Milho: Preços permanecem firmes com o clima adverso em importantes regiões
A demanda aquecida frente às incertezas em relação ao clima no Brasil continua sendo o principal fator de suporte aos preços do milho no mercado interno. Nesta terça-feira (25), a saca do cereal chegou a ser negociada a R$ 35,50 em Campinas (SP) CIF, em Cascavel o valor alcançou R$ 27,50.
A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná anunciou uma prévia das perdas nas lavouras para a safra 2013/14 em função da estiagem. Na safra de verão, a quebra está estimada em 2,1% do volume total projetado, de 5,62 milhões de toneladas. Já o prejuízo financeiro aos produtores é avaliado em R$ 42,5 milhões.
A situação mais preocupante é em relação à segunda safra, que segue atrasada. Com isso, a redução na área cultivada pode ser maior do que o estimado anteriormente, entre 10% a 11%. A produtividade das lavouras também pode ser afetada, uma vez que, parte dos produtores plantou a semente no pó.
Na região do Vale do Paranapanema (SP), as perdas no rendimento das plantações da primeira safra podem ultrapassar 60% frente ao estimado inicialmente. Contrariamente, no Mato Grosso, alguns municípios decretaram estado de emergência, como é o caso de Sorriso, devido ao excesso de chuvas. Há muitas áreas alagadas, o que impede a evolução do plantio da safrinha.
Para o analista de mercado da Agrinvest, Marcos Araújo, a perspectiva é de alta para os preços do milho no curto prazo, já que, a oferta ainda é limitada. No longo prazo, o produtor ainda precisa acompanhar as condições climáticas mais adiante.
O quadro climático também tem refletido nos preços futuros na BM&F. Entre os dias 17 e 24 de fevereiro, o Indicador Esalq, referente à região de Campinas (SP) apresentou fortes valorizações de 10,02%. A alta acumulada no mês chega a 25%, conforme dados do Cepea. Porém, nesta terça-feira, após as recentes altas, as cotações recuam devido à pressão sazonal do início da colheita em algumas localidades da região Sudeste.
Por outro lado, a valorização expressiva nas cotações já começa a preocupar os consumidores finais. Ainda segundo o analista, para os avicultores, a relação de troca para o frango vivo em SP está em R$ 2,45, contra R$ 2,87 registrado ano passado.
Na Bolsa de Chicago, os contratos do milho terminaram o pregão do lado positivo da tabela. Ao longo das negociações, as principais posições da commodity reverteram às perdas e encerraram o dia com leves altas entre 3,00 e 4,25 pontos. O contrato março/14 era cotado a US$ 4,55 por bushel.
De acordo com analistas, o s preços refletiram as notícias sobre possíveis quebras na safra de milho brasileira. Além disso, o mercado também está mais cauteloso com as projeções para a próxima safra norte-americana, divulgadas na última semana. Na visão do consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o mercado ainda busca se consolidar próximo de US$ 4,50 por bushel.
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