Citrus: Citricultores já concordam sobre possível menor produção em 2020/21
Embora o cenário ainda esteja incerto, boa parte dos citricultores paulistas consultados pelo Hortifruti/Cepea já concorda que o volume da próxima safra de laranja 2020/21 deve ser negativamente impactado pelas condições climáticas deste segundo semestre de 2019. Com a seca e as altas temperaturas, especialmente nos últimos dois meses, as plantas ficaram debilitadas, justamente na fase de desenvolvimento das floradas que darão origem às laranjas da próxima temporada.
Assim, apesar de ter sido considerada normal até meados de outubro, agora, produtores avaliam que a incidência de abortamento de "chumbinhos" está elevada – especialmente para as variedades precoces. Vale destacar, contudo, que o período de pegamento se estende até meados de janeiro, o que dificulta a mensuração de resultados para a próxima temporada.
Além disso, o cenário ainda segue incerto e dependente das novas floradas que serão abertas, do percentual de fixação da florada principal e do desenvolvimento dos frutos neste e no próximo mês. Isso porque, de forma geral, o comentário é de que as floradas estão bastante irregulares neste ano.
Neste cenário, as chuvas registradas nos últimos dias podem beneficiar o desenvolvimento dos pomares que ainda detêm chumbinhos com potencial de fixação – contudo, ainda há necessidade de precipitações volumosas para que a umidade do solo seja restituída. Para as plantas que ainda não floriram, os bons volumes hídricos também podem favorecer novas aberturas.
Em termos de preços, por sua vez, a possibilidade de uma menor produção em 2020/21 seria positiva ao citricultor. Com o maior volume produzido em 2019/20, a perspectiva é de que os estoques de suco de laranja das processadoras se recuperem ao fim desta temporada (jun/20), acima do patamar estratégico – e uma safra elevada em 2020/21 aumentaria ainda mais o volume de suco armazenado.
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