Mourão diz que Amazônia pode ter nova ação militar, menor que anterior
BRASÍLIA (Reuters) - O vice-presidente Hamilton Mourão disse nesta segunda-feira que já pediu ao ministro da Defesa, Walter Braga Netto, o cálculo para a reedição de uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) na Amazônia, em moldes menores, para tentar conter os números de desmatamento na região, que se mantêm em alta.
Perguntado sobre os dados mais recentes, Mourão confirmou que "não está bom" e revelou a conversa com Braga Netto.
"Hoje vou conversar com ministro Braga Netto. Antes do feriado pedi para ele fazer um levantamento de uma operação de um custo mais baixo, operando só onde estão havendo maiores problemas. Ele deve me dar uma resposta hoje, eu preciso falar com o presidente", disse Mourão.
A operação Verde Brasil 2 foi encerrada em 30 de abril. A possibilidade de uma nova GLO já estava no radar do vice-presidente, que é Coordenador do Fórum Nacional da Amazônia. Ao encerrar a operação, Mourão havia dito que se iria estudar uma nova ação militar, menor, concentrada nos municípios com maior índice de desmatamento, mas era necessário ver como os números iriam se comportar.
Apesar dos dados de maio ainda não estarem fechados, os primeiros números indicam mais um aumento consistente no desmatamento.
Segundo Mourão, estão sendo estudadas duas linhas de ação: a abertura de um crédito extraordinário para as agências ambientais, e as Forças Armadas entrariam com atividade de inteligência, ou a versão de uma GLO "mais tímida".
"Problema todo está centrado que o desmatamento está ocorrendo naquelas terras devolutas, terras que são da União e não foram distribuídas. Aí tem a turma que avança em cima achando que em algum momento vai poder se aproveitar dessa invasão que ele fez para ter direito dessa terra, na maioria das vezes para vender. É ilegalidade pura isso daí, tem que combater", disse Mourão.
Perguntado se teria conversado com o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, o vice-presidente frisou que "faz muito tempo" que não vê o ministro.
Na última reunião do Conselho Nacional da Amazônia, há cerca de duas semanas Salles não compareceu, não mandou representante e nem ofereceu uma explicação, o que irritou Mourão e o levou a fazer uma cobrança pública do ministro. Salles tampouco respondeu.
(Reportagem de Lisandra Paraguassu; Edição de Eduardo Simões)
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