Problemas da BR 163 começaram por contratações erradas de empreiteiras, agravados pelos caminhoneiros
Os 48 kms da BR 163 que estão travando as exportações brasileiras pelo Arco Norte, no Pará, fazem parte de um problema começado por contratações erradas do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Denit) e agravados pela falta de bom senso dos caminhoneiros.
O trecho intransponível pelas chuvas, com mais de 3 mil caminhões parados, seguem praticamente sem obras e com os motoristas fazendo manobras que deveriam ser evitadas, como não tentar ultrapassagens em períodos de chuvas, explica Edeon Vaz Pereira, presidente do Movimento Pró-Logística (MPL).
Na questão das obras, a história começou em 2009, época da formação do MPL. O Denit dividiu os lotes da rodovia em pequenos trechos nas licitações, tendo que aprovar propostas de empresas pequenas e sem experiência, recorda Vaz Pereira. Além do trecho final, de 137 kms da BR 163, que agora está para ser concluído, 65 kms dos quais hoje estão os quase 50 kms mais problemáticos ficaram nas mãos de uma empreiteira já destituída por haver pedido aditivo no contrato acima do limite, ainda de acordo com ele.
O Exército, então, foi acionado para se encarregar da área total de 65 kms. sendo que 14 kms estão pavimentados
Em um percurso de 28 kms de serras - dos 48 kms atualmente paralisados pelas chuvas - mas com muita pedra, o Exército terceirizou para a empresa JM, que ainda está lá e só fez 3 kms até agora.
O roteiro traçado por Vaz Pereira sobre as obras da BR 163, segundo o qual não faltou e não faltará dinheiro na sua opinião, poderá ter uma solução até o final do ano. O MPL percorreu o trecho recentemente com uma comitiva do Ministério dos Transportes e ouviu garantias de que a solução vai ser dada.
Para ele, no entanto, a questão se agrava na região porque também os caminhoneiros deveriam andar em fila e não tentar ultrapassagens. Naturalmente que continuariam parados, porém com uma pista livre para socorros e resgates, por exemplo, o que não está acontecendo porque há dezenas de carretas ladeando as duas mãos.
Terreno com uma argila que causa mais derrapagens do que atolamentos, o empresário lembra que os motoristas sabem dos problemas que a ocupação dos dois lados podem ocasionar, já que a imensa maioria que por lá transita é experiente.
A Polícia Rodoviária Federal já deve estar por lá tentando organizar a situação, "já que é a única instituição que os motoristas respeitam. Nem o Exército e os postos do Denit eles respeitam", conclui.
Confira nos links abaixo todas as reportagens relacionadas aos bloqueios da BR-163 no Pará:
Mais de 3 mil carretas paradas na BR-163 no PA
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