Porto de Paranaguá amplia capacidade de carregamento de contêineres
O Porto de Paranaguá pode agora carregar mais 120 contêineres cheios, por navio, nos dois últimos berços a leste do cais público: 217 e 218. Isso vale para as grandes embarcações do segmento, que medem mais de 300 metros no comprimento. O aumento significa 15% mais capacidade de movimentação.
“Isso foi possível porque a autoridade marítima acaba de aprovar mais 30 centímetros de calado operacional para esses dois berços. Passamos de 11,80 metros para 12,10, destaca o diretor-presidente da empresa Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.
Ele explica que o calado operacional é a medida que vai da linha da superfície da água até o fundo do navio (quilha). “Essa medida reflete diretamente na capacidade que os navios têm de carregar. É até onde eles podem afundar, quando carregados”, simplifica Garcia.
Considerando a evolução do calado operacional, nos últimos cinco anos o terminal de contêineres do Porto de Paranaguá incrementou a capacidade de movimentação, por navio, em mais 1.280 TEUS - unidade específica para contabilizar os contêineres. O ganho de calado operacional obtido de 2015 até esta última revisão é de 1,60 metros.
OPERADOR – Esses dois berços são operados pelo Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP), arrendatária da área de mais de 487 mil metros quadrados, localizada na ponta leste do cais do Porto de Paranaguá. Segundo a empresa, a viabilidade do aumento de 30 centímetros no calado operacional é fruto de um trabalho intenso, dos últimos seis meses.
“Estes avanços são frutos da excelente gestão das autoridades Portuária e Marítima e da Praticagem. Hoje, não há preocupação com apenas um segmento do porto, mas, sim, com toda a cadeia produtiva e logística do Estado, integrando os principais atores técnicos e institucionais em um mesmo objetivo: tornar Paranaguá o melhor e mais produtivo porto do Brasil”, explica o diretor comercial e institucional da TCP, Thomas Lima.
O executivo ainda cita os ganhos sociais com esse novo parâmetro operacional. “Com o aumento de capacidade de movimentação de cargas, temos o aumento de arrecadação de impostos municipais e outorgas voltadas para o Porto de Paranaguá, havendo, consequentemente, maior movimento para a economia local, possibilidade de investimentos municipais em infraestrutura, saúde e educação, além de geração de empregos e novos projetos para o Porto”, completa Lima.
OPERACIONAL – Como explica o gerente institucional da TCP, Gabriel Perdonsini Vieira, a cada dez centímetros a mais de calado operacional, a TCP consegue carregar em um único navio mais 40 contêineres cheios. “Ou seja, nesse caso, esses 30 centímetros vão representar a capacidade de carregamento, desses grandes navios, de mais 120 contêineres cheios”, diz.
Além de ganho operacional, o incremento também traz ganhos comerciais. “A capacidade de embarque de mais contêineres em um navio, reduz os custos da cadeia logística para os armadores e clientes, o que gera maior produtividade tanto para a operação do navio quanto para o terminal”, afirma.
Segundo ele, um navio atracado no Porto de Paranaguá, em média, movimenta 800 contêineres. “Isso praticamente é um aumento de 15% de capacidade de movimentação, de carregamento. O navio agora pode chegar mais cheio e, da mesma forma, sair mais carregado também”, afirma Vieira.
Em princípio, esses 12,10 metros de calado operacional serão permitidos apenas para dois dos quatro berços operados pela TCP (215, 216, 217 e 218). Porém, como garante Gabriel, nos próximos meses o esforço será para estender o novo parâmetro também o berço 216.
“Nós temos um planejamento sólido, bem estruturado para 2021. Vamos avaliar novamente em fevereiro e temos expectativa de aumentar quase mais um metro até o final do próximo ano, de calado operacional, para os grandes navios de contêineres”, completa o gerente institucional.
Isso será possível, segundo Vieira, graças aos projetos de Infraestrutura Marítima que a Portos do Paraná vem desenvolvendo, principalmente com a dragagem de manutenção permanente, a atualização da sinalização náutica e a obra da derrocagem – remoção do complexo de rochas do acesso principal do Porto – que está na fase de conclusão do projeto executivo.
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