Greve de caminhões afeta postos de combustíveis na região de BH, diz associação
(Reuters) - Uma paralisação convocada por caminhoneiros que atuam no transporte de combustíveis em Minas Gerais tem afetado o abastecimento em postos na região metropolitana de Belo Horizonte nesta sexta-feira, disse em nota uma associação que representa o setor.
O governo mineiro afirmou que acompanha o movimento dos grevistas e que viaturas da Polícia Militar patrulham o entorno da Refinaria Gabriel Passos, unidade da Petrobras em Betim, "de forma a garantir que os motoristas que transportam combustíveis e que não aderiram à paralisação mantenham suas atividades".
A Petrobras, no entanto, disse não ter sido afetada pela parada da categoria, que teve início às 0h de quinta-feira e pede uma redução pelo governo estadual do ICMS sobre combustíveis.
A refinaria da Petrobras em Minas Gerais "está operando normalmente e atendendo à demanda das distribuidoras", disse a estatal em nota, acrescentando que a unidade tem "estoques devidamente abastecidos" e produtos "totalmente disponíveis para entrega às companhias distribuidoras".
Não foi possível contato imediato com representantes do setor de distribuição de combustíveis.
O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo em Minas Gerais (Minaspetro) disse que "vários postos já sentem os efeitos da greve, com dificuldades para fazer pedidos junto às distribuidoras de combustíveis e abastecer os caminhões próprios nas bases, em virtude do bloqueio da entrada e saída de veículos pelos grevistas".
A entidade destacou que não tem como fazer previsões sobre a oferta dos produtos, uma vez que não faz pesquisas sobre estoques, mas alertou que a situação pode piorar.
"Caso a greve permaneça nas próximas horas, certamente haverá falta de produtos em grande parte dos postos de combustíveis do Estado", afirmou em nota o sindicato, que representa cerca de 4,5 mil pontos de venda.
O Minaspetro disse ter recebido informações de que haveria "mais de 300 caminhões" parados na região.
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) não respondeu de imediato a pedidos de comentários sobre a situação em Minas Gerais.
A greve mineira ocorre após ameaças de uma paralisação nacional de caminhoneiros neste mês que acabou não ganhando apoio, mas também iria protestar contra os preços dos combustíveis, notadamente do diesel.
Embora a greve nacional não tenha deslanchado, a pressão da categoria ajudou em decisão do presidente Jair Bolsonaro de anunciar na semana passada a indicação de um novo CEO para a Petrobras. Ele apontou o general da reserva Joaquim Silva e Luna para comandar a estatal no lugar de Roberto Castello Branco, em meio a embate com o executivo sobre os preços dos combustíveis.
O anúncio sobre a troca veio após Bolsonaro reclamar na semana passada de uma fala de Castello Branco, que disse que reivindicações dos caminhoneiros não teriam a ver com a empresa. Logo depois, Bolsonaro formalizou a indicação de Luna, que ainda precisará passar por aprovação do conselho da Petrobras.
Além da mudança na petroleira estatal, Bolsonaro vem sinalizando com outros agrados aos caminhoneiros para evitar uma possível paralisação- eles já foram beneficiados com prioridade na campanha de vacinação contra o coronavírus, por exemplo.
(Por Luciano Costa e Roberto Samora; Reportagem adicional de Alberto Alerigi)
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Elton Szweryda Santos Paulinia - SP
Os usuarios de combustiveis precisam se mobilizar, parar, fazer greve, boicotar, todos somos escravizados pelos governantes, municipal, estadual e federal. Todos tiram nosso couro, vejo o pres. Bolsonaro querendo mudar alguma coisa e nao pode, nao consegue. As leis possuem amarras, nao permitem diminuicao de impostos, é um completo absurdo... se nai vai por bem, vai por mal...