Sistema CNA/Senar vai mostrar na COP 24 os benefícios do ABC Cerrado
O Sistema CNA/SENAR vai levar à 24ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP24), em dezembro, na Polônia, as práticas sustentáveis do produtor brasileiro para mitigação dos gases de efeito estufa, como o Projeto ABC Cerrado.
No Brasil, o produtor tem acesso a financiamentos do governo federal para produzir com mais sustentabilidade, reduzindo os impactos no clima, e uma das iniciativas do governo nessa linha é o Programa Agricultura de Baixa Emissão de Carbono.
As principais tecnologias financiadas pelo Programa ABC no País são Recuperação de Pastagens Degradadas, Florestas Plantadas, Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF), Tratamento de Dejetos Animais, Fixação Biológica de Nitrogênio e Sistema Plantio Direito. E para incentivar o produtor a adotar as tecnologias, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) desenvolve desde 2015 o Projeto ABC Cerrado.
São capacitações em quatro das seis tecnologias do Programa ABC, além de Assistência Técnica e Gerencial para produtores de nove estados do Bioma Cerrado. A iniciativa é uma parceria do Senar com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) com recursos do Banco Mundial.
“Essas tecnologias são baseadas em técnicas de conservação de água e solo, sobretudo na manutenção da cobertura vegetal durante todo o ano dentro da propriedade, favorecendo a capacidade suporte do solo e, consequentemente, o sequestro de carbono,” afirma o coordenador do Projeto no Senar, Mateus Tavares.
Os principais benefícios do projeto são aumento na oferta de alimentos, diversificação da geração de renda no campo e preservação do meio ambiente. Até o momento 5,8 mil produtores foram capacitados nas tecnologias e 1957 receberam assistência técnica. Mais de 84 mil hectares já foram recuperados através da aplicação das tecnologias ABC.
Com isso, o meio ambiente ganha triplamente, com o solo recuperado, a redução das emissões dos gases de efeito estufa e, como a produtividade aumenta em um mesmo ambiente, evita que o produtor abra novas áreas.
“O aumento da produtividade tem sido um dos resultados mais visíveis do ABC Cerrado. O produtor está produzindo três vezes mais do que produzia ou ainda, produzindo o mesmo, mas em um terço da área anterior”, ressalta Tavares.
O setor agropecuário é um dos principais atores no esforço brasileiro de cumprir as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) previstas no Acordo de Paris, entre elas, a redução da emissão de gases do efeito estufa em 37%, até 2025 e 43% até 2030 tendo como base o ano de 2005. O Acordo passa a vigorar a partir de 2020.
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