CitrusBR projeta redução de 42,7% nos estoques de suco de laranja

Publicado em 15/02/2016 08:05

Os estoques globais de suco de laranja (FCOJ equivalente a 66º Brix) em poder das empresas associadas à Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR) somou 728.865 toneladas em 31 de dezembro passado. O número é o menor da série histórica já registrado pela entidade desde que a medição por meio de auditorias independentes começou a ser realizada e divulgada em 2011.

Com a baixa, a CitrusBR, que reúne as empresas Citrosuco, Cutrale e Louis Dreyfus Commodites, estima que os estoques de passagem de safra somarão 292.385 toneladas em 30 de junho de 2016, menor número desde 2012 e suficiente para 14 semanas de consumo. “Isso representa uma queda estimada em 42,7% e o fim do acúmulo de estoques”, avalia Ibiapaba Netto, diretor-executivo da entidade. 

Outro aspecto importante apontado pelo levantamento realizado por auditoria independente está na deterioração do rendimento industrial, que necessitou de 299,14 caixas de laranja de 40,8 quilos para a produção de uma tonelada de suco de laranja, ante 240,5 caixas de laranja no período passado, numa piora de 24,4%. “Esse é, de longe, o pior rendimento industrial já registrado”, diz. O número leva em conta apenas a laranja processada até o mês de janeiro da safra 2015/16. “A safra está atrasada e ainda há laranja para ser processada, o que nos leva a acreditar que o número final deve ser ainda um pouco pior”, avalia. Para o representante, a piora no rendimento significa um aumento de custo importante para as indústrias, visto que são necessárias mais caixas de laranja para produzir a mesma quantidade de suco. Devido ao atraso na safra, a CitrusBR divulgará o processamento final tão logo a temporada seja encerrada, o que pode levar ainda alguns meses.

Quanto aos motivos que levaram à mudança observada no rendimento industrial, podem ser verificadas condições climáticas adversas. No primeiro semestre de 2015 os pomares enfrentaram uma intensa seca, que afetou a extração de suco da fruta, num fenômeno conhecido como cristalização. Já no segundo semestre, o problema foi o inverso, com excesso de chuvas o que aumentou a quantidade de água nas frutas e, consequentemente, piorou o rendimento industrial.

As condições climáticas também afetaram o desenvolvimento da safra, que está atrasada em relação aos anos anteriores. Por essa razão, a CitrusBR deve divulgar a totalização do processamento, bem como o número final de rendimento industrial nos próximos meses.

HISTÓRICO

Nos últimos anos, a cadeia do suco de laranja tem sofrido com o acúmulo de estoques devido principalmente a duas grandes safras que aconteceram nos períodos 2011/12 e 2012/13. Desde então o setor luta para voltar ao que se chama de “equilíbrio técnico” que é possuir em seus tanques apenas a quantidade necessária de suco para cumprir seus contratos até que uma nova safra comece a ser processada. “Historicamente consideramos que esse equilíbrio acontece ao redor de 300 mil toneladas de estoque em 30 de junho”, pondera o executivo.

Estoque físico de suco de laranja concentrado equivalente a 66 brix nas datas de corte de safra de 30 de junho de cada ano.

Estoque físico de suco de laranja concentrado equivalente a 66 brix nas datas de corte de safra de 30 de junho de cada ano

Estoque físico de suco de laranja concentrado equivalente a 66 brix nas datas de meio de safra de 31 de dezembro de cada ano.

Estoque físico de suco de laranja concentrado equivalente a 66 brix nas datas de meio de safra de 31 de dezembro de cada ano

 

 

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Fonte:
CitrusBR

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

1 comentário

  • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

    Eu não entendo... qualquer setor que passa alguns anos no vermelho se ajusta e depois de um certo tempo os preços melhoram... olhem boi... olhem a cana...e a laranja... todos patinam, patinam e não saem do lugar... cortem 30% dos pés... resolvam... trabalhem menos...

    1
    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      Sr. Dalzir, nesses três setores há certas particularidades.

      A "laranja e a cana", houve além da aquisição das unidades produtoras, uma tendência de verticalização do setor, ou seja, o elo da indústria absorveu os elos da produção de matéria prima e outras operações como a logística.

      A empresa que domina a produção do suco de laranja no Brasil, CUTRALE, é sócia da Coca Cola no Brasil e, produz o maior porcentual da matéria-prima para suas indústrias, as operações de logísticas são de sua responsabilidade, possui navios exclusivos para o transporte do suco de laranja concentrado refrigerado para os países importadores. Em território americano, no estado da Flórida, é responsável pela compra de 30% da produção de laranja, em sociedade com a Coca Cola.

      Com relação à cana-de-açúcar é de conhecimento de todos as fusões que houve no setor na segunda metade da década passada. A Odebrechet, uma empresa de construção civil e famosa na mídia atualmente, tem em seu portfólio a primeira Destilaria Autônoma, construída na década de 70 com os recursos do PROALCOOL, a Destilaria Alcídia no Pontal de Parapanema, projetada por Lamartine Navarro. Ah! O braço da Odebrechet responsável por essa atividade chamava-se ETH Agroenergia, atualmente chama-se Odebrechet Agroindustrial, e conta com uma capacidade instalada de moagem de cana em torno de 26 milhões de toneladas de cana ao ano.

      Quanto ao boi, estamos em processo de "absorção", pois "CARNE CONFIÁVEL TEM NOME" !!!

      Veja que não é preciso eu terminar o bordão, ele já está sendo "marcado" no subconsciente da "massa a ser condicionada".

      0