Exportações de suco de laranja do Brasil caem 11% de julho a fevereiro, diz CitrusBR
SÃO PAULO (Reuters) - As exportações totais de suco de laranja do Brasil, maior exportador global do produto, caíram 11 por cento entre julho de 2018 e fevereiro de 2019 em comparação com igual período da temporada anterior, informou nesta quinta-feira a associação de exportadores CitrusBR.
Segundo os dados, a exportação no período da temporada 2018/19 somou 666.520 toneladas (suco concentrado, congelado, equivalente a 66º brix), para um faturamento de quase 1,25 bilhão de dólares, 8 por cento menor que o somado nos oito primeiros meses da safra 2017/18.
A associação informou que a maior queda registrada ocorreu nos embarques para os Estados Unidos, que tiveram redução de 27 por cento, para 139.538 toneladas, enquanto a União Europeia, maior consumidora do mundo, importou 423.069 toneladas, retração de 6 por cento.
"Essa queda para o mercado norte-americano se deve à recuperação da safra da Flórida, depois de um período seriamente afetado pelos efeitos do Furacão Irma", disse em nota o diretor-executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto. "De certa forma, essa queda já era esperada."
Outra importante redução se deu nas exportações ao mercado da China --esta, de 10 por cento. Segundo Netto, o Brasil perdeu espaço para a produção local do país e para exportações de países como Chipre e Espanha.
"Existem regras aduaneiras que prejudicam operações a granel e tiram a competitividade do suco brasileiro em relação a fornecedores mais próximos daquele país", disse, acrescentando que o Ministério da Agricultura trabalha para resolver as questões.
"Esperamos que seja possível se chegar a um acordo com as autoridades chinesas, porque nossas empresas associadas (Citrosuco, Cutrale e Louis Dreyfus) têm grande interesse no mercado chinês."
DIVISÃO
Segundo a CitrusBR, os embarques de suco de laranja concentrado congelado (FCOJ), principal variedade exportada, acumularam redução de 17,5 por cento, com 469.503 toneladas, queda de cerca de 100 mil toneladas ante 2017/18. O faturamento somou 886 milhões de dólares, deixando a casa prévia de 1 bilhão de dólares.
Somente para os EUA, a retração no comércio do produto foi de quase 50 por cento, baixando de pouco mais de 117 mil toneladas na temporada anterior para cerca de 61 mil toneladas na atual.
Os números negativos são parcialmente compensados pelas exportações de suco de laranja não-concentrado (NFC), que avançaram 12,1 por cento no período, chegando a 198 mil toneladas e 362 milhões de dólares.
"O NFC tem crescido de forma consistente ao longo dos últimos anos", comentou Ibiapaba Netto. "Na Europa, por exemplo, o consumo de suco NFC, em locais refrigerados, chega a crescer 4 por cento ao ano, segundo dados da Associação Europeia de Sucos de Fruta."
"Isso mostra que consumidor tem mostrado interesse por esse tipo de produto", completou o diretor-executivo.
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