Iniciativa setorial lança marca para promover o cacau brasileiro no mercado internacional

Publicado em 21/03/2025 11:33
Batizada de Cacau Brasileiro e com foco na Europa e nos EUA, marca criada por AIPC, Centro de Inovação do Cacau, CocoaAction Brasil, Instituto Arapyaú e outros destaques em sustentabilidade do produto nacional

Com o objetivo de ampliar o reconhecimento do cacau nacional como sustentável e de qualidade, a Associação das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC), a Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Cacau e Sistemas Agroflorestais, o Centro de Inovação do Cacau (CIC), o CocoaAction Brasil, a Federação da Agricultura do Estado da Bahia e o Instituto Arapyaú se uniram para lançar a marca Cacau Brasileiro - Gente, Floresta e Cultura . A iniciativa pretende promover a imagem do produto em mercados estratégicos, como os Estados Unidos e países da Europa, e tem como meta colocar o Brasil entre os maiores exportadores de cacau sustentáveis e seus derivados, até 2030.

A marca destaca os atributos únicos do cacau do Brasil no cenário internacional: com aproximadamente 80% da produção de origem agroflorestal (quando o cacau é cultivado em consórcio com outras espécies florestais), o país adota práticas agrícolas que mitigam as mudanças climáticas, conservam a biodiversidade e geram prosperidade social - no Brasil, o fruto é produzido principalmente por agricultores familiares e em pequenas propriedades. Além disso, o país tem investido na produção de amêndoas de alta qualidade, tendo conquistado prêmios internacionais.

O Cacau Brasileiro quer mostrar que possui vantagens comparativas em aspectos importantes. “Além de manter as florestas brasileiras em pé, o cacau gera emprego e renda e tem uma produção entrelaçada a tradições locais, receitas e festivais. Valorizar o cacau é também preservar a identidade cultural das comunidades. Não existe cacau sem pessoas. O cacau brasileiro é coletivo”, afirma Ricardo Gomes, gerente de Desenvolvimento Territorial do Instituto Arapyaú.

A pretende iniciativa posicionar o cacau brasileiro como um embaixador da bioeconomia e um símbolo de sustentabilidade e inovação. "Queremos atrair parceiros internacionais comprometidos com critérios ambientais, sociais e de governança (ESG). E há no contexto global um cenário favorável, diante da crescente demanda por produtos agrícolas que não sejam resultado de desmatamento, por exemplo", reforça Cristiano Villela, diretor científico do CIC.

A iniciativa terá ações voltadas para produtores de cacau, como capacitações e treinamentos focados em práticas agrícolas sustentáveis, para aumentar a produtividade e atratividade no mercado externo; a importadores internacionais, com o objetivo de atrair o interesse de moageiras e chocolateiras de mercados exigentes; a órgãos governamentais e diplomáticos, estabelecendo parcerias e negociações comerciais.

Outro foco da marca é ampliar a conscientização sobre os benefícios do cacau sustentável.

Atualmente sexto maior produtor de cacau do mundo, o Brasil produz cerca de 200 milhões de toneladas de amêndoas por ano, mas ainda não é autossuficiente. Ou seja, precisa importar para suprir sua demanda interna. “A aposta da iniciativa é somar esforços com políticas públicas que contribuem para que o país retome o protagonismo da cadeia de valor e suprimentos globais do cacau”, diz Guilherme Salata, coordenador do CocoaAction Brasil.

De acordo com um relatório da AYA Chocolates, que colaborou com o Plano de Transformação Ecológica do Governo Federal, até 2030 o Brasil tem potencial de participar com 13% do mercado global de cacau. Com isso, estaria entre os três maiores produtores do mundo, gerando US$ 2,3 bilhões em receita e oferecendo até 300.000 empregos.

“Temos capacidade de aumentar a produção para responder à crescente demanda mundial, transformando áreas degradadas em sistemas agroflorestais (SAFs)”, explica Anna Paula Losi, presidente executiva da AIPC. “O envolvimento direto dos produtores, aliado ao suporte de instituições públicas e privadas, será essencial para atingir os objetivos de tornar o Brasil protagonista no setor”, afirma Guilherme Moura, vice-presidente da FAEB.

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Fonte:
FAEB

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