Maersk vai cortar pelo menos 10 mil funcionários com desaceleração de transporte marítimo
Por Jacob Gronholt-Pedersen e Louise Rasmussen
COPENHAGUE (Reuters) - O grupo de transporte marítimo A.P. Moller-Maersk relatou nesta sexta-feira uma queda acentuada no lucro e na receita do terceiro trimestre e anunciou demissões de pelo menos 10 mil funcionários em face do excesso de capacidade, aumento de custos e preços mais fracos.
A Maersk, que controla cerca de um sexto do comércio global de contêineres, transportando mercadorias para uma série de grandes varejistas e empresas de bens de consumo, como Walmart e Nike, sinalizou uma queda mais acentuada na demanda do que os analistas e investidores esperavam.
"O novo normal para o qual estamos nos dirigindo agora é uma perspectiva macroeconômica mais moderada e, portanto, demandas de volume menores para os próximos anos, preços de volta aos níveis históricos, pressões inflacionárias em nossa base de custos, especialmente do custo da energia, e também maior incerteza geopolítica", disse o presidente-executivo, Vincent Clerc, em uma chamada com investidores.
O setor investiu pesadamente em novos navios porta-contêineres durante e após a pandemia para atender à forte demanda e se beneficiar do preços recordes de frete. Um grande número de novos navios entrou no mercado desde meados do ano, sem sinais de inatividade ou sucateamento, disse Clerc.
"Se o quarto trimestre não apresentar algum tipo de melhoria, acho que estaremos diante de uma situação bastante terrível em 2024", disse ele.
A queda na receita no terceiro trimestre veio principalmente do setor de varejo e estilo de vida, especialmente na América do Norte, bem como do setor automotivo e de tecnologia, disse Clerc.
A Maersk disse que espera que os volumes globais de contêineres caiam em até 2% este ano, principalmente como resultado da fraca demanda do consumidor e da desestocagem por parte das empresas após a corrida por mercadorias durante a pandemia.
A Maersk, que empregava 110 mil pessoas em janeiro, disse que estava em processo de redução de sua força de trabalho para menos de 100 mil, o que resultará em uma economia de 600 milhões de dólares no próximo ano e nos anos seguintes, em comparação com este ano.
O lucro operacional da companhia caiu para 1,9 bilhão de dólares no terceiro trimestre, em comparação com os 10,9 bilhões do ano anterior. As receitas caíram 47%, para 12,1 bilhões de dólares.
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