Faeg estima prejuízos de mais de R$ 500 milhões com bloqueio de estradas

Publicado em 30/05/2018 14:14

A Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e o Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (Ifag) estimam em mais de R$ 500 milhões os prejuízos para os produtores rurais com os nove dias de bloqueio nas estradas devido à paralisação dos caminhoneiros. Este valor é referente às perdas de Valor Bruto da Produção (VBP), que mede a estimativa de faturamento bruto na produção “dentro da porteira”.

“Entre as principais cadeias produtivas rurais afetadas pela paralisação, destacam-se as atividades ligadas a produção de leite, carnes (aves, suínos, gado e peixes), cana-de-açúcar e hortifrutigranjeiros”, aponta o diretor executivo do Ifag, Edson Novaes.  

No caso da cana-de-açúcar, Goiás possui, atualmente, 36 usinas de processamento, das quais 25 não estão operando. São cerca de 600 colhedeiras no campo em todas as regiões produtoras do estado, além de tratores e caminhões para o transporte que necessitam de diesel para operarem. Lembrando que a colheita da cana ocorre em três turnos, 24 horas por dia. Durante o período de paralisação, foram pelo menos 250 mil toneladas de cana deixadas de ser colhidas diariamente, que se transformariam em 9,6 milhões de litros de etanol e 1,9 mil toneladas de açúcar.

Em relação aos hortifrútis, de acordo com a Central Estadual de Abastecimento (Ceasa-GO) são comercializados diariamente cerca de 4,7 mil toneladas de hortaliças e frutas. Com as paralisações este volume registrou redução de 60%, motivada principalmente pela falta de produtos oriundos de outros estados. Além do desabastecimento de alguns produtos, os impactos também foram sentidos nos preços, como no caso da batata lisa que registrou aumento de 366% na última semana.

Na pecuária, os impactos mais graves ocorreram na produção de leite, em função da impossibilidade de transportar o leite das propriedades rurais aos centros consumidores. Dos 8 milhões de litros produzidos diariamente, cerca de 7 milhões foram descartados nas propriedades pela não coleta. A estimativa é que as perdas no faturamento bruto do setor cheguem a até R$ 100 milhões.

No caso das cadeias de carne do estado, os maiores impactos foram gerados em função do retardamento dos abates previstos para o período, uma vez que segundo o Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados do Estado de Goiás (Sindicarne), 18 plantas frigoríficas estão paradas, impedindo o abate de mais de 35 mil cabeças/dia, que geram elevação de custos e atrapalham o adequado planejamento operacional das propriedades e indústrias. Sem contar nos impactos aos setores de avicultura e suinocultura, com mortandade de aves e com aves e suínos sem ração. 

Para os grãos, os maiores impactos foram sentidos no ritmo de comercialização, com novos negócios travados em função da impossibilidade de transporte interno com destino as indústrias e aos portos.

Posicionamento

A Faeg sempre apoiou movimentos e realizou ações objetivando reduzir os altos custos e a carga tributária excessiva que assola não somente o setor produtivo rural, mas a toda a sociedade brasileira. E assim foi com o movimento dos caminhoneiros, apoiado inicialmente por entender como legitimo e justo.

No entanto, a continuidade do movimento está sendo danoso e prejudicial a todos os goianos e brasileiros. Que a continuar, a médio e longo prazo, ocorrerá uma situação de desestruturação de todos os setores produtivos e de toda a economia brasileira.

Em função do atendimento das demandas solicitadas pelos caminhoneiros por parte do Governo Federal, a Faeg acredita que o momento agora é de retomada nas atividades, evitando o aprofundamento dos prejuízos das atividades produtivas e um possível caos social gerado pela falta de abastecimento. 

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Fonte:
Faeg

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