Decisão de Fux é fragilidade diante da pressão da categoria, diz José Del Chiaro

Publicado em 13/12/2018 12:42

Ex-secretário de Direito Econômico do Ministério da Justiça, o advogado José Del Chiaro considera perigosa para a economia do país a revogação, pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, da liminar que impedia a cobrança de multa pelo não cumprimento da tabela de fretes criada pela Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT).

O ministro revogou, nesta quarta-feira (12), sua própria liminar e autorizou a agência a impor o cumprimento da tabela. A ANTT criou a multa para as transportadoras depois da última greve de caminhoneiros, no mês de maio.

“O Supremo, em vez de dar uma tutela que defenda a Constituição, mostra-se tão fragilizado quanto o próprio governo diante da pressão de uma categoria, em detrimento de toda a economia nacional. A corte tem demorado para decidir esse gravíssimo assunto e optado por um vaivém de decisões. A última revogação da liminar só aprofunda a insegurança jurídica e desestimula os investimentos no país, pondo em xeque a credibilidade da Justiça.

Não é concebível que em vez da tutela definindo a questão constitucional, o Supremo pareça estar mediando uma questão — o que não é de sua competência. Seu papel é decidir se é constitucional ou não. Há que se ter coragem e segurança para decidir. Pois só com o respeito à Constituição se garante segurança jurídica.  A agricultura, a indústria e a sociedade brasileira estão sofrendo um gravíssimo ônus em face do desrespeito à Constituição. Isso desde a edição de uma Medida Provisória para disciplinar transporte — o que é vedado pela Constituição —, quanto também pela inconcebível imposição de tabelamento no modelo econômico vigente.”

 

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Fonte:
José Del Chiaro

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário