StoneX projeta corte expressivo no saldo global de cacau em 2024/25
Clima mais seco registrado em importantes regiões produtoras de cacau somado à percepção de uma maior resiliência da demanda resultam em uma redução expressiva no superávit global esperado para o ciclo 2024/25. Segundo divulgação realizada nesta sexta-feira (10) pela StoneX, a estimativa do saldo caiu de 166 mil toneladas (projetado em outubro) para 41 mil toneladas.
A produção global sofreu uma redução de 19 mil toneladas em relação à última estimativa, com clima mais seco atingindo o Peru, Camarões e Equador, além das ofertas enfraquecidas na Costa do Marfim e em Gana, que apesar de apontarem para uma recuperação em relação ao último ciclo – atualmente com expectativa de produzirem 1.950 mil toneladas e 580 mil toneladas, respectivamente, em 2024/25 – voltam de um contexto desfavorável que registrou clima extremo e proliferação de doenças.
O Equador, que se tornou um dos produtores mais relevantes de cacau do mundo na última década, foi impactado por um clima seco entre junho e setembro de 2024, reduzindo seu potencial de produção, agora previsto em 470 mil toneladas, aumento de 11,9% frente a 2023/24, porém 10 mil toneladas abaixo da estimativa anterior.
“Até o momento, os números iniciais das safras parecem indicar uma recuperação produtiva, mas a incerteza sobre a continuidade deste cenário, principalmente a partir da safra intermediária, que se inicia em abril, mantém o mercado próximo às máximas históricas, tendo em vista os estoques globais nos menores níveis em quase 50 anos”, avalia o analista de inteligência de mercado, Rafael Borges.
Em relação à demanda, a StoneX calculou aumento na moagem esperada para 2024/25, agora em 4.715 mil toneladas, acréscimo de 106 mil toneladas frente a estimativa anterior, porém ainda registrando queda de 2,1% frente ao ciclo 23/24. Os números preliminares de processamento das indústrias, assim como as expectativas de crescimento econômico global seguem otimistas, o que também limita a perspectiva de queda da demanda devido ao aumento dos preços – apesar da continuidade da tendência de substituição do cacau nas indústrias.
“Apesar da visão de superávit, os preços em 2025 ainda devem se manter historicamente elevados e voláteis, resultado da baixa relação entre estoque e demanda, apesar da tendência apontar para recuperação produtiva e continuação do arrefecimento da demanda em 2024/25”, alerta Rafael Borges, da StoneX.
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