Índice CEAGESP variou 2,55% em fevereiro

Publicado em 17/03/2025 16:50
O destaque do período ficou com o setor de Pescados

O Índice de Preços CEAGESP (IPC) encerrou o mês de fevereiro com variação de 2,55% ante uma variação de -5,52% no mês anterior. No mesmo período do ano passado, o índice apresentou variação de 0,28% . Com os resultados obtidos, o índice encerrou o período apresentando um acumulado de -3,12% no ano e 0,74% em 12 meses.

Neste contexto, o destaque ficou com o setor de Pescados , que encerrou o período como sendo o único setor a apresentar redução de preços entre todos os setores analisados. A alta oferta de pescados como o robalo e cavalinha e o resfriamento na demanda por salmão, corvina e pescada branca estão entre os principais fatores que desenvolvem para esta redução de preços no setor.

Setorização

O setor de FRUTAS variou 1,07% ante uma variação de -10,60% no mês anterior. No mesmo período do ano passado, o setor apresentou variação de -0,31% . Com os resultados obtidos, o setor encerrou o mês com um acumulado de -9,64% no ano e de 6,24% em 12 meses. Dos 48 itens cotados nesta cesta de produtos, 33% tiveram alta de preço. As principais altas ocorreram nos preços de MAMÃO HAVAÍ (+64,19%), MANGA TOMMY ATCKINS (+53,48%), MAMÃO FORMOSA (+35,55%), MELANCIA (+35,38%) e MELANCIA BABY (+20,14%). Como principais reduções ocorreram nos preços de PERA WILLIAMS IMPORTADA (-29,83%), MARACUJÁ AZEDO (-26,45%), CARAMBOLA (-21,50%), UVA BENITAKA (-21,29%) e UVA ITÁLIA (-20,52%).

O setor de frutas apresentou forte aceleração nos preços entre a primeira e o início da terceira semana do mês. Os preços do setor foram reduzidos, principalmente, pelas cotações dos mamões, do mangá Tommy Atckins e das melancias. Nesta época do ano tais produtos costumam apresentar valorização de preço devido à origem (procedência) e ao aumento da demanda sazonal de verão, que neste ano acabou sendo impulsionada pelas ondas de calor ocorridas no mês de fevereiro. Desta forma, os mamíferos Havaí (papaia) e o Formosa encerraram o período cotados, na média ponderada, a R$ 5,86/kg e R$ 6,24/kg, respectivamente. Nos últimos 12 meses, ambos apresentaram variação de preço de +26,2% e de +71,3%, seguindo a mesma ordem.

O mangá Tommy Atckins, por sua vez, tem como origem principal nesta época do ano os estados da Bahia e Pernambuco. O custo logístico de origem e a demanda sazonal de verão impactaram o preço do produto no mercado atacadista. Com isso, o mangá Tommy Atckins encerrou o período cotado a R$ 5,65/kg. Nos últimos 12 meses, o produto apresentou variação de preço de -6,0%.

As ondas de calor contribuíram para a demanda por melancia e, consequentemente, os preços do produto. No Entreposto Terminal São Paulo (ETSP), a melancia graúda (maior que 10 kg) encerrou o período cotado a R$ 3,17/kg enquanto a variedade Baby fechou a R$ 4,12/kg. Nos últimos 12 meses, a melancia graúda apresenta variação de preço de +30,7% e Baby +5,8%.

O setor de LEGUMES variou 5,91% ante uma variação de 4,25% no mês anterior. No mesmo período do ano passado, o setor apresentou variação de 2,49% . Com os resultados obtidos, o setor encerrou o mês com um acumulado de 10,42% no ano e de -11,13% em 12 meses. Dos 32 itens cotados nesta cesta de produtos, 49% tiveram alta de preço. As principais altas ocorreram nos preços de VAGEM MACARRÃO (+53,40%), PIMENTÃO VERDE (+38,17%), TOMATE DOCE UVA (+29,74%), TOMATE PIZZADORO (+25,41%) e PIMENTÃO AMARELO (+21,73%). As principais reduções ocorreram nos preços de INHAME (-30,46%), ABOBRINHA BRASILEIRA (-26,38%), ABOBRINHA ITALIANA (-25,62%), BERINJELA COMUM (-17,04%) e MANDIOQUINHA (-14,32%).

Os preços do setor de leguminosas foram esperados, principalmente, pela recuperação de preço ocorrido no período. Tanto a vagem quanto o pimentão verde recuperaram os preços após apresentarem reduções no mês anterior. Com esta recuperação, as cotações de vagem macarrão encerraram o período, em média, de R$ 7,05/kg enquanto que as de pimentão verde fecharam a R$ 3,42/kg. Nos últimos 12 meses, os produtos apresentam variações de preço de +28,3% e -13,2%, respectivamente.

Em relação ao ano passado, os tomates iniciaram em 2025 a trajetória de recuperação de preços. Além disso, o calorão ocorrido no mês atual acelerou o processo de maturação, prejudicando, em parte, a qualidade dos produtos. Desta forma, as cotações encerraram o período a R$ 3,37/kg para o Pizzadoro e R$ 3,28/kg para o Carmem. De todo modo, nos últimos 12 meses, as variações de preço para ambas as variedades são, respectivamente, de -15,7% e de -23,2%. Isto indica, portanto, que ainda há margem para os tomates seguirem nesta trajetória de recuperação de preço no mercado atacadista pelos próximos meses, mantendo-se tudo o mais constante.

O setor de VERDURAS variou 30,77% ante uma variação de -3,79% no mês anterior. No mesmo período do ano passado, o setor apresentou variação de 2,52% . Com os resultados obtidos, o setor encerrou o mês com um acumulado de 25,82% no ano e de 2,00% em 12 meses. Dos 39 itens cotados nesta cesta de produtos, 90% tiveram alta de preço. As principais altas ocorreram nos preços de COENTRO (+166,70%), ALFACE CRESPA (+96,70%), COUVE MANTEIGA (+82,13%), ALFACE LISA (+76,86%) e ALFACE CRESPA HIDROPÔNICA (+64,96%). As principais reduções ocorreram nos preços de COGUMELO PARIS (-6,39%), MILHO VERDE (-4,78%) e LOURO (-1,51%).

As fortes chuvas e as seguidas ondas de calor que atingiram os principais produtos de São Paulo aprimoraram o desenvolvimento e a qualidade das hortaliças folhosas. O coentro, por exemplo, causou variação média mensal de -22,8% no volume oferecido (dados registrados até dia 24/02). Como alfaces, por sua vez, registraram variação de -5,7% no volume de oferta. Estas reduções no volume de oferta desses produtos impactaram os preços. Desta forma, o coentro fechou o período custando, em média, R$ 14,95/maço. As alfaces crespa, crespa hidropônica e lisa fecharam a R$ 2,00/unidade, R$ 2,54/unidade e R$ 1,98/unidade – respectivamente. Nos últimos 12 meses, o coentro apresenta variação de preço de +10,7%, alface crespa de -19,4%, alface crespa hidropônica de +8,6% e alface lisa -19,3%.

O setor de DIVERSOS variou 5,79% ante uma variação de -0,83% no mês anterior. No mesmo período do ano passado, o setor apresentou variação de -2,07% . Com os resultados obtidos, o setor encerrou o mês com um acumulado de 4,92% no ano e de -20,10% em 12 meses. Dos 11 itens cotados nesta cesta de produtos, 64% tiveram alta de preço. As principais altas ocorreram nos preços de OVOS VERMELHOS (+38,82%), OVOS BRANCOS (+35,03%), BATATA LAVADA (+7,30%), CEBOLA NACIONAL (+4,84%) e ALHO NACIONAL (+3,03%). Como principais reduções ocorreram nos preços de BATATA ESCOVADA (-15,83%), BATATA ASTERIX (-9,51%), OVOS DE CODORNA (-5,11%), COCO SECO (-4,42%) e AMENDOIM SEM PELE (-1,20%).

A alta no preço dos ovos foi o ponto de maior sensibilidade para o setor no período analisado. Sobre isto é importante destacar que neste período do ano é comum que o preço dos ovos sofra alta sazonal devido à proximidade de Quaresma, foi assim no ano de 2023 e 2024. Entretanto, outros fatores neste ano também revelaram para o aumento nos preços. Entre eles estão: 1) o alto preço da carne vermelha e de outras proteínas fez com que o mercado consumidor substituísse esses produtos por um maior consumo de ovos; 2) o retorno regular do período escolar (compras públicas) suspendeu os preços devido ao aumento da demanda; e 3) alta nas exportações de ovos, que segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) apresentou um acréscimo de 57,5% na movimentação quando comparado ao mesmo período do ano passado.

A atuação conjunta desses fatores gerou pressão excessiva sobre o preço dos ovos. No ETSP, os ovos vermelhos encerraram o período a R$ 9,55/dúzia enquanto que os ovos brancos R$ 8,37/dúzia. Com o aumento registrado no período, os ovos vermelhos passaram a apresentar variação de +23,8% nos últimos 12 meses, enquanto que a variação nos ovos brancos, para o mesmo período, foi de +24,5%.

O setor de PESCADOS variou -2,48% ante uma variação de 12,90% no mês anterior. No mesmo período do ano passado, o setor apresentou variação de 0,25% . Com os resultados obtidos, o setor encerrou o mês com um acumulado de 10,09% no ano e de 5,76% em 12 meses. Dos 28 itens cotados nesta cesta de produtos, 46% tiveram redução de preço. As principais reduções ocorreram nos preços de ROBALO (-32,96%), CAVALINHA (-24,85%), SALMÃO IMP. CHILE (-9,48%), CORVINA ÁGUA SALGADA (-9,30%) e PESCADA BRANCA (-8,74%). As principais altas ocorreram nos preços de SARDINHA CONGELADA (+22,07%), ESPADA (+11,96%), CAMARÃO CATIVEIRO (+10,55%), TAMBAQUI (+8,43%) e PESCADA GOETE (+6,92%).

O setor de Pescados, durante todo o mês de fevereiro, apresentou tendência de redução de preços. Até o dia 24/02, o robalo e a cavalinha, na comparação com igual período do mês anterior, apresentaram, respectivamente, alto no volume de oferta de +83,2% e +74,3%. Isso acabou contribuindo para que ambos os produtos apresentassem reduções de preço no Entreposto de Pescados de São Paulo (EPSP). Em 12 meses, o robalo apresenta uma variação de preço de -5,8% enquanto que para a cavalinha a variação é de +48,4%. Deste modo, na mídia ponderada, o robalo encerrou o período a R$ 41,56/kg e a cavalinha com R$ 4,93/kg.

Por outro lado, o salmão importado, a corvina de água salgada e a pescada branca apresentam refrigeração de demanda. A alta de preço desses produtos ocorrido no mês anterior contribuiu para isso. Este processo de reequilíbrio natural de mercado fez com que os preços se reduzissem. No mercado atacadista, o salmão importado apresenta, em 12 meses, uma variação de preço de +5,9% encerrando o período a R$ 56,90/kg. O mesmo vale para a corvina de água salgada que apresenta nos últimos 12 meses uma variação de preço de -7,9% e preço médio de R$ 10,52/kg, assim como a pescada branca, com variação de -9,2% e preço médio de R$ 11,20/kg.

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Fonte:
Ceagesp

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