Confira discurso do presidente Bolsonaro na Cúpula do Clima

Publicado em 22/04/2021 11:07 e atualizado em 22/04/2021 12:42

O presidente Jair Bolsonaro participou hoje (22) da Cúpula do Clima. O evento virtual, que começou hoje (22) e vai até amanhã, é organizado pelo governo dos Estados dos Unidos. Bolsonaro participou por videoconferência, do Palácio do Planalto.

Foram convidados 40 países para o encontro. A cúpula antecede a 26ª Conferência sobre o Clima, a Cop26, a ser realizada em novembro em Glasgow, na Escócia. Um dos principais objetivos é impedir a elevação da temperatura média do planeta acima de 1,5 grau neste século.

Veja abaixo a trascrição do discurso:

Discurso do Presidente da República, Jair Bolsonaro, na ​Cúpula de Líderes sobre o Clima - Brasília/DF

Senhores Chefes de Estado e de Governo,

Senhoras e Senhores,

Agradeço o convite para participar desta Cúpula de Líderes.

Historicamente, o Brasil é voz ativa na construção da agenda ambiental global. Renovo, hoje, essa credencial, respaldada tanto por nossas conquistas até aqui quanto pelos compromissos que estamos prontos a assumir perante as gerações futuras.

Como detentor da maior biodiversidade do planeta e potência agroambiental, o Brasil está na vanguarda do enfrentamento ao aquecimento global.
 
Ao discutirmos mudanças no clima, não podemos esquecer a causa maior do problema: a queima de combustíveis fósseis ao longo dos últimos dois séculos.
 
O Brasil participou com menos de 1% das emissões históricas de gases de efeito estufa, mesmo sendo uma das maiores economias do mundo. No presente, respondemos por menos de 3% das emissões globais anuais.
 
Contamos com uma das matrizes energéticas mais limpas, com renovados investimentos em energia solar, eólica, hidráulica e biomassa.
 
Somos pioneiros na difusão de biocombustíveis renováveis, como o etanol, fundamentais para a despoluição de nossos centros urbanos.
 
No campo, promovemos uma revolução verde a partir da ciência e inovação. Produzimos mais utilizando menos recursos, o que faz da nossa agricultura uma das mais sustentáveis do planeta.
 
Temos orgulho de conservar 84% de nosso bioma amazônico e 12% da água doce da Terra.
 
Como resultado, somente nos últimos 15 anos evitamos a emissão de mais de 7,8 bilhões de toneladas de carbono na atmosfera.

À luz de nossas responsabilidades comuns, porém, diferenciadas, continuamos a colaborar com os esforços mundiais contra a mudança do clima.

Somos um dos poucos países em desenvolvimento a adotar, e reafirmar, uma NDC transversal e abrangente, com metas absolutas de redução de emissões inclusive para 2025, de 37%, e de 43% até 2030.
 
Coincidimos, Senhor Presidente, com o seu chamado ao estabelecimento de compromissos ambiciosos.
 
Nesse sentido, determinei que nossa neutralidade climática seja alcançada até 2050, antecipando em 10 anos a sinalização anterior.
 
Entre as medidas necessárias para tanto, destaco aqui o compromisso de eliminar o desmatamento ilegal até 2030, com a plena e pronta aplicação do nosso Código Florestal. Com isso, reduziremos em quase 50% nossas emissões até essa data.
 
Há que se reconhecer que será uma tarefa complexa.
 
Medidas de comando e controle são parte da resposta. Apesar das limitações orçamentárias do Governo, determinei o fortalecimento dos órgãos ambientais, duplicando os recursos destinados às ações de fiscalização.
 
Mas é preciso fazer mais. Devemos enfrentar o desafio de melhorar a vida dos mais de 23 milhões de brasileiros que vivem na Amazônia, região mais rica do país em recursos naturais, mas que apresenta os piores índices de desenvolvimento humano.
 
A solução desse “paradoxo amazônico” é condição essencial para o desenvolvimento sustentável da região.
 
Devemos aprimorar a governança da terra, bem como tornar realidade a bioeconomia, valorizando efetivamente a floresta e a biodiversidade. Esse deve ser um esforço, que contemple os interesses de todos os brasileiros, inclusive indígenas e comunidades tradicionais.
 
Diante da magnitude dos obstáculos, inclusive financeiros, é fundamental poder contar com a contribuição de países, empresas, entidades e pessoas dispostos a atuar de maneira imediata, real e construtiva na solução desses problemas.
 
Neste ano, a comunidade internacional terá oportunidade singular de cooperar com a construção de nosso futuro comum.
 
A COP26 terá como uma de suas principais missões a plena adoção dos mecanismos previstos nos Artigos 5º e 6º do Acordo de Paris.
 
Os mercados de carbono são cruciais como fonte de recursos e investimentos para impulsionar a ação climática, tanto na área florestal quanto em outros relevantes setores da economia, como indústria, geração de energia e manejo de resíduos.
 
Da mesma forma, é preciso haver justa remuneração pelos serviços ambientais prestados por nossos biomas ao planeta, como forma de reconhecer o caráter econômico das atividades de conservação.
 
Estamos, reitero, abertos à cooperação internacional.

Senhoras e senhores, como todos, reafirmamos em 92, no Rio de Janeiro, na conferência presidida pelo Brasil, o direito ao desenvolvimento deve ser exercido de tal forma que a resposta equitativamente e de forma sustentável às necessidades ambientais e de desenvolvimento das gerações presentes e futuras.
 
Com esse espírito de responsabilidade coletiva e destino comum, convido-os novamente a apoiar-nos nessa missão.
 
Contem com o Brasil.

Bolsonaro antecipa meta brasileira de neutralidade climática para 2050, pede recursos internacionais

LOGO REUTERS

Por Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira, em discurso durante a Cúpula do Dia da Terra, que o Brasil irá atingir a neutralidade climática em 2050, e reafirmou a intenção de zerar o desamamento ilegal em 2030, mas pediu, novamente, recursos internacionais para o país atingir essas metas.

No discurso, Bolsonaro, que foi o 19º a falar entre 40 chefes de Estado, anunciou a antecipação da meta brasileira de neutralidade climática em 10 anos para se enquadrar nas propostas hoje dominantes no mundo, em uma mudança em relação à carta enviada ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, há 10 dias.

No texto, Bolsonaro falava na possibilidade de antecipar a meta apenas com a contribuição de recursos estrangeiros. Em seu discurso, o presidente não apresentou essa condição, apesar de ressaltar a necessidade de regulamentação do pagamento por serviços florestais e do mercado internacional de carbono.

Bolsonaro disse ainda que o Brasil eliminará 40% das suas emissões de carbono até 2030, e 37% até 2025.

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Fonte:
TV Brasil

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2 comentários

  • egidio balarotti astorga - PR

    CÚPULA DOS LÍDERES SOBRE CLIMA. Importante o discurso do Exmo. Sr Presidente da República Jair Messias Bolsonaro. Por outro lado foge de meu conhecimento o fato de que tudo o que acontece de ruim na Amazônia recai sobe o Governo Federal. Sem tirar a sua responsabilidade, pergunto se os governadores dos nove estados que compõem a Amazônia Legal não tem responsabilidade também?..., uma vez que estão próximos dos problemas, quer seja desmatamento ilegal, exploração de minérios dentre esses o Nióbio, etc.

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    • carlo meloni sao paulo - SP

      Sr Egidio, a constituiçao estabelece que a fiscalizaçao do Meio Ambiente deve ser feita pelos orgaos Federais /Estaduais / Municipais de comum acordo-----As federais sao IBAMA/ICM bio as estaduais sao: a Policia Ambiental/ a CETESB / a SEMA---As municipais sao as DEMA e policia ---- Todas podem emitir o auto de infraçao ambiental ( A IA )----A SEMA e' a repartiçao que julga os AIA e tambem abriga e centro tecnico de fiscalizaçao por satelite----Todo esse aparato com os salarios, os carros, e predios custa um valor inacreditavel nas costas do pais----No estado de Sao Paulo quem realmente realiza essa tarefa e a SEMA secretaria do meio ambiente---Os outros nunca sao vistos------Entao para responder a sua pergunta na Amazonia Legal como acontece no resto do pais os orgaos estaduais deveriam controlar tudo----Nos estados adversarios de Bolsonaro os governadores fazem o maior corpo mole exatamente para poder culpar a area federal-----E' mais ou menos aquilo que acontece na saude, uma confusao total de responsabilidade----Cachorro de varios donos nao obedece a ninguem-----

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    • Adilson Dilmar Dudeck Cascavel - PR

      Realmente os Srs tem toda a razão, só não entendi como vossos comentários ganharam alguns deslikes. Eu comparo isso com as eleições onde muitos erram seus votos por falta de entendimento, falta de conhecimento ou totalmente leigo mesmo.

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    • carlo meloni sao paulo - SP

      Srs Egidio e Adilson vou explicar mais alguma coisa... No Codigo Florestal existe uma modalidade chamada PMFS plano de manejo florestal sustentavel---- Quem concede essas autorizaçoes sao os governos estaduais---- Este plano permite retirar de 2 ate' 5 arvores gigantes por hectares a cada 35 anos e vender a madeira--- Essa e' a maior mina de ouro da Amazonia Legal--- Uma viga de 1 metro de Angelim Vermelho custava R$ 22 no começo de 2020, esta semana foi para R$ 39--- A validade de um PFMS e' de cinco anos e os senhores podem imaginar os meandros para conseguir essas autorizaçoes junto as secretarias estaduais---- Em 2012, no reinado de Dilma, avaliaram a extraçao ilegal de 78% no Para' e de 54% em Mato Grosso--- As principais formas de fraudar sao 5 mas para nao escrever muito vou citar somente uma-- Os madeireiros fazem um PMFS de uma area que nao vale nada, mas retiram a madeira de uma area valiosa e a debitam na area que nao vale nada... Botar ordem neste chiquerinho nao vai ser facil.

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    • Adilson Dilmar Dudeck Cascavel - PR

      Sr Carlos, era só constar coordenadas de GPS nessas PMFS, que ja dificultaria. O maior problema é a impunidade que haverá, caso seja flagrado explorando outra área. Há tambem o problema da corrupção crônica nos órgãos fiscalizadores.

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  • Lecian Gilberto Conrad IBIRUBÁ - RS

    A decisão de reduzir o porcentual de mistura de biodiesel no óleo diesel (de 13 para 10% nos próximos meses) vai um pouco na contramão deste compromisso. Sabemos que a medida do governo foi tomada para tentar frear um pouco o aumento do combustível. Esperamos que a medida seja realmente temporária e que (logo) retomemos o cronograma de evolução do porcentual de mistura.

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