milho, então, a infraestrutura logística se volta para o embarque do cereal. E a expectativa é que esse ano, a China passe a ter alguma relevância nas compras brasileiras de milho”, acredita Galvão.
0 comentário
Milho: Mercado recua na B3 nesta 5ª feira, apesar de dólar ainda alta e ganhos fortes em Chicago
Milho cede na B3 e acompanha perdas no dólar; Chicago sobe forte nesta 5ª feira
Milho: Mercados fecham 2ª feira com estabilidade na B3 e na Bolsa de Chicago
Cenário futuro do milho é promissor, mas infraestrutura precisa acompanhar
Exportação de milho cai 27,1% comparação com a média diária de dezembro de 2023
Radar Investimentos: Mercado de milho no Brasil mantém ritmo pontual de negócios